Fórum 2022

IX Fórum do GPS-LEIFEN

Do texto ao texto

30 anos da "Gramática do sentido e da expressão"

13 de julho de 2022  –  Evento 100% on-line

Inscreva-se!

IX Fórum do GPS-LEIFEN

Do texto ao texto

30 anos da "Gramática do sentido e da expressão"

13 de julho de 2022
Evento 100% on-line

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O Fórum

Sob a coordenação das professoras Beatriz Feres e Patricia Neves Ribeiro, o Grupo de Pesquisa em Semiolinguística: Leitura, Fruição e Ensino (GPS-LEIFEN) tem por objetivo central estudar o processo de construção de sentidos, tanto na extremidade da recepção, quanto no da produção dos textos, a fim de flagrar os mecanismos internos (textuais) e externos (discursivos e situacionais) que contribuem para a significação. Desse modo, as investigações desenvolvidas pelo grupo privilegiam o vínculo com o ensino, com vistas não só à criação de metodologias voltadas para o letramento, como também à problematização da leitura (em sentido amplo).  

Além da pesquisa acadêmica, o Grupo realiza anualmente o Fórum do GPS-LEIFEN, com o intuito de promover debates públicos acerca dos temas de interesse e palestras relacionadas à formação docente continuada. Em 2022, o evento está em sua nona edição e tem como tema: “Do texto ao texto: 30 anos da ‘Gramática do sentido e da expressão'” e pretende mostrar um pouco dos trabalhos desenvolvidos por integrantes do grupo, orientandos, além de parceiros, como os pesquisadores do CIAD-Rio/UFRJ e do NEPAD/UFPI.

Comissão Organizadora do IX Fórum do GPS-LEIFEN:
Profa. Dra. Beatriz dos Santos Feres                                    
Profa. Dra. Eveline Coelho Cardoso                                    
Profa. Dra. Glayci Kelli Reis da Silva Xavier                     
Profa. Dra. Ilana da Silva Rebello Viegas                             
Profa. Dra. Nadja Pattresi de Souza e Silva
Profa. Dra. Patricia Ferreira Neves Ribeiro
Prof. Dr. Rafael Guimarães
Nogueira 
Profa. Dra. Rosane Santos Mauro Monnerat
Prof. Dr. Welton Pereira e Silva

Palestrantes

Conferência da manhã

José Carlos de Azeredo

Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

José Carlos de Azeredo é doutor em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde lecionou língua portuguesa de 1970 a 1996, e pós-doutor em Linguística Aplicada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Foi docente do Instituto de Letras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) por mais de vinte anos e pesquisador do CNPq e da FAPERJ por mais de uma década. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Gramática da Língua Portuguesa, atuando principalmente nos seguintes temas: língua portuguesa, argumentação, análise do discurso, língua literária e ensino de português. Entre suas obras, além de artigos e capítulos de livro, estão Iniciação à sintaxe do português (1990), Fundamentos de gramática do português (2000), Dicionário Houaiss de conjugação de verbos (2012), A linguística, o texto e o ensino da língua (2018) e Gramática Houaiss da língua portuguesa (2021), em sua 5ª edição, recém-publicada pela Parábola Editorial.

Palestra da tarde

Silvia Rodrigues Vieira

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Professora associada (nível IV) do Departamento de Letras Vernáculas da Faculdade de Letras da UFRJ, Bolsista de produtividade 2 do CNPq (2015; 2018; 2021) e Pesquisadora FAPERJ, contemplada nos Programas Jovem Cientista do Nosso Estado 2011 (2012-2015) e Cientista do Nosso Estado 2014 (2015-2018) e 2020 (2021-2024). Possui Doutorado (2002) e Mestrado (1995) em Letras Vernáculas (Língua Portuguesa), além de Graduação em Português-Inglês pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1992). Atua nos Programas de Pós-graduação em Letras Vernáculas e no Mestrado Profissional em Letras, na UFRJ. Coordenadora de projetos de pesquisa nacional e de cooperação internacional (com destaque ao Grupo de trabalho da ALFAL – Projeto 21), organizadora de bancos de dados para análises linguísticas (Corpus Concordância; Moçambique, Fala-Escrita; Estilo), sua produção bibliográfica conta com organização de livros e periódicos, capítulos publicados em livros, artigos em periódicos e trabalhos em anais de congressos no âmbito nacional e internacional. Atua principalmente nas áreas da Sociolinguística, sobretudo no que se refere à descrição de variedades do Português, e do Ensino de gramática. 

O Fórum

Sob a coordenação das professoras Beatriz Feres e Patricia Neves Ribeiro, o Grupo de Pesquisa em Semiolinguística: Leitura, Fruição e Ensino (GPS-LEIFEN) tem por objetivo central estudar o processo de construção de sentidos, tanto na extremidade da recepção, quanto no da produção dos textos, a fim de flagrar os mecanismos internos (textuais) e externos (discursivos e situacionais) que contribuem para a significação. Desse modo, as investigações desenvolvidas pelo grupo privilegiam o vínculo com o ensino, com vistas não só à criação de metodologias voltadas para o letramento, como também à problematização da leitura (em sentido amplo).  

Além da pesquisa acadêmica, o Grupo realiza anualmente o Fórum do GPS-LEIFEN, com o intuito de promover debates públicos acerca dos temas de interesse e palestras relacionadas à formação docente continuada. Em 2022, o evento está em sua nona edição e tem como tema: “Do texto ao texto: 30 anos da ‘Gramática do sentido e da expressão'” e pretende mostrar um pouco dos trabalhos desenvolvidos por integrantes do grupo, orientandos, além de parceiros, como os pesquisadores do CIAD-Rio/UFRJ e do NEPAD/UFPI.

 

Comissão Organizadora do IX Fórum do GPS-LEIFEN:

Profa. Dra. Beatriz dos Santos Feres     
Profa. Dra. Eveline Coelho Cardoso
Profa. Dra. Glayci Kelli Reis da Silva Xavier
Profa. Dra. Ilana da Silva Rebello Viegas      
Profa. Dra. Nadja Pattresi de Souza e Silva
Profa. Dra. Patricia Ferreira Neves Ribeiro
Prof. Dr. Rafael Guimarães
Nogueira 
Profa. Dra. Rosane Santos Mauro Monnerat
Prof. Dr. Welton Pereira e Silva

Palestrantes

Conferência da manhã

José Carlos de Azeredo

Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

José Carlos de Azeredo é doutor em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde lecionou língua portuguesa de 1970 a 1996, e pós-doutor em Linguística Aplicada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Foi docente do Instituto de Letras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) por mais de vinte anos e pesquisador do CNPq e da FAPERJ por mais de uma década. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Gramática da Língua Portuguesa, atuando principalmente nos seguintes temas: língua portuguesa, argumentação, análise do discurso, língua literária e ensino de português. Entre suas obras, além de artigos e capítulos de livro, estão Iniciação à sintaxe do português (1990), Fundamentos de gramática do português (2000), Dicionário Houaiss de conjugação de verbos (2012), A linguística, o texto e o ensino da língua (2018) e Gramática Houaiss da língua portuguesa (2021), em sua 5ª edição, recém-publicada pela Parábola Editorial.

Palestra da tarde

Silvia Rodrigues Vieira

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Professora associada (nível IV) do Departamento de Letras Vernáculas da Faculdade de Letras da UFRJ, Bolsista de produtividade 2 do CNPq (2015; 2018; 2021) e Pesquisadora FAPERJ, contemplada nos Programas Jovem Cientista do Nosso Estado 2011 (2012-2015) e Cientista do Nosso Estado 2014 (2015-2018) e 2020 (2021-2024). Possui Doutorado (2002) e Mestrado (1995) em Letras Vernáculas (Língua Portuguesa), além de Graduação em Português-Inglês pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1992). Atua nos Programas de Pós-graduação em Letras Vernáculas e no Mestrado Profissional em Letras, na UFRJ. Coordenadora de projetos de pesquisa nacional e de cooperação internacional (com destaque ao Grupo de trabalho da ALFAL – Projeto 21), organizadora de bancos de dados para análises linguísticas (Corpus Concordância; Moçambique, Fala-Escrita; Estilo), sua produção bibliográfica conta com organização de livros e periódicos, capítulos publicados em livros, artigos em periódicos e trabalhos em anais de congressos no âmbito nacional e internacional. Atua principalmente nas áreas da Sociolinguística, sobretudo no que se refere à descrição de variedades do Português, e do Ensino de gramática.

 

Programação

Manhã   (9:30 – 12:00)
Link para acesso: https://youtu.be/na21FTfVUK8
9:30
ABERTURA 
Do Texto ao Texto: 30 anos da “Gramática do sentido e da expressão”

Profa. Dra. Beatriz Feres (UFF/GPS-LEIFEN)
Profa. Dra. Rosane Monnerat (UFF/GPS-LEIFEN)

10:00
CONFERÊNCIA
Conhecer, dizer, significar: a natureza da língua e suas implicações pedagógicas

Prof. Dr. José Carlos de Azeredo (UERJ)

Mediação:
Profa. Dra. Rosane Monnerat (UFF/GPS-LEIFEN)
Profa. Dra. Nadja Pattresi (UFF/GPS-LEIFEN)

Tarde (14:00 – 16:30)
Link para acesso: https://youtu.be/N3uCDSdL2TA
14:00
PALESTRA
Consciência morfossintática e produção de sentidos: experiências de um ensino de gramática em três eixos

Profa. Dra. Silvia Rodrigues Vieira (UFRJ)

Mediação:
Profa. Dra. Beatriz Feres (UFF/GPS-LEIFEN)
Profa. Dra. Patricia Neves Ribeiro (UFF/GPS-LEIFEN)

SESSÕES DE COMUNICAÇÃO
(16:30 – 18:00)
Escolha um dos grupos para participar e acesse o link correspondente.
Semiolinguística aplicada ao ensino

GRUPO 1

DAS PRÁTICAS ARGUMENTATIVAS I

Link: https://meet.google.com/ehf-ouvv-stu 

Mediação:
Prof. Dr. Welton Pereira (UFF/GPS-LEIFEN)

*Clique no título para saber mais sobre o trabalho*

Argumentação: gerenciando razão e emoção em texto midiático - Maria Aparecida Lino Pauliukonis (UFRJ) e Eliane Mello Lima (CPII)

Este trabalho tem como fundamentação teórica a semiolinguística de Patrick Charaudeau, expressa em sua “Grammaire du sens et de l´expréssion”, que adota a perspectiva pragmática enunciativa e concebe a linguagem como um ato de encenação que visa à argumentação. Assim, serão analisados o quadro contratual de comunicação estabelecido e as marcas linguísticas da enunciação encarregadas de suscitar emoção e provocar efeitos persuasivos que influenciam o destinatário. Serão estudados índices encontrados em um texto midiático, publicado por ocasião do pico da pandemia do Coronavirus, no Brasil, responsáveis pela persuasão e sedução do leitor, bem como será analisada a força desses elementos no convencimento do destinatário, envolvendo-o emocionalmente. Isso será feito por meio do exame de diversas estratégias de manipulação discursiva, que determinam a força do ato de linguagem argumentativo, – comparado com outros atos de organização do discurso, como o narrativo e o descritivo-,e que são utilizadas com o fim de se conseguir a adesão às teses explícitas ou implícitas..

Palavras-chave: argumentação; enunciação; subjetividade; patemização.

Análise semiolinguística de um corpus anotado manualmente contendo comentários odiosos - Welton Pereira e Silva (UFF)

Este trabalho apresenta os resultados da análise semiolinguística de comentários feitos na rede social Facebook que compõem um corpus anotado manualmente. Os comentários apresentavam enunciados que deviam ser classificados como discurso de ódio (quando havia comentários preconceituosos contra um grupo determinado), discurso violento (quando havia violência verbal, mas não destinada necessariamente a algum grupo-alvo) ou discurso não violento (quando não havia violência verbal). A tarefa foi empreendida por cinco anotadores voluntários. Notamos um baixo índice de concordância entre os anotadores acerca dos comentários que evidenciavam discursos de ódio ou violência verbal. Alguns comentários selecionados foram analisados de maneira qualitativa, a partir da Semiolinguística do discurso, nomeadamente no que concerne às estratégias de construção do ethos e da visada de patemização (CHARAUDEAU, 2005; 2008; 2010). Na análise, procuramos tecer considerações acerca das construções argumentativas que, levando em consideração os imaginários sociodiscursivos compartilhados pelos anotadores, são consideradas como expressão de ódio por alguns deles, enquanto outros os classificam como violentos, mas não odiosos, ou apenas expressão de opinião dos enunciadores. Os resultados apontam para uma urgente necessidade de as características linguístico-discursivas do discurso de ódio serem trabalhadas desde a educação básica, de modo que nossos estudantes possam aprender a perceber em que ponto se inicia a violência verbal e termina a livre expressão de pensamento.

Palavras-chave: discurso de ódio; ethos; pathos.

Construção do ethos em outdoors de cunho político: argumentação e multimodalidade sob um viés semiolinguístico em diálogo com o ensino - Luciana Abrahão Passos Faht (UFF/UFRJ)

Este estudo parte da análise de anúncios em outdoors nos quais se verificam propagandas políticas contra a reeleição do atual presidente Bolsonaro e também contra a do ex-presidente Lula. Para tanto, recorre-se à Semiolinguística do Discurso, de Patrick Chauraudeau (2007; 2009; 2018; 2019), que serve de base teórica e metodológica a esta pesquisa, ao lado de outros pesquisadores, como Silva (2020), Silva e Marchon (2021), Fiorin (2016), Ducrot (1987), Gouvea (2022) e Costa (2013). De forma mais específica, escolheram-se os seguintes pressupostos da teoria: o esquema básico argumentativo, a análise argumentativa multimodal e a criação do ethos do enunciador. Partindo da análise de quatro textos, sendo dois anúncios contrários a Bolsonaro e dois anúncios contrários a Lula, propõe-se compreender como a multimodalidade e a organização argumentativa contribuem para a consolidação de determinados ethé discursivos (de enunciadores contra Lula e Bolsonaro). Sumariamente, foi percebido que, tanto nos discursos contrários a Bolsonaro, quanto nos contrários a Lula, são construídos ethé de potência. Nos discursos contrários a Bolsonaro, também foi evidenciada a construção do ethos de competência. As reflexões que eles suscitam poderão contribuir, ao menos parcialmente, para a compreensão do perfil esperado para determinado eleitorado a partir dos dizeres que o representam. Além disso, tenciona-se, com base nesses resultados, apresentar uma ponte com o ensino de Língua Portuguesa, revelando o quanto as ferramentas da Semiolinguística (sobretudo a mecânica do modo argumentativo) ajudam a compreender os propósitos de persuasão do enunciador mesmo em gêneros cuja materialidade textual é constituída de elementos nominais e frases, formalmente, desconexos.

Palavras-chave: Discurso político; Semiolinguística; argumentação multimodal; ethos; ensino.

Representações argumentativas em sermões orais de pastores evangélicos de Alagoas - Max Silva da Rocha (UFPI) e João Benvindo de Moura (UFPI)

A argumentação é um recurso linguageiro capaz de fornecer ao orador meios racionais e emotivos, a fim de que possa negociar as diferenças com o seu auditório acerca de uma questão conflituosa. No discurso religioso cristão, por exemplo, a argumentação é um fator imprescindível, seja para manter e ampliar a adesão outrora conquistada, seja para recrutar novos membros para o rebanho da cristandade. Partindo dessas ponderações, nosso trabalho tem como principal objetivo compreender de que maneira oradores evangélicos de Alagoas se utilizam de estratégias argumentativas com o objetivo de persuadir o auditório. Nosso campo de estudo parte da argumentação retórica com as contribuições atuais do quadro teórico-metodológico da análise do discurso francesa contemporânea. Assim, categorias como ethos, logos e pathos são trabalhadas numa concepção discursiva. O nosso corpus é composto por sermões orais de oradores protestantes de Alagoas. Esse material foi adquirido na plataforma virtual do YouTube e, sem seguida, transcrito com normas específicas dos estudos conversacionais. Acerca dos postulados teóricos, servimo-nos de alguns autores, a exemplo de Amossy (2020), Aristóteles (2011), Charaudeau (2019), Fiorin (2017), Maingueneau (2010), Meyer (2007), Moura (2020), Perelman e Olbrechts-Tyteca (2014), Reboul (2004), Rocha (2022), entre outros. Após as análises realizadas, podemos compreender que o fazer argumentativo dos oradores evangélicos está fundamentado na credibilidade da imagem de si, no encandeamento racional de argumentos e nas visadas passionais. Esses recursos discursivos insuflaram a argumentação dos referidos oradores, produzindo diferentes efeitos de sentido nos sermões orais estudados.

Palavras-chave: Argumentação; Discurso; Persuasão; Sermão oral.

GRUPO 2

DAS PRÁTICAS ARGUMENTATIVAS II

Link: https://meet.google.com/skc-bwag-bym

Mediação:
Profa. Dra. Glayci Xavier (UFF/GPS-LEIFEN)

*Clique no título para saber mais sobre o trabalho*

Pandemia em capas de revista: multimodalidade e argumentatividade sob a ótica semiolinguística - Isabella da Rocha Pontes (UFF) e Glayci Kelli Reis da Silva Xavier (UFF)

O mundo em 2019 conheceu um inimigo invisível, mas forte o suficiente para causar danos intensos: o novo coronavírus. Por isso, esse agente biológico e a doença causada por ele, a Covid-19, tornaram-se tema constante em pesquisas, notícias, reportagens, postagens em redes sociais, conversas no dia a dia e, consequentemente, nas atividades do espaço escolar. Considerando que a argumentatividade é inerente ao discurso e que, nas variadas situações de comunicação, em maior ou menor grau, fazemos uso de estratégias argumentativas, o presente trabalho tem como objetivo principal investigar os recursos linguístico-discursivos e as estratégias de argumentação presentes em capas de revista publicadas durante esse período complexo, cujo tema principal foi a própria pandemia. São analisadas no trabalho três capas de revistas distintas, mostrando diferentes perspectivas do acontecimento. A base teórica principal é a Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, de Patrick Charaudeau, em interface com a Argumentação no discurso, de Ruth Amossy. Por meio desta pesquisa, percebeu-se que, apesar de as capas não apresentarem uma estrutura argumentativa canônica, o projeto de influência encontra-se de forma implícita, conduzindo a leitura em determinada direção.

Palavras-chave: Argumentação; Semiolinguística; Multimodalidade; Pandemia; Covid-19.

A-COR-DA, Pedrinho: um ensino antirracista é possível. Um estudo acerca dos memes e da argumentação - Vívian Lúcia Xavier Pereira (UFF) e Janayna Rocha da Silva (UFF)

As Leis 10.639/2003 e 11.645/2008 marcaram as implementações dos estudos da história e cultura afro-brasileira e indígena, como obrigatórios, no ensino fundamental e médio, nos sistemas públicos e privados. Desde o mesmo período, as metodologias aplicadas em sala de aula vêm sofrendo transformações, em decorrência da ascensão das tecnologias digitais. As práticas de ensino contam, cada vez mais, com a inserção de textos multissemióticos, a fim de caminharem paralelamente com o letramento digital. “Ser letrado hoje não é garantia que seremos letrados amanhã” (Coscarelli, 2016), assim, com objetivo de desenvolver o ensino antirracista de forma dinâmica e atraente, o corpus delimitado sustenta-se em memes que revelam a importância e a necessidade do ensino antirracista dentro e fora das telas. À vista disso, pela perspectiva da Linguística Textual coadunada com a Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, a abordagem será motivada pelos entendimentos de Koch (2015), relacionados ao conceito de hipertexto; articulação linguística em ambiente virtual, a partir da concepção de Santaella (2009), associados aos moldes da argumentação postulados por Charaudeau (2016), Koch e Elias (2018) e Fiorin (2018), buscando apontar que a não determinação de espaço, a multilinearização e a multissequenciação, embora sejam virtuais, são superfícies não táteis que fazem parte da realidade do ensino.

Palavras-chave: Memes; ensino antirracista; argumentação; hipertexto.

Representações da identidade negra em livros infantis: análise linguístico-semiótico-discursiva da relação palavra-imagem - André Marques da Silva (UFF) e Júlia Vieira Correia (UFRJ)

Este trabalho propõe uma análise semiolinguageira da representação e/ou representatividade da identidade negra em livros ilustrados/com ilustração, destinados, prioritariamente, ao público infantil. Para tanto, alguns conceitos teóricos fundamentam esta análise, quais sejam, o duplo processo de semiotização do mundo, contrato de comunicação, imaginários sociodiscursivos raciais, modos de organização do discurso e a dimensão argumentativa do narrar. Partimos da tese de que a cultura letrada em países colonizados constitui-se de letramentos hegemônicos que, diacronicamente, constroem e legitimam imaginários e estereótipos de grupos étnico-raciais que são historicamente excluídos dos espaços simbólicos de poder. Por essa razão, analisar como a identidade negra é representada na literatura é uma maneira de promover um debate sobre letramento racial e de desenvolver práticas de leitura para uma educação antirracista. Como Feres (2019), partimos do pressuposto de que a instância de produção (EUc), a partir do seu projeto do dizer, pode engendrar no modo narrativo uma argumentação implícita com estratégias de persuasão que, em nosso objeto de análise, são responsáveis por desconstruir ou por naturalizar o discurso racista na literatura. Para analisar a materialidade verbo-visual e sua dimensão argumentativa no modo narrativo, além da Semiolinguística, fundamentada em Charaudeau (2008, 2016), recorremos ao aporte teórico da Linguística de Texto com Koch (2001) e Koch e Elias (2020) e a outras correntes representadas por Amossy (2011, 2018), Cavalleiro (2001), Fanon (2008) e Street (2014). Para a realização de uma análise qualitativa, seleciona-se um corpus constituído pela obra  “O Pequeno Príncipe Preto” (FRANÇA, 2020) e de três edições diferentes do conto “Como se fosse dinheiro” (ROCHA, 1994, 2002, 2010). A partir dessa investigação qualitativa, analisamos como as relações palavra-imagem desconstroem e/ou reconstroem estereótipos e imaginários raciais da identidade negra em livros considerados prioritariamente infantis..

Palavras-chave: Semiolinguística; Linguística de Texto; Representações da identidade negra; Imaginários sociodiscursivos; Literatura Infantil.

A Semiolinguística desvenda o mistério do pavão: um olhar sobre a metáfora da diversidade em João Gibão no remake de "Saramandaia" - Murilo Alberto Martins Silva (UFF)

Este trabalho aborda como a diversidade é representada, a partir do personagem João Gibão, dentro da trama do remake de Saramandaia. Exibida na faixa das 23 horas, Saramandaia foi a refilmagem da clássica trama criada por Dias Gomes, originalmente exibida em 1976, período marcado pelo regime ditatorial militar. O autor utilizou metáforas em uma narrativa de realismo fantástico para debater questões políticas e sociais em seu enredo. No caso remake, o contexto em que a obra foi exibida já não se tratava mais de uma ditadura, mas de um regime democrático que buscava intensificar pautas progressistas e ascender discussões acerca de diversidade na sociedade, isso possibilitou que novas leituras fossem feitas para as metáforas concebidas por Dias Gomes, mas agora sob responsabilidade de Ricardo Linhares, que deu roupagem nova para os personagens e os inseriu em uma realidade mais adequada ao período em que o folhetim fora exibido, como a inserção da tecnologia informacional, por exemplo. A história da telenovela se desenvolve a partir do conflito entre um grupo de personagens conservadores e um com pensamentos progressistas, liderado pelo João Gibão. Porém, o que chama atenção na trama é a peculiaridade de alguns personagens, como é o caso de João Gibão, que esconde um par de asas por baixo de seu gibão de couro. A forma como os habitantes da cidade lidam com a estranheza de João Gibão marca uma leitura acerca da metáfora da diversidade. Tomando a Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, de Charaudeau, como base para a investigação deste trabalho, buscamos compreender o contrato de comunicação que rege a telenovela enquanto texto, os imaginários envolvidos na construção da personagem em questão, o uso da patemização como estratégia de captação no ato de linguagem abordado e o contexto a nível situacional que influencia diretamente na recepção do público.

Palavras-chave: Telenovela; Narrativa; Imaginários; Discurso de ódio.

GRUPO 3

DA EXPRESSÃO AO SENTIDO I

Link: https://meet.google.com/fyc-fwbi-ofo

Mediação:
Profa. Dra. Beatriz Feres (UFF/GPS-LEIFEN)

*Clique no título para saber mais sobre o trabalho*

Um estudo semiolinguístico em “Canto dos Malditos”: do ethos ao imaginário sociodiscursivo - Francisco Herbert da Silva (UFPI) e João Benvindo de Moura (UFPI)

Este trabalho tem como objetivo analisar o ethos e os imaginários sociodiscursivos presentes na autobiografia do escritor brasileiro Austregésilo Carrano Bueno, intitulada “Canto dos Malditos”, publicada em 1990 e que inspirou o filme Bicho de sete cabeças (2000). Nossa principal base teórica é a Análise do Discurso Semiolinguística. Trata-se de uma pesquisa descritiva e interpretativa, cujo corpus foi composto por sequências discursivas extraídas da referida obra, na qual o autor relata o período em que esteve internado em manicômios. Os resultados mostram circunstâncias de discurso cujo cenário denuncia o tratamento desumano aplicado a usuários de maconha, mães solteiras, homossexuais, dentre outros, internados junto com pacientes crônicos sendo obrigados a ingerir medicamentos, submetidos a torturas e rejeitados pela sociedade. No tocante aos imaginários sociodiscursivos, observamos a recorrência de saberes de crença, ancorados em saberes de opinião comum, relativa e coletiva. As avaliações, apreciações e julgamentos são constantes na obra. A narrativa descontrói, pelo menos, dois imaginários bastante comuns em nossa sociedade: (1) usuários esporádicos de maconha são considerados dependentes químicos; (2) clínicas de reabilitação são lugares íntegros, seguros e eficazes. Em relação ao ethos, identificamos na narrativa as representações imagéticas que nos direcionam para os seguintes ethé: o ethos de viciado, ethos de rebelde, ethos de mau, ethos de excluído, por exemplo. Concluímos que a obra revela várias imagens (ethé) do autor, além de expor imaginários sociodiscursivos que são compartilhados frequentemente pela sociedade contemporânea.

Palavras-chave: Discurso; semiolinguística; ethos; imaginários sociodiscursivos.

Imagens do feminino na publicidade: #SouMaisQueUmRotulo - Roberta Viegas (UFF) e Gleici Heringer (UFF)

Corpo e comportamento femininos sempre foram alvos de dominação social, uma vez que a virgindade, a maternidade e os ideais de beleza feminina (cor da pele, peso, busto e quadril) visavam, quase sempre, atender aos anseios masculinos e às exigências que a sociedade patriarcal impõe. Na publicidade, a mulher sempre foi objetificada e padronizada, cumprindo a função de superfície visual e corporal, inscritas em modelos: a bela, a sensual, a mãe, a recatada… Porém, o feminismo tem provocado, certa libertação parcial da cultura androcêntrica na forma de representar as mulheres, possibilitando que se produza uma escrita de si. Hoje, a maneira de ver a mulher pode ser percebida em diversos gêneros textuais, principalmente naqueles ligados à publicidade, espaço fecundo para (re)produção de imaginários e estereótipos. Este estudo, pautado na Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, analisa a campanha publicitária da marca de cosméticos Natura, intitulada “Viva sua beleza viva”, sob o mote #SouMaisQueUmRotulo, de 2019, com o intuito de evidenciar a discursivização da mulher na publicidade atual e demonstrar como essa discursivização projeta um destinatário construído para atender a um universo existente no plano publicitário. Partindo de um texto verbo-visual, pretende-se verificar como a interação palavra e imagem cria um universo de discurso que abriga corpos e comportamentos femininos condizentes com ideologias propícias a valores que o enunciador associa à sua marca/produto. Parte-se do pressuposto de que, por meio da imagem/representação projetada na publicidade, constrói-se um imaginário discursivo que colabora para a extensão/expansão do discurso feminista, de desconstrução dos estereótipos sociais sobre o corpo e de valorização da diversidade. A análise será fundamentada em estudos interdisciplinares: Análise Semiolinguística (CHARAUDEAU, 2010; 2017); Comunicação Social (RIBEIRO, 1995); Teoria das Representações Sociais (MOSCOVICI, 2007; JODELET, 2001); e Estudos Culturais sobre Gênero e Identidade (HOOKS, 2019; BOURDIEU, 2019; BUTLER, 2007; SAFFIOTI 1994).

Palavras-chave: Análise do Discurso; representação feminina; publicidade; diversidade.

Os imaginários sociodiscursivos anticomunistas nas redes sociais - Dalila Maria Silva de Macêdo (NEPAD/UFPI)

Este trabalho propõe-se a analisar os imaginários sociodiscursivos presentes em memes que abordam o anticomunismo nas redes sociais. Para tanto, utiliza como referencial teórico-metodológico a Análise do Discurso Semiolinguística de Patrick Charaudeau, com ênfase na noção de imaginários sociodiscursivos, enquanto representações sociais. O corpus foi composto por três postagens retiradas de perfis de direita de uma das principais redes sociais da atualidade, o Facebook, publicadas nos anos de 2021 e 2022. Os resultados mostraram que os memes se apresentam como o gênero discursivo mais comentado e compartilhado na sociedade contemporânea, revelando imaginários sociodiscursivos de que os comunistas são hipócritas por usufruírem dos bens de consumo capitalistas e de que o principal problema a ser combatido na atualidade é a “ameaça comunista” responsável pelas mazelas sociais e usurpador da liberdade de expressão. Ainda, observamos que os imaginários possuem uma predominância de saberes de crença, pois estão inseridos dentro da subjetividade do sujeito, dos seus juízos de valor e de suas experiências culturais, políticas ou religiosas. Concluímos que os memes analisados são representações e produções de sentidos na sociedade brasileira contemporânea acerca do comunismo, valendo-se de elementos discursivos que desencadeiam a disseminação daquilo que se pretende mostrar como verdade, na busca pela adesão da sociedade..

Palavras-chave: Semiolinguística; imaginários sociodiscursivos; comunismo; memes.

Falácias, mentiras e invenções: as representações do gênero no Portal Metapédia - Gleici Heringer (UFF)

O feminismo é um movimento de resistência responsável pela busca da igualdade entre os gêneros, estando voltado para a luta contra as injustiças realizadas pelo histórico padrão patriarcal. Nas últimas décadas, o movimento se fortaleceu, gerando, ainda que tímidos, resultados positivos para as mulheres e para o público LGBTQIA+. No entanto, concomitantemente, o pensamento patriarcal  resiste a essas iniciativas, o que se expressa no aumento da violência física e verbal contra tais grupos, evidenciando a negação à democracia de gênero. Nesse contexto, os movimentos de ultradireita constituem importantes setores que rejeitam a dissolução do modelo endrocêntrico. Para isso, eles recorrem ao espaço da internet a fim de se comunicarem e fazerem contatos em escala global entre os grupos de extrema-direita, se organizando em comunidades virtuais. Dessa maneira, a facilidade de uso, a velocidade de acesso e a capacidade global de alcance fizeram com que a rede mundial de computadores se tornasse um dos principais veículos de materialização de posicionamentos machistas e homofóbicos. Logo, alicerçado pela Teoria Semiolinguística de Análise do discurso, de Patrick Charaudeau, este estudo pretende pesquisar as estratégias discursivas verbais e não verbais mobilizadas pelo  portal  Metapédia com a intenção deturpar o feminismo e outros grupos que estão à margem do heteropatriarcado (ou cis-heteropatriarcado) e que lutam pela igualdade de direitos. Desse suporte teórico principal, destacamos o processo de semiotização do mundo, os Modos de Organização do Discurso e os imaginários sociodiscursivos de Charaudeau (2008). Como instrumentais teóricos de apoio, recorreremos ao conceito de referenciação da professora Engedore Villaça Koch (2005), aos estudos sobre a subjetividade na enunciação de KERBRAT-ORECCHIONI 1993 e à professora SANTAELLA (1997), com suas análises sobre as plataformas virtuais.

Palavras-chave: Análise do Discurso; feminismo; ultradireita; internet.

GRUPO 4

DA EXPRESSÃO AO SENTIDO II

Link: https://meet.google.com/jao-hhon-sjq 

Mediação:
Dra. Ilana Da Silva Rebello (UFF/GPS-LEIFEN)

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Dos modos de organização aos imaginários sociodiscursivos: análise semiolinguística de uma Nota da CNBB ao povo brasileiro - Mônica Santos de Souza Melo (UFV)

Desde a publicação dos pressupostos contidos na “Grammaire du sens et de l’ expression” (CHARAUDEAU, 2009), os pesquisadores da linha dos Estudos Discursivos tiveram acesso a um inventário de conceitos, categorias e procedimentos capazes de proporcionar a descrição sistemática de textos na perspectiva semiolinguística. Os dados provenientes dessas descrições permitem aos pesquisadores a identificação das representações ou, nos termos de Charaudeau (2017), dos imaginários sociodiscursivos veiculados pelo discurso, essenciais à interpretação dos dados. Amparados nessa perspectiva, empreendemos uma análise de um documento produzido pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que aborda a situação brasileira no contexto da pandemia. Esse trabalho se vincula a um projeto mais amplo que tem como objetivo analisar a relação entre os discursos religioso e político na atualidade. Acreditamos, pautados em Bourdieu (1998), que o discurso religioso exerce uma importância fundamental na sociedade, por exercer um poder simbólico sobre os seguidores. No Brasil, a CNBB tem um papel fundamental, colocando em pauta, por meio de suas publicações, que extrapolam a doutrinação espiritual, abordando temáticas sociais. Essas orientações são especialmente relevantes no contexto de crise democrática e social que vivemos. Aqui, tomamos como objeto de análise a Nota  001/21, intitulada “Unidos e responsáveis rumo ao novo que desejamos”, publicada em 06 de janeiro de 2021, por meio da qual a Confederação faz uma avaliação sobre o difícil momento que o país atravessa, sobretudo em função da pandemia da COVID-19, e cobra providências. Por meio da descrição da organização discursiva do texto, incluindo os modos enunciativo, descritivo, narrativo e descritivo, interpretamos os imaginários sociodiscursivos associados ao povo brasileiro, a seus dirigentes e à própria Igreja Católica. Em síntese, a Igreja se coloca como solidária à sociedade na cobrança por providências, especialmente por parte do Estado.

Palavras-chave: Discurso religioso; CNBB; discurso político;  Covid-19.

Semiolinguística e transexualidade: uma voz que não se cala, entre imagens e contos - Elenita Arguelles de Vargas (UFF)

Este trabalho tem como objetivo central identificar e analisar como se constroem e se apresentam as representações evocadas pelos livros ilustrados Vozes Trans e Transderella, para desenvolver uma interpelação embasada na temática da transexualidade. Tal investigação se funda no intuito de examinar/delimitar a sua aplicabilidade ao ensino, no que tange à prática de leitura/interpretação no ambiente escolar. Para tanto, buscamos identificar peculiaridades linguísticas de subjetividade inseridas nos contos focalizados, a partir de um âmbito linguístico-discursivo, a fim de evidenciar as escolhas discursivas para a construção dos textos  verbo-visuais analisados. Sob o ponto de vista metodológico, utilizamos, neste trabalho para fins analíticos, excertos de dois dos quatro contos que constituem a obra Vozes Trans, bem como fragmentos do conto Transderella, sendo tais seleções centradas em um recorte temático específico: o corpo e as emoções a partir das relações de gênero e de sexualidade. Mais especificamente, para o estudo, investigamos não só a construção da identidade estabelecida nas narrativas em pauta, associada aos conceitos de estereótipos e imaginários sociais, como também as estratégias de aproximação entre os livros ilustrados e o seu público leitor. Desse modo, a materialidade do texto é observada com base no que Charaudeau (2016) chama de duplo processo de semiotização do mundo, a partir de um contrato de comunicação estabelecido entre os sujeitos do ato linguageiro. Neste estudo, temos como hipótese que os sujeitos (EUe; TUd) envolvidos no discurso produzido pelas obras investigadas parecem instaurar uma coconstrução de sentido. Como fundamentação teórico-metodológica primordial, optamos pela Semiolinguística (CHARAUDEAU, 2004, 2005, 2016 e 2017), já que permite uma proposta de análise do discurso que visa a uma observação acerca dos mecanismos de articulação entre produções textuais/discursivas e atores sociais, neste caso, a sociedade e o contexto nos quais estão inseridos os livros ilustrados em tela e o seu público leitor.

Palavras-chave: Representações;  Identidade; Transexualidade; Contos ilustrados; Estratégias de leitura.

Produto ou marca à venda? Estratégias de captação e de credibilidade na propaganda #maternidadesemjulgamento da O Boticário - Giselle de Souza Reis Coutinho (UFF)

O texto publicitário tem, normalmente, como uma de suas características principais, a utilização de estratégias para construir um imaginário no qual o público-alvo será o principal beneficiário a partir, logicamente, da aquisição de um produto oferecido pela empresa em questão (CHARAUDEAU, 2018a). Essa compreensão do gênero contribui para que o seu ensino e estudo, muitas vezes, focalizem nas estratégias que as marcas usam para convencer o destinatário de que necessita obter o produto oferecido. No entanto, entendemos que as campanhas publicitárias mais recentes, como a da empresa O Boticário para os dias das mães, não focalizam na venda de um objeto em específico, mas na exaltação da marca em si, projetando um ethos (CHARAUDEAU, 2018b). Assim, é a partir dessa hipótese que esta pesquisa busca investigar, com base, principalmente, nos pressupostos da Semiolinguística do Discurso de Patrick Charaudeau, o processo de Semiotização de Mundo (2007) do vídeo publicitário intitulado #Maternidadesemjulgamento da O Boticário, além verificar o acionamento de Imaginários Sociodiscursivos (2018) ressignificados sobre a maternidade, com o objetivo de produzir efeitos de sentidos que podem contribuir para a captação do público-alvo. Buscamos, então, estudar, a partir do propósito prototípico de uma publicidade, qual é a estrutura desse novo formato de propaganda e quais são os efeitos de sentido visados. Para isso, partiremos, também, dos pressupostos sobre ícone, índice e símbolo de Charles Sanders Peirce (2010), a fim de verificar a importância das imagens expostas no vídeo para a produção dos significados veiculados no texto, tendo em vista o seu caráter verbal e não verbal.  Esperamos, com isso, não só entender os mecanismos discursivos utilizados na publicidade atual, como também contribuir para o estudo desse gênero na academia e no ensino básico.

Palavras-chave: Semiolinguística; Ensino; Semiotização de mundo; Imaginários; Publicidade.

A patemização pelo viés da Semiolinguística em capas da Veja sobre a pandemia de Covid-19 - Ilana da Silva Rebello (UFF)

Este trabalho, baseando-se, sobretudo, em Charaudeau (2007, 2008, 2010), Emediato (2007) e Gouvêa (2017), investiga a patemização em capas da Veja, disponíveis no site da revista, dos anos de 2020 e 2021, sobre a pandemia do coronavírus. Pelo viés da Semiolinguística, a emoção é estudada a partir dos efeitos visados, do processo discursivo pelo qual a emoção pode ser suscitada. Parte-se da hipótese de que a Veja apela diretamente para as emoções do sujeito destinatário, provocando a espetacularização da notícia e, consequentemente, produzindo polêmica. Nesse sentido, o estudo aponta que as capas da Veja funcionam como uma espécie de “espelho social”, ao concretizarem o projeto previamente planejado de construção de sentidos, quer lógicos, ideológicos, emocionais, estéticos quer de outra natureza do Eu-comunicante.

Palavras-chave: Semiolinguística; patemização; capas da Veja; pandemia de Covid-19.

GRUPO 5

DA SEMIOLINGUÍSTICA NA ESCOLA I

Link:  https://meet.google.com/scx-ywnb-azb 

Mediação:
Profa. Dra. Eveline Cardoso (UERJ/ GPS-LEIFEN)

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Leitura e Semiolinguística: aplicação de ensino em sala de aula a partir do gênero romance de aventura - Gisele Arruda Eckhardt (UFF) e Douglas Araújo (UFF)

Este trabalho apresenta uma proposta de ensino de leitura, com vistas ao desenvolvimento socioemocional a partir do gênero romance de aventura para turmas do 7º ano do ensino Fundamental da educação básica. Tendo como escopo a Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso de Patrick Charaudeau (1993; 2015; 2016), sobretudo, os pressupostos que abarcam o processo de semiotização do mundo, sujeitos da linguagem e a concepção de gêneros situacionais, o objetivo geral desta pesquisa consiste em estimular a reflexão e a expressão de afetos do discente a partir da prática de leitura a fim de despertar  seu interesse pelo tema em questão; ampliar suas competências discursivas relativas à leitura e escrita; desenvolver suas habilidades orais e de escuta, bem como; fazê-lo refletir sobre o seu o papel enquanto cidadão, dentro de sua comunidade. Dessa forma, por meio da abordagem qualitativa, dos pressupostos da sequência didática nos moldes de Dolz et al (2004), este trabalho contribui para o ensino, uma vez que espera-se desenvolver o fazer crítico do alunado, ampliando sua competência de leitura e compreensão de texto, assim como, valorizando o exercício da oralidade, de modo que contemple o que nos orienta a BNCC e os PCNs. Ademais, espera-se desenvolver a empatia do educando por meio do exercício da escuta ativa e diálogo sobre temáticas que fazem parte do seu repertório cultural, de modo que os valores aprendidos por meio da leitura, seja disseminado para além dos muros da escola (SIBILIA, 2012): sua casa, sua rua, seu bairro e sua comunidade.

Palavras-chave: Semiolinguística; Leitura; Ensino.

A BNCC e o ensino de língua portuguesa: contribuições da Semiolinguística para as práticas de leitura de textos do campo jornalístico-midiático - Antônio Aílton Ferreira de Cerqueira (UFPI)

Este trabalho consiste num recorte de pesquisa de doutorado realizada junto ao Programa de Pós-graduação em Letras da UFPI. Aqui, a proposta é fazer uma reflexão, a partir da Teoria Semiolinguística do Discurso, sobre as habilidades de Língua Portuguesa relacionadas à leitura de textos jornalísticos e publicitários estabelecidas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Essa escolha surgiu a partir da homologação, em 2018, da BNCC, documento oficial que define o conjunto de aprendizagens essenciais em todas as etapas da Educação Básica e que destacou, tanto para o Ensino Fundamental quanto para o Ensino Médio,as práticas de leitura do campo jornalístico-midiático. Como objetivo geral, este artigo pretende avaliar como a Base Nacional relaciona as práticas de leitura às características e ao impacto de gêneros jornalístico-midiáticos. Em Charaudeau (2016, 2018) estão as principais bases teóricas deste artigo, mas também é importante destacar as contribuições de Bordieu (1997) e, em especial, Soares (2014) e Felitzen (2014), autores que estabelecem uma relação entre educação e comunicação. De forma sintética, os resultados dessa investigação reforçam a convicção de que a abordagem teórico-metodológica da Semiolinguística tem potencial para contribuir para a atuação dos professores, os quais, além da análise linguístico-semiótica, para garantir o domínio dessas habilidades nos estudantes, deverão propiciar discussões sobre aspectos mercadológicos do campo jornalístico-midiático, sobre democratização da comunicação, sobre pós-verdade e sobre a importância da prática de curadoria, por exemplo.

Palavras-chave: Ensino; leitura; semiolinguística; discurso.

Gêneros discursivos e ensino: um passeio chargístico guiado pela Semiolinguística - Eveline Coelho Cardoso (UERJ)

Como professores de língua materna, conhecemos bem a importância do conceito de gêneros discursivos e sabemos das diversas perspectivas teóricas envolvidas em sua investigação. O documento curricular oficial brasileiro (BNCC, BRASIL, 2018) põe em destaque esse fato, preconizando que a participação dos estudantes em situações de escuta e manipulação de diferentes gêneros discursivos se inicie já na Educação Infantil, na faixa etária de zero a um ano e seis meses, por meio do contato com poemas, fábulas, contos, receitas, quadrinhos, anúncios etc. Na conhecida fórmula bakhtiniana (1992), que perpassa as principais tendências de estudo dos gêneros, a relativa estabilidade desses tipos de enunciados lhes garante traços peculiares em cada esfera de utilização da língua. Com efeito, a importância pedagógica dos gêneros reside exatamente neste ponto: eles põem em jogo o domínio de uma gama de formas, funções e experiências de sentido indispensáveis à leitura, à compreensão e à produção de textos nas mais diversas situações de uso da linguagem verbal e não verbal. Na perspectiva semiolinguística, Charaudeau (2004) nos propõe uma análise dos gêneros discursivos ancorada na observação dos níveis de organização do fato linguageiro que subjazem à materialidade do texto. Dois pressupostos básicos se destacam: o de um querer dizer intencional dos sujeitos e o de sua submissão a restrições da situação comunicativa, que, por sua vez, configura e impõe uma relação contratual entre os sujeitos. Com base nisso, propomos, neste trabalho, uma análise de três charges contemporâneas dos cartunistas brasileiros Rodrigo Brum, Amarildo e Zé da Silva, com vistas ao exame das cláusulas do contrato comunicativo jornalístico/midiático (CHARAUDEAU, 2010). Pretendemos relevar como esse gênero típico do universo dos quadrinhos direciona as visadas de informação e captação a partir do diálogo intertextual com os fatos do noticiário e também com outros gêneros discursivos em sua verbo-visualidade.

Palavras-chave: Semiolinguística; gêneros discursivos; charge; ensino.

Leitura, Análise linguístico-discursiva/semiótico-discursiva Isto é gaslighting? Uma análise descritiva do imaginário sociodiscursivo da loucura sobre o feminino em capas da revista “Isto É” - Alessandro Alves dos Santos – UFF

A presente comunicação, ao propor uma aplicação da Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso com o ensino, de modo a promover possibilidades de proficiência leitora, pretende analisar, por intermédio de um corpus de quatro capas da revista Isto É, sob um eixo temporal diacrônico, a manifestação do discurso gaslighting contra a mulher, calcada no existente imaginário sociodiscursivo da loucura historicamente atribuída a ela (FOUCAULT, 1978). Como o gênero textual capa de revista (CORADO, 2010) é construído por intermédio da linguagem verbo-visual, priorizaremos, de acordo com a nossa temática, o modo descritivo de organização do discurso, semiotizado pelos signos linguísticos e imagéticos adjetivos, cuja análise será pautada, sobretudo, nos estudos de Charaudeau (2005; 2008; 2016; 2017; 2018) e de Barthes (1990), respectivamente. Por meio desse arcabouço teórico, pretende-se investigar, de acordo com as características do gênero em questão, que faz parte do domínio discursivo das mídias (CHARAUDEAU, 2019), como os signos verbais e visuais engendram, conjuntamente, o discurso gaslighting (SARKIS, 2019). Este discurso é posto em prática por certas pessoas – em sua  maioria, homens – que visam, por sua característica de manipulação e de distorção recorrentes dos fatos, a fazer a mulher interpretante crer, de forma tácita, no sentido de mantê-la sob controle, que não seria naturalmente capaz ou responsável por seus próprios atos pelo simples fato de ser mulher. Tal análise se centrará em comprovar a hipótese de que esse tipo de discurso ultrapassa – de forma consciente ou inconsciente –, as relações amorosas, reverberando, inclusive, nos discursos sociais, entendendo que tal discurso manipulador e nocivo, por parte de Isto É, é utilizado contra a mulher sob diversas intencionalidades como possível mecanismo discursivo de disseminação e de manutenção, em larga escala, da ideologia patriarcal defendida pelas mídias hegemônicas.

Palavras-chave: Semiolinguística; Descrição; Mulher; Gaslighting; Capa de revista.

GRUPO 6

DA SEMIOLINGUÍSTICA NA ESCOLA II

Link: https://meet.google.com/bmw-qned-sth

Mediação:
Prof. Dr. Rafael Guimarães (IFRJ/GPS-LEIFEN)

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(Des)encontro de vozes: o uso da citação em redações do Enem - Rafael Guimarães Nogueira (IFRJ) e Margareth Andrade Morais (IFRJ)

Reafirmando a importância da pesquisa e do ensino da argumentação e, em específico, do gênero redação escolar, a proposta desta comunicação é  analisar o emprego de citações diretas e indiretas em redações nota 1000 das edições de 2020 e 2021 do Exame Nacional do Ensino Médio. O corpus desta pesquisa é, pois, constituído das 18 redações divulgadas nos sites G1 e Guia do Estudante, nos quais tais textos são apresentados como um modelo de expressão. Como fundamento teórico-metodológico, serão entrelaçadas as contribuições da Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, principalmente os pressupostos de Charaudeau (2008), aos postulados da Linguística de Texto, tendo como principal fonte Koch e Elias (2016) e Marcuschi (2008). Assim, almeja-se fomentar práticas para aprimorar o ensino de argumentação na educação básica no que tange à redação escolar e à citação como estratégia argumentativa.

Palavras-chave: Citação; Redação Enem; Argumentação.

As categorias de “Personne” e “Mostration” no ensino de pronomes em aulas de língua materna para o ensino médio - Leonardo Coelho Corrêa Rosado (UFMG)

O presente trabalho objetiva demonstrar como algumas categorias de língua, propostas por Charaudeau (1992) em sua “Grammaire”, podem ser usadas no ensino de língua portuguesa, no ensino médio, visando desenvolver as habilidades de leitura e interpretação de textos e de análise linguístico-discursiva. O nosso foco foi nas categorias de “Personne” e de “Monstration” para tratar do ensino de pronomes. A partir da aplicação in loco das categorias apresentadas em aulas de língua portuguesa para turmas de 2a e 3a séries do Ensino Médio, de uma escola particular de Belo Horizonte, ficou demostrada a operacionalidade dessas categorias para o ensino de pronomes. Além de tornar a abordagem dos pronomes mais “real”, já que o pressuposto básico da Teoria Semiolinguística é a relação entre linguagem e sociedade, tais categorias se mostraram mais operacionais do que o ensino tradicional dos pronomes, calcado na gramática tradicional e normativa. Assim, o ensino de língua materna pode ganhar bastante ao se utilizarem as categorias da “Grammaire”, pois seu foco é a expressão e o sentido e não classificação e a normatização pura e simples.

Palavras-chave: Teoria Semiolinguística; Ensino de Língua Materna; Categorias de língua; Pronomes.

O que vela e revela o livro didático: uma análise semiolinguística da representação do aluno na seção apresentação - Ana Carolina dos Santos (UFF)

Ainda que os avanços tecnológicos tenham possibilitado uma evolução nas ferramentas a serviço da educação, o livro didático permanece em lugar prioritário no que tange aos recursos pedagógicos utilizados em sala de aula, sendo, portanto, motivo de estudo para diversas áreas do conhecimento. Isto posto, esta pesquisa tem como corpus dois livros didáticos de Língua Portuguesa, correspondentes ao 9º ano do Ensino Fundamental e produzidos pela mesma editora (FTD): Panoramas (Cristina Tibiriçá Hülle/Angélica Alves Prado Demasi, 2019) e Tecendo Linguagens (Tania Amaral Oliveira/Luci Aparecida Melo Araújo, 2018-PNLD). A finalidade do trabalho é analisar, à luz da Teoria Semiolinguística do Discurso, os diferentes imaginários sociodiscursivos que a seção “Apresentação” evoca no tocante à apreensão do aluno pelas autoras. Observa-se que, para os alunos de instituições públicas, a Apresentação do livro didático evoca um destinador que precisa se apropriar da língua portuguesa para, sobretudo, interagir. Já para os alunos de instituições privadas, a seção consolida um TU em busca de novas realizações e de diferentes relações com a linguagem. A partir das contribuições de Charaudeau (2001; 2005; 2009; 2018) identificaremos as estratégias de produção da referida seção, assim como a responsabilidade das representações sociais na construção identitária dos alunos do ensino público e do ensino privado.

Palavras-chave: Representações sociais; Semiolinguística; Imaginários sociodiscursivos; Livro didático.

Proposta de análise semiolinguística do discurso do representante do Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) : imaginários em torno da profissão secretarial no evento “Primeiro Ciclo de Palestras - Secretariado 4.0” - Isabela Inês Lemos Ferreira (UFV) e Ana Carolina Gonçalves Reis (UFV)

O termo Secretariado 4.0, derivado de Indústria 4.0 diz respeito ao desempenho da profissão na chamada “Quarta Revolução Industrial”, originada da  integração das máquinas e digitalização dos processos no cotidiano profissional. Com o objetivo de compreender a configuração retórico-discursiva em relação ao Secretariado 4.0, este trabalho propõe uma análise semiolinguística de uma preleção  realizada no “Primeiro Ciclo de Palestras — Secretariado 4.0”, ocorrido em 27 de setembro de 2019.  Tratou-se este de um evento promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) do governo brasileiro em celebração ao “Dia da Secretária”. Em termos específicos, nosso intuito é  analisar o discurso de abertura de tal evento, proferido pelo Senhor Celestino Todesco, Chefe de Gabinete do MCTIC, na ocasião, representando o Ministro Marcos Pontes. Objetiva-se compreender os imaginários sociodiscursivos concernentes ao profissional de secretariado mobilizados pelo sujeito comunicante em seu projeto de fala. A fim de alcançar esse propósito, tencionamos definir os sujeitos em interação no ato linguageiro, segundo os pressupostos da Teoria Semiolinguística de Patrick Charaudeau. Realizou-se a seleção e a transcrição do corpus, por meio de parâmetros metodológicos pré-definidos. Uma análise inicial do objeto de estudo nos aponta o reforço de imagens cristalizadas atribuídas à (especificamente) profissional e à profissão secretarial. Financiada pela FAPEMIG, esta pesquisa de Iniciação Científica pode possibilitar compreender questões representacionais reproduzidas pelo Ministério em questão, este representante, consequentemente, do governo do país. Com o desenvolvimento deste estudo pretendemos contribuir, também, com a proposição de um instrumental teórico-metodológico para possibilitar a análise de imagens concernentes a outras profissões na chamada Quarta Revolução Industrial.

Palavras-chave: Teoria Semiolinguística. Imaginários. Secretária.

Inscrições

Para receber informações sobre o evento e, após a participação, obter o certificado de 8h, clique no link abaixo. Será necessário também preencher, no dia, o formulário para registrar a frequência.

Para mais informações,
envie um e-mail para leifen.uff@gmail.com.

Você também pode enviar sua mensagem clicando no botão abaixo:

Programação

Manhã   (9:30 – 12:00)
Link para acesso: https://youtu.be/na21FTfVUK8
9:30
ABERTURA 
Do Texto ao Texto: 30 anos da “Gramática do sentido e da expressão”

Profa. Dra. Beatriz Feres (UFF/GPS-LEIFEN)
Profa. Dra. Rosane Monnerat (UFF/GPS-LEIFEN)

10:00
CONFERÊNCIA
Conhecer, dizer, significar: a natureza da língua e suas implicações pedagógicas

Prof. Dr. José Carlos de Azeredo

Mediação:
Profa. Dra. Rosane Monnerat (UFF/GPS-LEIFEN)
Profa. Dra. Nadja Pattresi (UFF/GPS-LEIFEN)

Tarde (14:00 – 16:00)
Link para acesso: https://youtu.be/N3uCDSdL2TA
14:00
MESA-REDONDA
Consciência morfossintática e produção de sentidos: experiências de um ensino de gramática em três eixos
Profa. Dra. Silvia Rodrigues Vieira (UFRJ)

Mediação:
Profa. Dra. Beatriz Feres (UFF/GPS-LEIFEN)
Profa. Dra. Patricia Neves Ribeiro (UFF/GPS-LEIFEN)

SESSÕES DE COMUNICAÇÃO (16:30 – 18:00)
Escolha um dos grupos para participar e acesse o link correspondente.

Do texto ao texto

GRUPO 1

DAS PRÁTICAS ARGUMENTATIVAS I

Link: https://meet.google.com/ehf-ouvv-stu 

Mediação:
Prof. Dr. Welton Pereira (UFF/GPS-LEIFEN)

***Clique no título para saber mais sobre o trabalho***

Argumentação: gerenciando razão e emoção em texto midiático - Maria Aparecida Lino Pauliukonis (UFRJ) e Eliane Mello Lima (CPII)

Este trabalho tem como fundamentação teórica a semiolinguística de Patrick Charaudeau, expressa em sua “Grammaire du sens et de l´expréssion”, que adota a perspectiva pragmática enunciativa e concebe a linguagem como um ato de encenação que visa à argumentação. Assim, serão analisados o quadro contratual de comunicação estabelecido e as marcas linguísticas da enunciação encarregadas de suscitar emoção e provocar efeitos persuasivos que influenciam o destinatário. Serão estudados índices encontrados em um texto midiático, publicado por ocasião do pico da pandemia do Coronavirus, no Brasil, responsáveis pela persuasão e sedução do leitor, bem como será analisada a força desses elementos no convencimento do destinatário, envolvendo-o emocionalmente. Isso será feito por meio do exame de diversas estratégias de manipulação discursiva, que determinam a força do ato de linguagem argumentativo, – comparado com outros atos de organização do discurso, como o narrativo e o descritivo-,e que são utilizadas com o fim de se conseguir a adesão às teses explícitas ou implícitas.

Palavras-chave: argumentação; enunciação; subjetividade; patemização.

Análise semiolinguística de um corpus anotado manualmente contendo comentários odiosos - Welton Pereira e Silva (UFF)

Este trabalho apresenta os resultados da análise semiolinguística de comentários feitos na rede social Facebook que compõem um corpus anotado manualmente. Os comentários apresentavam enunciados que deviam ser classificados como discurso de ódio (quando havia comentários preconceituosos contra um grupo determinado), discurso violento (quando havia violência verbal, mas não destinada necessariamente a algum grupo-alvo) ou discurso não violento (quando não havia violência verbal). A tarefa foi empreendida por cinco anotadores voluntários. Notamos um baixo índice de concordância entre os anotadores acerca dos comentários que evidenciavam discursos de ódio ou violência verbal. Alguns comentários selecionados foram analisados de maneira qualitativa, a partir da Semiolinguística do discurso, nomeadamente no que concerne às estratégias de construção do ethos e da visada de patemização (CHARAUDEAU, 2005; 2008; 2010). Na análise, procuramos tecer considerações acerca das construções argumentativas que, levando em consideração os imaginários sociodiscursivos compartilhados pelos anotadores, são consideradas como expressão de ódio por alguns deles, enquanto outros os classificam como violentos, mas não odiosos, ou apenas expressão de opinião dos enunciadores. Os resultados apontam para uma urgente necessidade de as características linguístico-discursivas do discurso de ódio serem trabalhadas desde a educação básica, de modo que nossos estudantes possam aprender a perceber em que ponto se inicia a violência verbal e termina a livre expressão de pensamento.

Palavras-chave: discurso de ódio; ethos; pathos.

Construção do ethos em outdoors de cunho político: argumentação e multimodalidade sob um viés semiolinguístico em diálogo com o ensino - Luciana Abrahão Passos Faht (UFF/UFRJ)

Este estudo parte da análise de anúncios em outdoors nos quais se verificam propagandas políticas contra a reeleição do atual presidente Bolsonaro e também contra a do ex-presidente Lula. Para tanto, recorre-se à Semiolinguística do Discurso, de Patrick Chauraudeau (2007; 2009; 2018; 2019), que serve de base teórica e metodológica a esta pesquisa, ao lado de outros pesquisadores, como Silva (2020), Silva e Marchon (2021), Fiorin (2016), Ducrot (1987), Gouvea (2022) e Costa (2013). De forma mais específica, escolheram-se os seguintes pressupostos da teoria: o esquema básico argumentativo, a análise argumentativa multimodal e a criação do ethos do enunciador. Partindo da análise de quatro textos, sendo dois anúncios contrários a Bolsonaro e dois anúncios contrários a Lula, propõe-se compreender como a multimodalidade e a organização argumentativa contribuem para a consolidação de determinados ethé discursivos (de enunciadores contra Lula e Bolsonaro). Sumariamente, foi percebido que, tanto nos discursos contrários a Bolsonaro, quanto nos contrários a Lula, são construídos ethé de potência. Nos discursos contrários a Bolsonaro, também foi evidenciada a construção do ethos de competência. As reflexões que eles suscitam poderão contribuir, ao menos parcialmente, para a compreensão do perfil esperado para determinado eleitorado a partir dos dizeres que o representam. Além disso, tenciona-se, com base nesses resultados, apresentar uma ponte com o ensino de Língua Portuguesa, revelando o quanto as ferramentas da Semiolinguística (sobretudo a mecânica do modo argumentativo) ajudam a compreender os propósitos de persuasão do enunciador mesmo em gêneros cuja materialidade textual é constituída de elementos nominais e frases, formalmente, desconexos.

Palavras-chave: Discurso político; Semiolinguística; argumentação multimodal; ethos; ensino.

Representações argumentativas em sermões orais de pastores evangélicos de Alagoas - Max Silva da Rocha (UFPI) e João Benvindo de Moura (UFPI)

A argumentação é um recurso linguageiro capaz de fornecer ao orador meios racionais e emotivos, a fim de que possa negociar as diferenças com o seu auditório acerca de uma questão conflituosa. No discurso religioso cristão, por exemplo, a argumentação é um fator imprescindível, seja para manter e ampliar a adesão outrora conquistada, seja para recrutar novos membros para o rebanho da cristandade. Partindo dessas ponderações, nosso trabalho tem como principal objetivo compreender de que maneira oradores evangélicos de Alagoas se utilizam de estratégias argumentativas com o objetivo de persuadir o auditório. Nosso campo de estudo parte da argumentação retórica com as contribuições atuais do quadro teórico-metodológico da análise do discurso francesa contemporânea. Assim, categorias como ethos, logos e pathos são trabalhadas numa concepção discursiva. O nosso corpus é composto por sermões orais de oradores protestantes de Alagoas. Esse material foi adquirido na plataforma virtual do YouTube e, sem seguida, transcrito com normas específicas dos estudos conversacionais. Acerca dos postulados teóricos, servimo-nos de alguns autores, a exemplo de Amossy (2020), Aristóteles (2011), Charaudeau (2019), Fiorin (2017), Maingueneau (2010), Meyer (2007), Moura (2020), Perelman e Olbrechts-Tyteca (2014), Reboul (2004), Rocha (2022), entre outros. Após as análises realizadas, podemos compreender que o fazer argumentativo dos oradores evangélicos está fundamentado na credibilidade da imagem de si, no encandeamento racional de argumentos e nas visadas passionais. Esses recursos discursivos insuflaram a argumentação dos referidos oradores, produzindo diferentes efeitos de sentido nos sermões orais estudados.

Palavras-chave: Argumentação; Discurso; Persuasão; Sermão oral.

GRUPO 2

DAS PRÁTICAS ARGUMENTATIVAS II

Link: https://meet.google.com/skc-bwag-bym

Mediação:
Profa. Dra. Glayci Xavier (UFF/GPS-LEIFEN)

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Pandemia em capas de revista: multimodalidade e argumentatividade sob a ótica semiolinguística - Isabella da Rocha Pontes (UFF) e Glayci Kelli Reis da Silva Xavier (UFF)

O mundo em 2019 conheceu um inimigo invisível, mas forte o suficiente para causar danos intensos: o novo coronavírus. Por isso, esse agente biológico e a doença causada por ele, a Covid-19, tornaram-se tema constante em pesquisas, notícias, reportagens, postagens em redes sociais, conversas no dia a dia e, consequentemente, nas atividades do espaço escolar. Considerando que a argumentatividade é inerente ao discurso e que, nas variadas situações de comunicação, em maior ou menor grau, fazemos uso de estratégias argumentativas, o presente trabalho tem como objetivo principal investigar os recursos linguístico-discursivos e as estratégias de argumentação presentes em capas de revista publicadas durante esse período complexo, cujo tema principal foi a própria pandemia. São analisadas no trabalho três capas de revistas distintas, mostrando diferentes perspectivas do acontecimento. A base teórica principal é a Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, de Patrick Charaudeau, em interface com a Argumentação no discurso, de Ruth Amossy. Por meio desta pesquisa, percebeu-se que, apesar de as capas não apresentarem uma estrutura argumentativa canônica, o projeto de influência encontra-se de forma implícita, conduzindo a leitura em determinada direção.

Palavras-chave: Argumentação; Semiolinguística; Multimodalidade; Pandemia; Covid-19.

A-COR-DA, Pedrinho: um ensino antirracista é possível. Um estudo acerca dos memes e da argumentação - Vívian Lúcia Xavier Pereira (UFF) e Janayna Rocha da Silva (UFF)

As Leis 10.639/2003 e 11.645/2008 marcaram as implementações dos estudos da história e cultura afro-brasileira e indígena, como obrigatórios, no ensino fundamental e médio, nos sistemas públicos e privados. Desde o mesmo período, as metodologias aplicadas em sala de aula vêm sofrendo transformações, em decorrência da ascensão das tecnologias digitais. As práticas de ensino contam, cada vez mais, com a inserção de textos multissemióticos, a fim de caminharem paralelamente com o letramento digital. “Ser letrado hoje não é garantia que seremos letrados amanhã” (Coscarelli, 2016), assim, com objetivo de desenvolver o ensino antirracista de forma dinâmica e atraente, o corpus delimitado sustenta-se em memes que revelam a importância e a necessidade do ensino antirracista dentro e fora das telas. À vista disso, pela perspectiva da Linguística Textual coadunada com a Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, a abordagem será motivada pelos entendimentos de Koch (2015), relacionados ao conceito de hipertexto; articulação linguística em ambiente virtual, a partir da concepção de Santaella (2009), associados aos moldes da argumentação postulados por Charaudeau (2016), Koch e Elias (2018) e Fiorin (2018), buscando apontar que a não determinação de espaço, a multilinearização e a multissequenciação, embora sejam virtuais, são superfícies não táteis que fazem parte da realidade do ensino.

Palavras-chave: Memes; ensino antirracista; argumentação; hipertexto.

Representações da identidade negra em livros infantis: análise linguístico-semiótico-discursiva da relação palavra-imagem - André Marques da Silva (UFF) e Júlia Vieira Correia (UFRJ)

Este trabalho propõe uma análise semiolinguageira da representação e/ou representatividade da identidade negra em livros ilustrados/com ilustração, destinados, prioritariamente, ao público infantil. Para tanto, alguns conceitos teóricos fundamentam esta análise, quais sejam, o duplo processo de semiotização do mundo, contrato de comunicação, imaginários sociodiscursivos raciais, modos de organização do discurso e a dimensão argumentativa do narrar. Partimos da tese de que a cultura letrada em países colonizados constitui-se de letramentos hegemônicos que, diacronicamente, constroem e legitimam imaginários e estereótipos de grupos étnico-raciais que são historicamente excluídos dos espaços simbólicos de poder. Por essa razão, analisar como a identidade negra é representada na literatura é uma maneira de promover um debate sobre letramento racial e de desenvolver práticas de leitura para uma educação antirracista. Como Feres (2019), partimos do pressuposto de que a instância de produção (EUc), a partir do seu projeto do dizer, pode engendrar no modo narrativo uma argumentação implícita com estratégias de persuasão que, em nosso objeto de análise, são responsáveis por desconstruir ou por naturalizar o discurso racista na literatura. Para analisar a materialidade verbo-visual e sua dimensão argumentativa no modo narrativo, além da Semiolinguística, fundamentada em Charaudeau (2008, 2016), recorremos ao aporte teórico da Linguística de Texto com Koch (2001) e Koch e Elias (2020) e a outras correntes representadas por Amossy (2011, 2018), Cavalleiro (2001), Fanon (2008) e Street (2014). Para a realização de uma análise qualitativa, seleciona-se um corpus constituído pela obra  “O Pequeno Príncipe Preto” (FRANÇA, 2020) e de três edições diferentes do conto “Como se fosse dinheiro” (ROCHA, 1994, 2002, 2010). A partir dessa investigação qualitativa, analisamos como as relações palavra-imagem desconstroem e/ou reconstroem estereótipos e imaginários raciais da identidade negra em livros considerados prioritariamente infantis.

Palavras-chave: Semiolinguística; Linguística de Texto; Representações da identidade negra; Imaginários sociodiscursivos; Literatura Infantil.

A Semiolinguística desvenda o mistério do pavão: um olhar sobre a metáfora da diversidade em João Gibão no remake de "Saramandaia" - Murilo Alberto Martins Silva (UFF)

Este trabalho aborda como a diversidade é representada, a partir do personagem João Gibão, dentro da trama do remake de Saramandaia. Exibida na faixa das 23 horas, Saramandaia foi a refilmagem da clássica trama criada por Dias Gomes, originalmente exibida em 1976, período marcado pelo regime ditatorial militar. O autor utilizou metáforas em uma narrativa de realismo fantástico para debater questões políticas e sociais em seu enredo. No caso remake, o contexto em que a obra foi exibida já não se tratava mais de uma ditadura, mas de um regime democrático que buscava intensificar pautas progressistas e ascender discussões acerca de diversidade na sociedade, isso possibilitou que novas leituras fossem feitas para as metáforas concebidas por Dias Gomes, mas agora sob responsabilidade de Ricardo Linhares, que deu roupagem nova para os personagens e os inseriu em uma realidade mais adequada ao período em que o folhetim fora exibido, como a inserção da tecnologia informacional, por exemplo. A história da telenovela se desenvolve a partir do conflito entre um grupo de personagens conservadores e um com pensamentos progressistas, liderado pelo João Gibão. Porém, o que chama atenção na trama é a peculiaridade de alguns personagens, como é o caso de João Gibão, que esconde um par de asas por baixo de seu gibão de couro. A forma como os habitantes da cidade lidam com a estranheza de João Gibão marca uma leitura acerca da metáfora da diversidade. Tomando a Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, de Charaudeau, como base para a investigação deste trabalho, buscamos compreender o contrato de comunicação que rege a telenovela enquanto texto, os imaginários envolvidos na construção da personagem em questão, o uso da patemização como estratégia de captação no ato de linguagem abordado e o contexto a nível situacional que influencia diretamente na recepção do público.

Palavras-chave: Telenovela; Narrativa; Imaginários; Discurso de ódio.

GRUPO 3

DA EXPRESSÃO AO SENTIDO I

Link: https://meet.google.com/fyc-fwbi-ofo

Mediação:
Profa. Dra. Beatriz Feres (UFF/GPS-LEIFEN)

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Um estudo semiolinguístico em “Canto dos Malditos”: do ethos ao imaginário sociodiscursivo - Francisco Herbert da Silva (UFPI) e João Benvindo de Moura (UFPI)

Este trabalho tem como objetivo analisar o ethos e os imaginários sociodiscursivos presentes na autobiografia do escritor brasileiro Austregésilo Carrano Bueno, intitulada “Canto dos Malditos”, publicada em 1990 e que inspirou o filme Bicho de sete cabeças (2000). Nossa principal base teórica é a Análise do Discurso Semiolinguística. Trata-se de uma pesquisa descritiva e interpretativa, cujo corpus foi composto por sequências discursivas extraídas da referida obra, na qual o autor relata o período em que esteve internado em manicômios. Os resultados mostram circunstâncias de discurso cujo cenário denuncia o tratamento desumano aplicado a usuários de maconha, mães solteiras, homossexuais, dentre outros, internados junto com pacientes crônicos sendo obrigados a ingerir medicamentos, submetidos a torturas e rejeitados pela sociedade. No tocante aos imaginários sociodiscursivos, observamos a recorrência de saberes de crença, ancorados em saberes de opinião comum, relativa e coletiva. As avaliações, apreciações e julgamentos são constantes na obra. A narrativa descontrói, pelo menos, dois imaginários bastante comuns em nossa sociedade: (1) usuários esporádicos de maconha são considerados dependentes químicos; (2) clínicas de reabilitação são lugares íntegros, seguros e eficazes. Em relação ao ethos, identificamos na narrativa as representações imagéticas que nos direcionam para os seguintes ethé: o ethos de viciado, ethos de rebelde, ethos de mau, ethos de excluído, por exemplo. Concluímos que a obra revela várias imagens (ethé) do autor, além de expor imaginários sociodiscursivos que são compartilhados frequentemente pela sociedade contemporânea.

Palavras-chave: Discurso; semiolinguística; ethos; imaginários sociodiscursivos.

Imagens do feminino na publicidade: #SouMaisQueUmRotulo - Roberta Viegas (UFF) e Gleici Heringer (UFF)

Corpo e comportamento femininos sempre foram alvos de dominação social, uma vez que a virgindade, a maternidade e os ideais de beleza feminina (cor da pele, peso, busto e quadril) visavam, quase sempre, atender aos anseios masculinos e às exigências que a sociedade patriarcal impõe. Na publicidade, a mulher sempre foi objetificada e padronizada, cumprindo a função de superfície visual e corporal, inscritas em modelos: a bela, a sensual, a mãe, a recatada… Porém, o feminismo tem provocado, certa libertação parcial da cultura androcêntrica na forma de representar as mulheres, possibilitando que se produza uma escrita de si. Hoje, a maneira de ver a mulher pode ser percebida em diversos gêneros textuais, principalmente naqueles ligados à publicidade, espaço fecundo para (re)produção de imaginários e estereótipos. Este estudo, pautado na Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, analisa a campanha publicitária da marca de cosméticos Natura, intitulada “Viva sua beleza viva”, sob o mote #SouMaisQueUmRotulo, de 2019, com o intuito de evidenciar a discursivização da mulher na publicidade atual e demonstrar como essa discursivização projeta um destinatário construído para atender a um universo existente no plano publicitário. Partindo de um texto verbo-visual, pretende-se verificar como a interação palavra e imagem cria um universo de discurso que abriga corpos e comportamentos femininos condizentes com ideologias propícias a valores que o enunciador associa à sua marca/produto. Parte-se do pressuposto de que, por meio da imagem/representação projetada na publicidade, constrói-se um imaginário discursivo que colabora para a extensão/expansão do discurso feminista, de desconstrução dos estereótipos sociais sobre o corpo e de valorização da diversidade. A análise será fundamentada em estudos interdisciplinares: Análise Semiolinguística (CHARAUDEAU, 2010; 2017); Comunicação Social (RIBEIRO, 1995); Teoria das Representações Sociais (MOSCOVICI, 2007; JODELET, 2001); e Estudos Culturais sobre Gênero e Identidade (HOOKS, 2019; BOURDIEU, 2019; BUTLER, 2007; SAFFIOTI 1994).

Palavras-chave:

Análise do Discurso; representação feminina; publicidade; diversidade.

Os imaginários sociodiscursivos anticomunistas nas redes sociais - Dalila Maria Silva de Macêdo (NEPAD/UFPI)

Este trabalho propõe-se a analisar os imaginários sociodiscursivos presentes em memes que abordam o anticomunismo nas redes sociais. Para tanto, utiliza como referencial teórico-metodológico a Análise do Discurso Semiolinguística de Patrick Charaudeau, com ênfase na noção de imaginários sociodiscursivos, enquanto representações sociais. O corpus foi composto por três postagens retiradas de perfis de direita de uma das principais redes sociais da atualidade, o Facebook, publicadas nos anos de 2021 e 2022. Os resultados mostraram que os memes se apresentam como o gênero discursivo mais comentado e compartilhado na sociedade contemporânea, revelando imaginários sociodiscursivos de que os comunistas são hipócritas por usufruírem dos bens de consumo capitalistas e de que o principal problema a ser combatido na atualidade é a “ameaça comunista” responsável pelas mazelas sociais e usurpador da liberdade de expressão. Ainda, observamos que os imaginários possuem uma predominância de saberes de crença, pois estão inseridos dentro da subjetividade do sujeito, dos seus juízos de valor e de suas experiências culturais, políticas ou religiosas. Concluímos que os memes analisados são representações e produções de sentidos na sociedade brasileira contemporânea acerca do comunismo, valendo-se de elementos discursivos que desencadeiam a disseminação daquilo que se pretende mostrar como verdade, na busca pela adesão da sociedade.

Palavras-chave: Semiolinguística; imaginários sociodiscursivos; comunismo; memes.

Falácias, mentiras e invenções: as representações do gênero no Portal Metapédia - Gleici Heringer (UFF)

O feminismo é um movimento de resistência responsável pela busca da igualdade entre os gêneros, estando voltado para a luta contra as injustiças realizadas pelo histórico padrão patriarcal. Nas últimas décadas, o movimento se fortaleceu, gerando, ainda que tímidos, resultados positivos para as mulheres e para o público LGBTQIA+. No entanto, concomitantemente, o pensamento patriarcal  resiste a essas iniciativas, o que se expressa no aumento da violência física e verbal contra tais grupos, evidenciando a negação à democracia de gênero. Nesse contexto, os movimentos de ultra-direita constituem importantes setores que rejeitam a dissolução do modelo endrocêntrico. Para isso, eles recorrem ao espaço da internet a fim de se comunicarem e fazerem contatos em escala global entre os grupos de extrema-direita, se organizando em comunidades virtuais. Dessa maneira, a facilidade de uso, a velocidade de acesso e a capacidade global de alcance fizeram com que a rede mundial de computadores se tornasse um dos principais veículos de materialização de posicionamentos machistas e homofóbicos. Logo, alicerçado pela Teoria Semiolinguística de Análise do discurso, de Patrick Charaudeau, este estudo pretende pesquisar as estratégias discursivas verbais e não verbais mobilizadas pelo  portal  Metapédia com a intenção deturpar o feminismo e outros grupos que estão à margem do heteropatriarcado (ou cis-heteropatriarcado) e que lutam pela igualdade de direitos. Desse suporte teórico principal, destacamos o processo de semiotização do mundo, os Modos de Organização do Discurso e os imaginários sociodiscursivos de Charaudeau (2008). Como instrumentais teóricos de apoio, recorreremos ao conceito de referenciação da professora Engedore Villaça Koch (2005), aos estudos sobre a subjetividade na enunciação de KERBRAT-ORECCHIONI 1993 e à professora SANTAELLA (1997), com suas análises sobre as plataformas virtuais

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Palavras-chave: Análise do Discurso; feminismo; ultradireita; internet.

GRUPO 4

DA EXPRESSÃO AO SENTIDO II

Link: https://meet.google.com/jao-hhon-sjq 

Mediação:
Profa. Dra. Ilana Da Silva Rebello (UFF/GPS-LEIFEN)

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Dos modos de organização aos imaginários sociodiscursivos: análise semiolinguística de uma Nota da CNBB ao povo brasileiro - Mônica Santos de Souza Melo (UFV)

Desde a publicação dos pressupostos contidos na “Grammaire du sens et de l’ expression” (CHARAUDEAU, 2009), os pesquisadores da linha dos Estudos Discursivos tiveram acesso a um inventário de conceitos, categorias e procedimentos capazes de proporcionar a descrição sistemática de textos na perspectiva semiolinguística. Os dados provenientes dessas descrições permitem aos pesquisadores a identificação das representações ou, nos termos de Charaudeau (2017), dos imaginários sociodiscursivos veiculados pelo discurso, essenciais à interpretação dos dados. Amparados nessa perspectiva, empreendemos uma análise de um documento produzido pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que aborda a situação brasileira no contexto da pandemia. Esse trabalho se vincula a um projeto mais amplo que tem como objetivo analisar a relação entre os discursos religioso e político na atualidade. Acreditamos, pautados em Bourdieu (1998), que o discurso religioso exerce uma importância fundamental na sociedade, por exercer um poder simbólico sobre os seguidores. No Brasil, a CNBB tem um papel fundamental, colocando em pauta, por meio de suas publicações, que extrapolam a doutrinação espiritual, abordando temáticas sociais. Essas orientações são especialmente relevantes no contexto de crise democrática e social que vivemos. Aqui, tomamos como objeto de análise a Nota  001/21, intitulada “Unidos e responsáveis rumo ao novo que desejamos”, publicada em 06 de janeiro de 2021, por meio da qual a Confederação faz uma avaliação sobre o difícil momento que o país atravessa, sobretudo em função da pandemia da COVID-19, e cobra providências. Por meio da descrição da organização discursiva do texto, incluindo os modos enunciativo, descritivo, narrativo e descritivo, interpretamos os imaginários sociodiscursivos associados ao povo brasileiro, a seus dirigentes e à própria Igreja Católica. Em síntese, a Igreja se coloca como solidária à sociedade na cobrança por providências, especialmente por parte do Estado.

Palavras-chave: Discurso religioso; CNBB; discurso político;  Covid-19.

Semiolinguística e transexualidade: uma voz que não se cala, entre imagens e contos - Elenita Arguelles de Vargas (UFF)

Este trabalho tem como objetivo central identificar e analisar como se constroem e se apresentam as representações evocadas pelos livros ilustrados Vozes Trans e Transderella, para desenvolver uma interpelação embasada na temática da transexualidade. Tal investigação se funda no intuito de examinar/delimitar a sua aplicabilidade ao ensino, no que tange à prática de leitura/interpretação no ambiente escolar. Para tanto, buscamos identificar peculiaridades linguísticas de subjetividade inseridas nos contos focalizados, a partir de um âmbito linguístico-discursivo, a fim de evidenciar as escolhas discursivas para a construção dos textos  verbo-visuais analisados. Sob o ponto de vista metodológico, utilizamos, neste trabalho para fins analíticos, excertos de dois dos quatro contos que constituem a obra Vozes Trans, bem como fragmentos do conto Transderella, sendo tais seleções centradas em um recorte temático específico: o corpo e as emoções a partir das relações de gênero e de sexualidade. Mais especificamente, para o estudo, investigamos não só a construção da identidade estabelecida nas narrativas em pauta, associada aos conceitos de estereótipos e imaginários sociais, como também as estratégias de aproximação entre os livros ilustrados e o seu público leitor. Desse modo, a materialidade do texto é observada com base no que Charaudeau (2016) chama de duplo processo de semiotização do mundo, a partir de um contrato de comunicação estabelecido entre os sujeitos do ato linguageiro. Neste estudo, temos como hipótese que os sujeitos (EUe; TUd) envolvidos no discurso produzido pelas obras investigadas parecem instaurar uma coconstrução de sentido. Como fundamentação teórico-metodológica primordial, optamos pela Semiolinguística (CHARAUDEAU, 2004, 2005, 2016 e 2017), já que permite uma proposta de análise do discurso que visa a uma observação acerca dos mecanismos de articulação entre produções textuais/discursivas e atores sociais, neste caso, a sociedade e o contexto nos quais estão inseridos os livros ilustrados em tela e o seu público leitor.

Palavras-chave: Representações;  Identidade; Transexualidade; Contos ilustrados; Estratégias de leitura.

Produto ou marca à venda? Estratégias de captação e de credibilidade na propaganda #maternidadesemjulgamento da O Boticário - Giselle de Souza Reis Coutinho (UFF)

O texto publicitário tem, normalmente, como uma de suas características principais, a utilização de estratégias para construir um imaginário no qual o público-alvo será o principal beneficiário a partir, logicamente, da aquisição de um produto oferecido pela empresa em questão (CHARAUDEAU, 2018a). Essa compreensão do gênero contribui para que o seu ensino e estudo, muitas vezes, focalizem nas estratégias que as marcas usam para convencer o destinatário de que necessita obter o produto oferecido. No entanto, entendemos que as campanhas publicitárias mais recentes, como a da empresa O Boticário para os dias das mães, não focalizam na venda de um objeto em específico, mas na exaltação da marca em si, projetando um ethos (CHARAUDEAU, 2018b). Assim, é a partir dessa hipótese que esta pesquisa busca investigar, com base, principalmente, nos pressupostos da Semiolinguística do Discurso de Patrick Charaudeau, o processo de Semiotização de Mundo (2007) do vídeo publicitário intitulado #Maternidadesemjulgamento da O Boticário, além verificar o acionamento de Imaginários Sociodiscursivos (2018) ressignificados sobre a maternidade, com o objetivo de produzir efeitos de sentidos que podem contribuir para a captação do público-alvo. Buscamos, então, estudar, a partir do propósito prototípico de uma publicidade, qual é a estrutura desse novo formato de propaganda e quais são os efeitos de sentido visados. Para isso, partiremos, também, dos pressupostos sobre ícone, índice e símbolo de Charles Sanders Peirce (2010), a fim de verificar a importância das imagens expostas no vídeo para a produção dos significados veiculados no texto, tendo em vista o seu caráter verbal e não verbal.  Esperamos, com isso, não só entender os mecanismos discursivos utilizados na publicidade atual, como também contribuir para o estudo desse gênero na academia e no ensino básico.

Palavras-chave: Semiolinguística; Ensino; Semiotização de mundo; Imaginários; Publicidade.

A patemização pelo viés da Semiolinguística em capas da Veja sobre a pandemia de Covid-19 - Ilana da Silva Rebello (UFF)

Este trabalho, baseando-se, sobretudo, em Charaudeau (2007, 2008, 2010), Emediato (2007) e Gouvêa (2017), investiga a patemização em capas da Veja, disponíveis no site da revista, dos anos de 2020 e 2021, sobre a pandemia do coronavírus. Pelo viés da Semiolinguística, a emoção é estudada a partir dos efeitos visados, do processo discursivo pelo qual a emoção pode ser suscitada. Parte-se da hipótese de que a Veja apela diretamente para as emoções do sujeito destinatário, provocando a espetacularização da notícia e, consequentemente, produzindo polêmica. Nesse sentido, o estudo aponta que as capas da Veja funcionam como uma espécie de “espelho social”, ao concretizarem o projeto previamente planejado de construção de sentidos, quer lógicos, ideológicos, emocionais, estéticos quer de outra natureza do Eu-comunicante.

Palavras-chave: Semiolinguística; patemização; capas da Veja; pandemia de Covid-19.

GRUPO 5

DA SEMIOLINGUÍSTICA NA ESCOLA I

Link:  https://meet.google.com/scx-ywnb-azb 

Mediação:
Profa. Dra. Eveline Cardoso (UERJ/ GPS-LEIFEN)

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Leitura e Semiolinguística: aplicação de ensino em sala de aula a partir do gênero romance de aventura - Gisele Arruda Eckhardt (UFF) e Douglas Araújo (UFF)

Este trabalho apresenta uma proposta de ensino de leitura, com vistas ao desenvolvimento socioemocional a partir do gênero romance de aventura para turmas do 7º ano do ensino Fundamental da educação básica. Tendo como escopo a Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso de Patrick Charaudeau (1993; 2015; 2016), sobretudo, os pressupostos que abarcam o processo de semiotização do mundo, sujeitos da linguagem e a concepção de gêneros situacionais, o objetivo geral desta pesquisa consiste em estimular a reflexão e a expressão de afetos do discente a partir da prática de leitura a fim de despertar  seu interesse pelo tema em questão; ampliar suas competências discursivas relativas à leitura e escrita; desenvolver suas habilidades orais e de escuta, bem como; fazê-lo refletir sobre o seu o papel enquanto cidadão, dentro de sua comunidade. Dessa forma, por meio da abordagem qualitativa, dos pressupostos da sequência didática nos moldes de Dolz et al (2004), este trabalho contribui para o ensino, uma vez que espera-se desenvolver o fazer crítico do alunado, ampliando sua competência de leitura e compreensão de texto, assim como, valorizando o exercício da oralidade, de modo que contemple o que nos orienta a BNCC e os PCNs. Ademais, espera-se desenvolver a empatia do educando por meio do exercício da escuta ativa e diálogo sobre temáticas que fazem parte do seu repertório cultural, de modo que os valores aprendidos por meio da leitura, seja disseminado para além dos muros da escola (SIBILIA, 2012): sua casa, sua rua, seu bairro e sua comunidade.

Palavras-chave: Semiolinguística; Leitura; Ensino.

A BNCC e o ensino de língua portuguesa: contribuições da Semiolinguística para as práticas de leitura de textos do campo jornalístico-midiático - Antônio Aílton Ferreira de Cerqueira (UFPI)

Este trabalho consiste num recorte de pesquisa de doutorado realizada junto ao Programa de Pós-graduação em Letras da UFPI. Aqui, a proposta é fazer uma reflexão, a partir da Teoria Semiolinguística do Discurso, sobre as habilidades de Língua Portuguesa relacionadas à leitura de textos jornalísticos e publicitários estabelecidas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Essa escolha surgiu a partir da homologação, em 2018, da BNCC, documento oficial que define o conjunto de aprendizagens essenciais em todas as etapas da Educação Básica e que destacou, tanto para o Ensino Fundamental quanto para o Ensino Médio,as práticas de leitura do campo jornalístico-midiático. Como objetivo geral, este artigo pretende avaliar como a Base Nacional relaciona as práticas de leitura às características e ao impacto de gêneros jornalístico-midiáticos. Em Charaudeau (2016, 2018) estão as principais bases teóricas deste artigo, mas também é importante destacar as contribuições de Bordieu (1997) e, em especial, Soares (2014) e Felitzen (2014), autores que estabelecem uma relação entre educação e comunicação. De forma sintética, os resultados dessa investigação reforçam a convicção de que a abordagem teórico-metodológica da Semiolinguística tem potencial para contribuir para a atuação dos professores, os quais, além da análise linguístico-semiótica, para garantir o domínio dessas habilidades nos estudantes, deverão propiciar discussões sobre aspectos mercadológicos do campo jornalístico-midiático, sobre democratização da comunicação, sobre pós-verdade e sobre a importância da prática de curadoria, por exemplo.

Palavras-chave: Ensino; leitura; semiolinguística; discurso.

Gêneros discursivos e ensino: um passeio chargístico guiado pela Semiolinguística - Eveline Coelho Cardoso (UERJ)

Como professores de língua materna, conhecemos bem a importância do conceito de gêneros discursivos e sabemos das diversas perspectivas teóricas envolvidas em sua investigação. O documento curricular oficial brasileiro (BNCC, BRASIL, 2018) põe em destaque esse fato, preconizando que a participação dos estudantes em situações de escuta e manipulação de diferentes gêneros discursivos se inicie já na Educação Infantil, na faixa etária de zero a um ano e seis meses, por meio do contato com poemas, fábulas, contos, receitas, quadrinhos, anúncios etc. Na conhecida fórmula bakhtiniana (1992), que perpassa as principais tendências de estudo dos gêneros, a relativa estabilidade desses tipos de enunciados lhes garante traços peculiares em cada esfera de utilização da língua. Com efeito, a importância pedagógica dos gêneros reside exatamente neste ponto: eles põem em jogo o domínio de uma gama de formas, funções e experiências de sentido indispensáveis à leitura, à compreensão e à produção de textos nas mais diversas situações de uso da linguagem verbal e não verbal. Na perspectiva semiolinguística, Charaudeau (2004) nos propõe uma análise dos gêneros discursivos ancorada na observação dos níveis de organização do fato linguageiro que subjazem à materialidade do texto. Dois pressupostos básicos se destacam: o de um querer dizer intencional dos sujeitos e o de sua submissão a restrições da situação comunicativa, que, por sua vez, configura e impõe uma relação contratual entre os sujeitos. Com base nisso, propomos, neste trabalho, uma análise de três charges contemporâneas dos cartunistas brasileiros Rodrigo Brum, Amarildo e Zé da Silva, com vistas ao exame das cláusulas do contrato comunicativo jornalístico/midiático (CHARAUDEAU, 2010). Pretendemos relevar como esse gênero típico do universo dos quadrinhos direciona as visadas de informação e captação a partir do diálogo intertextual com os fatos do noticiário e também com outros gêneros discursivos em sua verbo-visualidade.

Palavras-chave: Semiolinguística; gêneros discursivos; charge; ensino.

Leitura, Análise linguístico-discursiva/semiótico-discursiva Isto é gaslighting? Uma análise descritiva do imaginário sociodiscursivo da loucura sobre o feminino em capas da revista “Isto É” - Alessandro Alves dos Santos – UFF

A presente comunicação, ao propor uma aplicação da Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso com o ensino, de modo a promover possibilidades de proficiência leitora, pretende analisar, por intermédio de um corpus de quatro capas da revista Isto É, sob um eixo temporal diacrônico, a manifestação do discurso gaslighting contra a mulher, calcada no existente imaginário sociodiscursivo da loucura historicamente atribuída a ela (FOUCAULT, 1978). Como o gênero textual capa de revista (CORADO, 2010) é construído por intermédio da linguagem verbo-visual, priorizaremos, de acordo com a nossa temática, o modo descritivo de organização do discurso, semiotizado pelos signos linguísticos e imagéticos adjetivos, cuja análise será pautada, sobretudo, nos estudos de Charaudeau (2005; 2008; 2016; 2017; 2018) e de Barthes (1990), respectivamente. Por meio desse arcabouço teórico, pretende-se investigar, de acordo com as características do gênero em questão, que faz parte do domínio discursivo das mídias (CHARAUDEAU, 2019), como os signos verbais e visuais engendram, conjuntamente, o discurso gaslighting (SARKIS, 2019). Este discurso é posto em prática por certas pessoas – em sua  maioria, homens – que visam, por sua característica de manipulação e de distorção recorrentes dos fatos, a fazer a mulher interpretante crer, de forma tácita, no sentido de mantê-la sob controle, que não seria naturalmente capaz ou responsável por seus próprios atos pelo simples fato de ser mulher. Tal análise se centrará em comprovar a hipótese de que esse tipo de discurso ultrapassa – de forma consciente ou inconsciente –, as relações amorosas, reverberando, inclusive, nos discursos sociais, entendendo que tal discurso manipulador e nocivo, por parte de Isto É, é utilizado contra a mulher sob diversas intencionalidades como possível mecanismo discursivo de disseminação e de manutenção, em larga escala, da ideologia patriarcal defendida pelas mídias hegemônicas.

Palavras-chave: Semiolinguística; Descrição; Mulher; Gaslighting; Capa de revista.

GRUPO 6

DA SEMIOLINGUÍSTICA NA ESCOLA II

Link: https://meet.google.com/bmw-qned-sth

Mediação:
Prof. Dr. Rafael Guimarães (IFRJ/ GPS-LEIFEN)

***Clique no título para saber mais sobre o trabalho***

(Des)encontro de vozes: o uso da citação em redações do Enem - Rafael Guimarães Nogueira (IFRJ) e Margareth Andrade Morais (IFRJ)

Reafirmando a importância da pesquisa e do ensino da argumentação e, em específico, do gênero redação escolar, a proposta desta comunicação é  analisar o emprego de citações diretas e indiretas em redações nota 1000 das edições de 2020 e 2021 do Exame Nacional do Ensino Médio. O corpus desta pesquisa é, pois, constituído das 18 redações divulgadas nos sites G1 e Guia do Estudante, nos quais tais textos são apresentados como um modelo de expressão. Como fundamento teórico-metodológico, serão entrelaçadas as contribuições da Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, principalmente os pressupostos de Charaudeau (2008), aos postulados da Linguística de Texto, tendo como principal fonte Koch e Elias (2016) e Marcuschi (2008). Assim, almeja-se fomentar práticas para aprimorar o ensino de argumentação na educação básica no que tange à redação escolar e à citação como estratégia argumentativa.

Palavras-chave: Citação; Redação Enem; Argumentação.

As categorias de “Personne” e “Mostration” no ensino de pronomes em aulas de língua materna para o ensino médio - Leonardo Coelho Corrêa Rosado (UFMG)

O presente trabalho objetiva demonstrar como algumas categorias de língua, propostas por Charaudeau (1992) em sua “Grammaire”, podem ser usadas no ensino de língua portuguesa, no ensino médio, visando desenvolver as habilidades de leitura e interpretação de textos e de análise linguístico-discursiva. O nosso foco foi nas categorias de “Personne” e de “Monstration” para tratar do ensino de pronomes. A partir da aplicação in loco das categorias apresentadas em aulas de língua portuguesa para turmas de 2a e 3a séries do Ensino Médio, de uma escola particular de Belo Horizonte, ficou demostrada a operacionalidade dessas categorias para o ensino de pronomes. Além de tornar a abordagem dos pronomes mais “real”, já que o pressuposto básico da Teoria Semiolinguística é a relação entre linguagem e sociedade, tais categorias se mostraram mais operacionais do que o ensino tradicional dos pronomes, calcado na gramática tradicional e normativa. Assim, o ensino de língua materna pode ganhar bastante ao se utilizarem as categorias da “Grammaire”, pois seu foco é a expressão e o sentido e não classificação e a normatização pura e simples.

Palavras-chave: Teoria Semiolinguística; Ensino de Língua Materna; Categorias de língua; Pronomes.

As categorias de “Personne” e “Mostration” no ensino de pronomes em aulas de língua materna para o ensino médio - Leonardo Coelho Corrêa Rosado (UFMG)

O presente trabalho objetiva demonstrar como algumas categorias de língua, propostas por Charaudeau (1992) em sua “Grammaire”, podem ser usadas no ensino de língua portuguesa, no ensino médio, visando desenvolver as habilidades de leitura e interpretação de textos e de análise linguístico-discursiva. O nosso foco foi nas categorias de “Personne” e de “Monstration” para tratar do ensino de pronomes. A partir da aplicação in loco das categorias apresentadas em aulas de língua portuguesa para turmas de 2a e 3a séries do Ensino Médio, de uma escola particular de Belo Horizonte, ficou demostrada a operacionalidade dessas categorias para o ensino de pronomes. Além de tornar a abordagem dos pronomes mais “real”, já que o pressuposto básico da Teoria Semiolinguística é a relação entre linguagem e sociedade, tais categorias se mostraram mais operacionais do que o ensino tradicional dos pronomes, calcado na gramática tradicional e normativa. Assim, o ensino de língua materna pode ganhar bastante ao se utilizarem as categorias da “Grammaire”, pois seu foco é a expressão e o sentido e não classificação e a normatização pura e simples.

Palavras-chave: Teoria Semiolinguística; Ensino de Língua Materna; Categorias de língua; Pronomes.

O que vela e revela o livro didático: uma análise semiolinguística da representação do aluno na seção apresentação - Ana Carolina dos Santos (UFF)

Ainda que os avanços tecnológicos tenham possibilitado uma evolução nas ferramentas a serviço da educação, o livro didático permanece em lugar prioritário no que tange aos recursos pedagógicos utilizados em sala de aula, sendo, portanto, motivo de estudo para diversas áreas do conhecimento. Isto posto, esta pesquisa tem como corpus dois livros didáticos de Língua Portuguesa, correspondentes ao 9º ano do Ensino Fundamental e produzidos pela mesma editora (FTD): Panoramas (Cristina Tibiriçá Hülle/Angélica Alves Prado Demasi, 2019) e Tecendo Linguagens (Tania Amaral Oliveira/Luci Aparecida Melo Araújo, 2018-PNLD). A finalidade do trabalho é analisar, à luz da Teoria Semiolinguística do Discurso, os diferentes imaginários sociodiscursivos que a seção “Apresentação” evoca no tocante à apreensão do aluno pelas autoras. Observa-se que, para os alunos de instituições públicas, a Apresentação do livro didático evoca um destinador que precisa se apropriar da língua portuguesa para, sobretudo, interagir. Já para os alunos de instituições privadas, a seção consolida um TU em busca de novas realizações e de diferentes relações com a linguagem. A partir das contribuições de Charaudeau (2001; 2005; 2009; 2018) identificaremos as estratégias de produção da referida seção, assim como a responsabilidade das representações sociais na construção identitária dos alunos do ensino público e do ensino privado.

Palavras-chave: Representações sociais; Semiolinguística; Imaginários sociodiscursivos; Livro didático.

Proposta de análise semiolinguística do discurso do representante do Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) : imaginários em torno da profissão secretarial no evento “Primeiro Ciclo de Palestras - Secretariado 4.0” - Isabela Inês Lemos Ferreira (UFV) e Ana Carolina Gonçalves Reis (UFV)

O termo Secretariado 4.0, derivado de Indústria 4.0 diz respeito ao desempenho da profissão na chamada “Quarta Revolução Industrial”, originada da  integração das máquinas e digitalização dos processos no cotidiano profissional. Com o objetivo de compreender a configuração retórico-discursiva em relação ao Secretariado 4.0, este trabalho propõe uma análise semiolinguística de uma preleção  realizada no “Primeiro Ciclo de Palestras — Secretariado 4.0”, ocorrido em 27 de setembro de 2019.  Tratou-se este de um evento promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) do governo brasileiro em celebração ao “Dia da Secretária”. Em termos específicos, nosso intuito é  analisar o discurso de abertura de tal evento, proferido pelo Senhor Celestino Todesco, Chefe de Gabinete do MCTIC, na ocasião, representando o Ministro Marcos Pontes. Objetiva-se compreender os imaginários sociodiscursivos concernentes ao profissional de secretariado mobilizados pelo sujeito comunicante em seu projeto de fala. A fim de alcançar esse propósito, tencionamos definir os sujeitos em interação no ato linguageiro, segundo os pressupostos da Teoria Semiolinguística de Patrick Charaudeau. Realizou-se a seleção e a transcrição do corpus, por meio de parâmetros metodológicos pré-definidos. Uma análise inicial do objeto de estudo nos aponta o reforço de imagens cristalizadas atribuídas à (especificamente) profissional e à profissão secretarial. Financiada pela FAPEMIG, esta pesquisa de Iniciação Científica pode possibilitar compreender questões representacionais reproduzidas pelo Ministério em questão, este representante, consequentemente, do governo do país. Com o desenvolvimento deste estudo pretendemos contribuir, também, com a proposição de um instrumental teórico-metodológico para possibilitar a análise de imagens concernentes a outras profissões na chamada Quarta Revolução Industrial.

Palavras-chave: Teoria Semiolinguística. Imaginários. Secretária.

Inscrições

Para receber informações sobre o evento e, após a participação, obter o certificado de 8h, clique no link abaixo. Será necessário também preencher, no dia, o formulário para registrar a frequência.

Para mais informações, envie um e-mail para semiolinguisticauff@gmail.com.
Você também pode enviar sua mensagem clicando no botão abaixo:

Realização

Realização

Fórum 2021

VIII FÓRUM DO GPS-LEIFEN - 10 ANOS

VIII FÓRUM DO GPS-LEIFEN - 10 ANOS

1º de dezembro de 2021

EVENTO 100% ON-LINE

1º de dezembro de 2021

EVENTO 100% ON-LINE

GPS-LEIFEN – 10 anos

GPS-LEIFEN – 10 anos

Sob a coordenação das professoras Beatriz Feres e Patricia Neves Ribeiro, o Grupo de Pesquisa em Semiolinguística – Leitura, Fruição e Ensino (GPS-LEIFEN) completa 10 anos!

O GPS-LEIFEN se orienta pela Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, fundada por Patrick Charaudeau, com o objetivo de investigar o processo de construção de sentidos, tanto na extremidade da recepção, quanto na produção dos textos, a fim de flagrar os mecanismos internos (textuais) e externos (discursivos e situacionais) que contribuem para a significação. Desse modo, as investigações desenvolvidas pelo grupo privilegiam o vínculo com o ensino, com vistas não só à criação de metodologias voltadas para o letramento, como também à problematização da leitura (em sentido amplo).  

Além da pesquisa acadêmica e dos encontros mensais, o Grupo realiza anualmente o Fórum do GPS-LEIFEN, com o intuito de promover debates públicos acerca dos temas de interesse e palestras relacionadas à formação docente continuada. Em 2021, a edição comemorativa de 10 anos tem como tema: “Narrar para convencer: quem conta um conto acrescenta um ponto de vista” e pretende mostrar um pouco dos trabalhos desenvolvidos por integrantes do grupo, orientandos, além de parceiros, como os pesquisadores do NEPAD/UFPI.

Comissão Organizadora do VIII Fórum do GPS-LEIFEN:
Profa. Dra. Beatriz dos Santos Feres                                    Profa. Dra. Nadja Pattresi de Souza e Silva
Profa. Dra. Glayci Kelli Reis da Silva Xavier                          Profa. Dra. Patricia Ferreira Neves Ribeiro
Profa. Dra. Ilana da Silva Rebello Viegas                              Profa. Dra. Rosane Santos Mauro Monnerat

Sob a coordenação das professoras Beatriz Feres e Patricia Neves Ribeiro, o Grupo de Pesquisa em Semiolinguística – Leitura, Fruição e Ensino (GPS-LEIFEN) completa 10 anos!

O GPS-LEIFEN se orienta pela Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, fundada por Patrick Charaudeau, com o objetivo de investigar o processo de construção de sentidos, tanto na extremidade da recepção, quanto na produção dos textos, a fim de flagrar os mecanismos internos (textuais) e externos (discursivos e situacionais) que contribuem para a significação. Desse modo, as investigações desenvolvidas pelo grupo privilegiam o vínculo com o ensino, com vistas não só à criação de metodologias voltadas para o letramento, como também à problematização da leitura (em sentido amplo).  

Além da pesquisa acadêmica e dos encontros mensais, o Grupo realiza anualmente o Fórum do GPS-LEIFEN, com o intuito de promover debates públicos acerca dos temas de interesse e palestras relacionadas à formação docente continuada. Em 2021, a edição comemorativa de 10 anos tem como tema: “Narrar para convencer: quem conta um conto acrescenta um ponto de vista” e pretende mostrar um pouco dos trabalhos desenvolvidos por integrantes do grupo, orientandos, além de parceiros, como os pesquisadores do NEPAD/UFPI.

Comissão Organizadora do VIII Fórum do GPS-LEIFEN:

Profa. Dra. Beatriz dos Santos Feres
Profa. Dra. Glayci Kelli Reis da S. Xavier
Profa. Dra. Ilana da S. Rebello Viegas
Profa. Dra. Nadja Pattresi de S. e Silva
Profa. Dra. Patricia F. Neves Ribeiro
Profa. Dra. Rosane Santos M. Monnerat

Participantes

Participantes

roda de conversa: as tirinhas de Armandinho, de Alexandre Beck

Janyne Sattler

UFSC

Janyne é professora do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), doutora em Filosofia pela Université du Québec à Montréal, coordenadora do Grupo Germina e do Projeto Uma Filósofa por Mês. Membra do GT Filosofia e Gênero da Anpof, e do IEG, Instituto de Estudos e Gênero da UFSC. Pesquisa em Ética e Filosofia Política, Filosofia e Literatura, e Feminismos.

Eveline Coelho Cardoso

UERJ / SME-Teresópolis

Eveline é mestre e doutora em Estudos da Linguagem pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com graduação em Letras pela Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ/FFP). Tem experiência em todas as etapas da Educação Básica e, atualmente, é docente na Rede Municipal de Educação de Teresópolis (SME-Teresópolis/RJ) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Troféu HQ Mix de melhor tese sobre quadrinhos em 2019, desenvolve pesquisas sobre textos verbo-visuais, em especial charges e outros quadrinhos.

roda de conversa: as tirinhas de Armandinho, de Alexandre Beck

Janyne Sattler

UFSC

Janyne é professora do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), doutora em Filosofia pela Université du Québec à Montréal, coordenadora do Grupo Germina e do Projeto Uma Filósofa por Mês. Membra do GT Filosofia e Gênero da Anpof, e do IEG, Instituto de Estudos e Gênero da UFSC. Pesquisa em Ética e Filosofia Política, Filosofia e Literatura, e Feminismos..

Eveline Coelho Cardoso

UERJ / SME-Teresópolis / GPS-LEIFEN

Eveline é mestre e doutora em Estudos da Linguagem pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com graduação em Letras pela Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ/FFP). Tem experiência em todas as etapas da Educação Básica e, atualmente, é docente na Rede Municipal de Educação de Teresópolis (SME-Teresópolis/RJ) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Troféu HQ Mix de melhor tese sobre quadrinhos em 2019, desenvolve pesquisas sobre textos verbo-visuais, em especial charges e outros quadrinhos.

Mesa-redonda: Formas diversas para narrar e convencer

Anabel Medeiros Azerêdo de Paula

GPS-LEIFEN/UFF e GP ENLIJ/UERJ

Anabel é mestre e doutora em Estudos de Linguagem pela UFF. É graduada em Letras pela UNIVERSO, com especialização em Leitura e Produção de Textos pela UFF e em Tradução da Língua Inglesa pelo ISAT. É membro do GPS- LeiFEn/UFF e do GP ENLIJ/UERJ . Foi professora substituta na UERJ e na UFF. Atua como professora de Língua Inglesa nas redes públicas de ensino do estado do Rio de Janeiro e do município de Itaboraí. Interesses de pesquisa: Semiolinguística, Literatura Infantil e Juvenil, Leitura e Livro Ilustrado. 

Mesa-redonda: Formas diversas para narrar e convencer

Anabel Medeiros Azerêdo de Paula

GPS-LEIFEN/UFF e GP ENLIJ/UERJ

Anabel é mestre e doutora em Estudos de Linguagem pela UFF. É graduada em Letras pela UNIVERSO, com especialização em Leitura e Produção de Textos pela UFF e em Tradução da Língua Inglesa pelo ISAT. É membro do GPS- LeiFEn/UFF e do GP ENLIJ/UERJ . Foi professora substituta na UERJ e na UFF. Atua como professora de Língua Inglesa nas redes públicas de ensino do estado do Rio de Janeiro e do município de Itaboraí. Interesses de pesquisa: Semiolinguística, Literatura Infantil e Juvenil, Leitura e Livro Ilustrado. 

Camila Ramalho Duarte

OLM-RJ

Camilla é mestre e doutora em Estudos da Linguagem pela Universidade Federal Fluminense e, atualmente, é professora de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental II da Our Lady of Mercy School – Rio de Janeiro. Possui experiência em pesquisa com textos midiáticos, com ênfase em publicidade e propaganda, tendo por base em seus estudos a Teoria Semiolinguistica de Análise do Discurso.

Camila Ramalho Duarte

OLM-RJ

Camilla Ramalho Duarte é mestre e doutora em Estudos da Linguagem pela Universidade Federal Fluminense e, atualmente, é professora de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental II da Our Lady of Mercy School – Rio de Janeiro. Possui experiência em pesquisa com textos midiáticos, com ênfase em publicidade e propaganda, tendo por base em seus estudos a Teoria Semiolinguistica de Análise do Discurso.

Rafael Guimarães Nogueira

IFRJ e GPS-LEIFEN

Rafael é doutor em Estudos de Linguagem (Análise Semiolinguística do Discurso) pela UFF, Mestre em Língua Portuguesa (Linguística Textual) pela UFRJ e graduado em Português-Italiano pela UFRJ. É Professor efetivo do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), campus Rio de Janeiro, onde leciona para turmas do Ensino Médio. É membro do Grupo de Pesquisa em Semiolinguística – Leitura, Fruição e Ensino (GPS-LEIFEN), do Instituto de Letras da UFF. Aproximando sua formação acadêmica à sua atuação profissional, debruça-se sobre os seguintes temas: textualidade, captação, multimodalidade e argumentação.

Rafael Guimarães Nogueira

IFRJ e GPS-LEIFEN

Rafael é doutor em Estudos de Linguagem (Análise Semiolinguística do Discurso) pela UFF, Mestre em Língua Portuguesa (Linguística Textual) pela UFRJ e graduado em Português-Italiano pela UFRJ. É Professor efetivo do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), campus Rio de Janeiro, onde leciona para turmas do Ensino Médio. É membro do Grupo de Pesquisa em Semiolinguística – Leitura, Fruição e Ensino (GPS-LEIFEN), do Instituto de Letras da UFF. Aproximando sua formação acadêmica à sua atuação profissional, debruça-se sobre os seguintes temas: textualidade, captação, multimodalidade e argumentação.

Programação

Manhã   (9:30 – 12:00)
Link para acesso: https://youtu.be/9y22U7_Ijv8
9:30
ABERTURA 
GPS-LEIFEN – 10 ANOS!

Profa. Dra. Beatriz Feres (UFF/GPS-LEIFEN), uma das líderes e criadora do grupo.

10:00
RODA DE CONVERSA
AS TIRINHAS DO ARMANDINHO, DE ALEXANDRE BECK


Armandinho: Narrar para “ajudar a olhar”

♦   Profa. Dra. Janyne Sattler (UFSC)

Armandinho: a realidade imediata nos limites entre tira e charge
♦   Profa. Dra. Eveline Cardoso (UERJ/ GPS-LEIFEN)

Mediação:
Profa. Dra. Beatriz Feres (UFF/GPS-LEIFEN)

Tarde (14:00 – 16:30)
Link para acesso: https://youtu.be/mdM5ZxXnfhA
14:00
MESA-REDONDA
FORMAS DIVERSAS PARA NARRAR E CONVENCER

Homossexualidade e homoparentalidade na Literatura Infantil: do armário para a escola
♦  Profa. Dra. Anabel Medeiros (GPS-LEIFEN e GP ENLIJ)

Publicidades agênero feitas pra você: narrando para convencer pessoas
♦   Profa. Dra. Camilla Duarte (OLM-RJ)

Pagando pelo gozo: humor e sexo em manchetes populares
♦   Prof. Dr. Rafael Guimarães (IFRJ/GPS-LEIFEN)

Mediação:
Profa. Dra. Rosane Monnerat (UFF/GPS-LEIFEN)

 GRUPOS DE DISCUSSÃO (17:00 – 19:30)
Link para acesso: os links serão enviados para os e-mails dos participantes inscritos

Coordenação: Profa. Dra. Glayci Xavier (UFF/GPS-LEIFEN)

GRUPO 1

HISTÓRIAS & HISTÓRIAS

Mediação:
Profa. Dra. Nadja Pattresi (UFF/GPS-LEIFEN)

***Clique no título para saber mais sobre o trabalho***

A narração e a argumentação na crônica de Machado de Assis - leitura de mundo e construção de sentidos - Rafaela Cardoso Corrêa dos Santos (SEDUC/RJ) e Vanessa Teixeira Ribeiro (UFRJ)

A partir dos pressupostos da Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, desenvolvida pelo linguista Patrick Charaudeau, propõe-se uma análise da crônica publicada por Machado de Assis em 19 de maio de 1888, na série Bons dias! do jornal Gazeta de Notícias, para se examinar como se desenvolvem os modos discursivos narrativos e argumentativos no gênero crônica.  Neste estudo, compreende-se que “um mesmo gênero pode resultar de um ou de vários modos de organização de discurso e do emprego de várias categorias de língua” (CHARAUDEAU, 2010, p.68). Além disso, busca-se entender como o contexto de produção se relaciona à composição do gênero e pode ser expresso pelo olhar do cronista revelando para o leitor aspectos do contexto social que estavam presentes no século XIX e que ainda persistem a sociedade como, por exemplo, os reflexos da escravidão. Dessa forma, com base nas teorias semiolinguísticas, considera-se que o trabalho proposto pode levar à compreensão não só do que o texto nos oferece em termos linguísticos e formais, mas também dos fatos sociais que o circundam e auxiliam na construção dos sentidos.

Palavras-chave: Semiolinguística; argumentação; narração; crônica; Machado de Assis.

“O que será o amanhã?”: Um estudo sobre o narrador em “A Cartomante”, de Machado de Assis - Thainá França Coelho (UFF)

O trabalho tem como objetivo apresentar uma análise sobre um dos componentes do modo narrativo de organização do discurso, de acordo com a Teoria Semiolinguística do Discurso, na versão em quadrinhos de “A cartomante”, de Machado de Assis, em comparação com o conto original do mesmo autor. O modo narrativo tem como função a construção de um relato a partir de uma encenação narrativa, dinâmica e organizada. Machado de Assis é conhecido por sua singularidade na escrita, ao criar narradores únicos para relatar histórias comuns e extraordinárias. Na versão original de “A Cartomante”, o narrador aparenta, em um primeiro olhar, ser apenas testemunha de um caso de traição, mas, em certos momentos, denota comentários muito pessoais e parciais. Além disso, apesar do senso comum não considerar a existência do narrador nos quadrinhos, a adaptação de Flavio Pessoa e Mauricio O. Dias garante o contrário, ao manter o modo clássico das histórias em quadrinhos, mas também utilizar o narrador de Machado no texto verbal. Dessa forma, o artigo terá como quadro teórico-metodológico os conceitos do modo de organização do discurso, dentro da Teoria Semiolinguística, especialmente o modo narrativo e seus componentes, a fim de analisar as intervenções e identidades dos narradores.

Palavras-chave: Semiolinguística; quadrinhos; Machado de Assis; narrativo.

Liberdade! Liberdade! O papel narrativo do negro como personagem de sua própria história na telenovela Lado a Lado - Murilo Alberto Martins Silva (UFF), André Marques da Silva (UFF) e Vívian Lúcia Xavier Pereira (UFF)

Este trabalho pretende, à luz da Teoria Semiolinguística, de Charaudeau, investigar na telenovela “Lado a lado” (2012) os imaginários sociodiscursivos (CHARAUDEAU, 2017), os papéis narrativos (CHARAUDEAU, 2016) desenvolvidos por personagens negros na trama e as estratégias de captação (CHARAUDEAU, 2018) da instância de produção televisiva. Constituindo a telenovela um gênero discursivo que organiza uma lógica narrativa, faz-se necessária uma reflexão que leve em consideração seu potencial discursivo na materialização de imaginários, na construção de identidades sociais/raciais, na exploração de dramas sociais e de situações cotidianas. A telenovela constitui, portanto, um contrato de comunicação, situado em contexto sócio-histórico, que exerce influência na narrativa, uma vez que a audiência está ligada à aprovação e/ou à rejeição do público. Assim, o(s) autor(es) constroem a narrativa a fim de estabelecer uma harmonia entre o interesse de captação por meio de anunciantes da emissora e o interesses do público. Então, este trabalho investiga o discurso acerca das questões raciais na narrativa ambientada no Brasil posterior à ‘Abolição da escravidão’, focalizando temas que evidenciam dramas raciais, racismo estrutural e lutas de classes. A telenovela dos autores João Ximenes Braga e Claudia Lage lança olhar sobre uma época que atravessou mudanças sociais e conquistas raciais, além de apresentar uma (re)leitura dos fatos históricos, considerando o papel do negro como sujeito de transformação social. A instância de produção, precisando atrair o público telespectador (TUi) do século XXI,  engendra uma narrativa que corresponde também aos interesses dos anunciantes. Os corpora deste trabalho serão constituídos por cenas da telenovela e, principalmente, pela abertura, que coloca lado a lado os grupos raciais da época, embalada pelo samba-enredo “Liberdade! Liberdade! Abra as Asas sobre Nós”. O objetivo desta investigação é compreender se o negro da narrativa de “Lado a Lado” é posicionado como sujeito agente ou sujeito paciente de sua história.

Palavras-chave: Telenovela; captação; racismo; escravidão; narração

Narrativas carnavalescas: samba-enredo contando mais que histórias - André Luiz dos Santos (UFF)

O samba-enredo é um gênero textual criado no Brasil juntamente com a criação das escolas de samba do carnaval carioca. Tem como função apresentar, de forma sucinta, para o espectador ou ouvinte, o enredo escolhido pelos carnavalescos para a disputa dos concursos de carnavalescos. É um texto que narra uma história (seja de uma pessoa, um local, uma obra literária ou um sentimento) conhecida ou não do público, entretanto apresentando pontos pouco explorados os desconhecidos. Assim, proporcionando ao público uma experiência engrandecedora sobre o é contado. Nessa esteira, o objetivo deste trabalho é fazer uma análise baseada nas teorias semiolinguísticas sobre o modo narrativo, visando estabelecer como as composições carnavalescas narram histórias apresentando novos fatos e/ou releituras (romantizam ou não, seguem o senso comum ou não). Além disso propor uma reflexão sobre como esse gênero textual pode contribuir para o ensino em sala de aula, pois ao apresentá-lo para os alunos é possível instigar os discentes o desejo de conhecer tais histórias para comparar as versões. Serão analisados dois sambas-enredo neste trabalho Dom Quixote de La Mancha: O cavaleiro dos sonhos impossíveis (União da Ilha, 2010) e O espetáculo vai começar, Pérola Negra apresenta: O Auto da Compadecida (Pérola Negra, 2013).

Palavras-chave: Carnaval; samba-enredo; Semiolinguística; narrativa.

Travesti não é bagunça: uma análise semiolinguística do estereótipo transgênero presente em memes - Juliana Figueiredo Barboza (UFF)

No atual cenário contemporâneo, inserido na era da informação, percebe-se um avanço substancial na disseminação de publicações entre usuários da rede com vistas ao entretenimento. Por conseguinte, a crescente propagação e tais postagens disponibilizadas na Internet, sobretudo em redes sociais, aponta para os modos de agir e pensar compartilhados por um determinado grupo de pessoas. Dentro desse contexto, surge um gênero multissemiótico que comumente associa a imagem à escrita: o meme, cujos conteúdos podem ser jocosos, sarcásticos e, por vezes, ofensivos. Pelo seu grande poder de propagação, é essencial que se desenvolvam abordagens analíticas mais apuradas, levando-se em conta não apenas a superfície cômica desse gênero, mas os conteúdos latentes que apontam para saberes de crenças socialmente cristalizados. Por isso, o presente artigo tem como objetivo a análise de memes focados em representar a imagem de travestis, veiculados em sites e blogs de humor. Para tanto, o presente trabalho tem como aporte a Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, postulada por Patrick Charaudeau (2013; 2017; 2018; 2019a; 2019b; 2021), com destaque para as noções de estereótipos e imaginários sociodiscursivos, e forma a colocá-los em interface com os conceitos de diversidade e opressão segundo Santos (2020) e Majerowicz (2014; 2015). Assim, tendo como base a metodologia qualitativa, parte-se da hipótese de que, embora seja um gênero que prototipicamente vise à recreação, o discurso presente nesses textos reflete e reforça um olhar marcado pelo subjugamento e pela violência simbólica (BOURDIEU, 1997), sobretudo como forma de ironizar, ridicularizar ou depreciar esses indivíduos por meio não só de imagens, mas também por escolhas lexicais específicas. Como tendência, percebe-se que esses memes podem contribuir para a propagação de arquétipos depreciativos, revelando-nos uma alarmante ressonância encontrada entre sujeitos que compartilham desse mesmo imaginário. Tendo isso em vista, pretende-se contribuir para que se desenvolva uma visão crítica acerca desse gênero em ascensão, no qual a comicidade mascara uma visão de mundo que está associada, sobretudo, a avaliações estereotipadas, pejorativas e perniciosas a partir de uma construção identitária dos travestis no discurso.

Palavras-chave: Semiolinguística; memes; estereótipo.

GRUPO 2

GÊNEROS DIVERSOS PARA ARGUMENTAR

Mediação:
Profa. Dra. Ilana Rebello (UFF/GPS-LEIFEN)

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A argumentação na narrativa bíblica - Max Silva da Rocha (UFPI) e João Benvindo de Moura (UFPI)

Este trabalho, inserido nos estudos retórico-argumentativos, analisa atos retóricos de linguagem do orador Jesus de Nazaré, a partir da utilização de estratégias argumentativas ancoradas no ethos, logos e pathos, trilogia presente na narrativa bíblica encontrada em trechos do capítulo 8 do evangelho segundo João. Verificamos, a partir dessa narrativa, de que maneira Jesus agiu retoricamente diante de seu auditório idealizado, constituído por fariseus, almejando persuadi-lo. Metodologicamente, servimo-nos de uma pesquisa de natureza básica quanto à finalidade; descritiva e interpretativista, quanto aos objetivos; e qualitativa, quanto à abordagem. Em seguida, procedemos às análises a partir de três atos retóricos de linguagem, os quais mostram, de forma contundente, o agir argumentativo entre orador e auditório. Como resultados, percebemos que Jesus, na condição de orador, recorre constantemente aos artifícios retóricos, aqueles baseados na trilogia aristotélica, a fim de lograr êxito em seu discurso. No entanto, o auditório também recorreu a técnicas argumentativas, objetivando destruir os argumentos do orador. Em nossas análises, podemos perceber que o orador Jesus não conseguiu persuadir, pois o auditório, próximo ao final do ato retórico, resolveu agir por meio da violência física ao invés de argumentar. Mesmo assim, vimos as artimanhas persuasivas presentes expressivamente no discurso do sujeito enunciador, razão por que atestamos ser Jesus um orador por excelência..

Palavras-chave: Semiolinguística; argumentação; narrattivas bíblicas.

Semiolinguística e ensino: reflexões sobre práticas de leitura a partir do gênero discursivo reportagem - Ana Carolina Carneiro de Sousa (UFPI), Antônio Aílton Ferreira de Cerqueira (UFPI) e Jaqueline Salviano de Sousa (UFPI)

Os discursos midiáticos possuem grande influência no cenário social e também estão cada vez mais presentes nos livros didáticos e nas práticas escolares. Nesse sentido, podemos observar a necessidade de adequar o ensino da leitura às práticas discursivas que possibilitam um maior respaldo na formação de leitores aptos a terem contato com gêneros discursivos midiáticos. Diante disso, o presente trabalho propõe realizar uma análise em uma reportagem da revista Revestrés (publicação piauiense voltada para literatura, cultura e arte), por meio de categorias da Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso: o ato de linguagem e o contrato de comunicação midiático, apresentando-as como ferramentas para o ensino de leitura e interpretação de textos. Partindo desse objetivo geral, é possível elencar os seguintes objetivos específicos: desvelar o funcionamento da reportagem enquanto ato de linguagem; caracterizar o contrato de comunicação midiático que se mantém na encenação linguageira; e evidenciar a relevância do aporte teórico semiolinguístico para o ensino de leitura em sala de aula. No tocante aos pressupostos teóricos, o trabalho se baseia principalmente em Charaudeau (2016, 2018) e Xavier, Rebello e Monnerat (2021). O corpus do trabalho é constituído pela reportagem intitulada “Cadê o contrato que estava aqui” (edição de setembro de 2021) da revista em estudo. Do ponto de vista metodológico, essa pesquisa é qualitativa no que diz respeito à abordagem, e descritiva e interpretativa em relação aos objetivos. Em relação aos resultados, esta pesquisa apresenta recomendações didático-pedagógicas destinadas a professores de Ensino Médio, que poderão contribuir com o processo de formação de leitores competentes e autônomos.

Palavras-chave: discurso; Semiolinguística; ensino; leitura.

Argumentação multimodal e subjetividade em manchetes online: contribuições para o trabalho com a leitura em aulas de língua portuguesa - Welton Pereira e Silva (UEMS)

Assumindo a subjetividade como fator inerente à produção textual/discursiva, neste trabalho, procuraremos entrever os efeitos de sentido passíveis de serem produzidos por meio da leitura de textos multimodais. Os textos correspondem a notícias encontradas em dois sites, o portal G1 e o site da Revista Exame. Nosso aporte teórico consiste na Teoria Semiolinguística do Discurso, de Patrick Charaudeau (2008; 2016), em consonância com a Teoria da Argumentação no Discurso, proposta por Ruth Amossy (2018). Dada a natureza do corpus, também lançaremos mão de alguns preceitos da Gramática do Design Visual (KRESS & van LEEUWEN, 2006), por meio do que chamamos de argumentação multimodal (SILVA; MARCHON, 2021). A metodologia do trabalho é de natureza qualitativa, do tipo bibliográfico e documental. Tecemos considerações sobre a forma como a imagem, em consonância com o material verbal que constitui a notícia, deixam entrever o posicionamento subjetivo por parte da instância de produção do texto jornalístico que, normalmente, procura apresentar um efeito de sentido de objetividade. Esse arranjo multimodal parece funcionar como uma estratégia de captação que visa a chamar a atenção do leitor em potencial, podendo ainda figurar como um rico objeto de estudo em aulas de língua portuguesa no ensino básico, em que procuramos trabalhar a participação cooperativa do leitor no processo de interpretação textual.

Palavras-chave: argumentação multimodal; manchete; subjetividade.

A semiotização do mundo no discurso forense: um olhar da semiolinguística para as narrativas em petições iniciais - Douglas do Carmo Araujo (UFF)

Este trabalho mostra, por meio do processo de semiotização do mundo, como ocorre o desencadeamento da narrativa em Petições Iniciais (PIs), gênero discursivo muito comum aos profissionais de Direito, visto que é por meio dele que se inaugura uma ação judicial. Para Charaudeau (2005: 14), o processo de discursivização ou semiotização do mundo corresponde a um conjunto de operações linguísticas capazes de transformar a língua em discurso, o que significa dizer que esse processo se trata de um fenômeno da construção psicolinguageira de sentido, uma vez que permite a passagem do significado, no sentido genérico da língua, para a significação, no sentido específico do discurso. Dessa forma, esse processo comporta tanto a lógica das ações e a influência social – elementos externos à linguagem – quanto a lógica fixa da língua, presa às suas categorias linguísticas – elementos internos da linguagem – para a construção do sentido. Assim, analisamos duas PIs, tendo como recorte os itens “dos fatos”, que são comuns a esse gênero discursivo. A análise do corpus possui caráter qualitativo, uma vez que se baseia na interpretação dos dados de dois exemplares do gênero petição inicial (PI) da esfera cível, submetidos ao poder judiciário estadual da comarca do Rio de Janeiro. Além disso, as ideias centrais desta pesquisa fundamentam-se na Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, mais especificadamente, no que diz respeito à semiotização do mundo (CHARAUDEAU, 2005; 2015; MACHADO, 2001; PAULIUKONIS, 2011). A partir da análise dos dados, percebemos a narração nas PIs serve à argumentação e, dessa forma, as categorias de língua do processo de transformação e os princípios do processo de transação se ajustam às estratégias adotadas pelos atores desse gênero discursivo com vistas a convencer seu interlocutor – o juiz – a atender seus pedidos, ou seja, a condenar a parte Ré a reparar o dano sofrido pela parte Autora.

Palavras-chave: Semiolinguística; processo de semiotização do mundo; narração; petições iniciais.

A crônica jornalística contemporânea: a persuasão pela história contada - Graziela Borguignon Mota (UFF) e Caroline Lourenço Monteiro (UFF)

A prática argumentativa suscita discussões desde a Antiguidade clássica. Do ponto de vista histórico, a argumentação está associada à complexidade da vida em sociedade. A palavra, de alguma maneira, funda um advento democrático: os conflitos não poderiam ser dissolvidos por força e destruição. “No contexto em que cidadãos eram chamados a resolver as questões da cidade é que surgem também os primeiros tratados de argumentação. Eles ensinavam a arte de persuasão” (FIORIN, 2016, p. 9). É ventilado, com frequência, o enunciado que diz que todo discurso que possui um viés argumentativo. Há diferentes maneiras de apresentação de um discurso argumentativo – de forma implícita ou explícita – contudo, todos os discursos podem ser considerados argumentativos. Importa-nos, nesse sentido, o conceito de ethos para refletirmos sobre o modo argumentativo, com base nas pesquisas de Patrick Charaudeau e Dominique Maingueneau (1991), em que se leva em consideração a posição enunciativa do enunciador, ou seja, uma das imagens de si que os enunciadores Gregório Duvivier e Leandro Karnal projetam em seu discurso. Por esse motivo, este trabalho pretende investigar, com base nos pressupostos da Teoria Semiolinguística do Discurso desenvolvida por Patrick Charaudeau, como o enunciador Karnal constrói sua crônica argumentativa, observando o recurso à narração como estratégia de persuasão para desvelar a identidade de um enunciador “cientista” que também assume o papel de um enunciador “cronista”. Além disso, objetiva-se também analisar crônicas opinativas de temática política de Duvivier buscando evidenciar a projeção de um ethos irônico e engajado, percebido por meio de um jogo de interpelação que exige do sujeito destinatário o reconhecimento desses enunciados irônicos.

Palavras-chave: crônicas; Semiolinguística; argumentação; ethos; Leandro Karnal; Gregório Duvivier.

GRUPO 3

FICÇÃO E PERSUASÃO

Mediação:
Profa. Dra. Patricia Neves Ribeiro (UFF/GPS-LEIFEN)

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Pandemia em quadrinhos: uma análise semiolinguística das tirinhas de Armandinho - Camila Magalhães Linhares (UFPI)

As histórias em quadrinhos têm o objetivo de contar uma narrativa, seja ela real ou ficcional, empregando recursos linguísticos e imagéticos para representar feitos ou situações da sociedade em um determinado contexto espaço-temporal. Com base nisso, o presente trabalho consiste em um recorte de pesquisa em nível de mestrado que objetiva realizar uma investigação acerca da construção dos discursos nas tirinhas do personagem Armandinho, de Alexandre Beck, tendo em vista as narrativas do momento sócio-histórico da pandemia da Covid-19. Analisamos os quadrinhos enquanto atos de linguagem, com ênfase nos sujeitos da linguagem, além de identificar as características que compõem esse gênero discursivo, pautadas nas classificações de esfera de atividade, campo discursivo e lugar de atividade. O quadro teórico-metodológico principal tem por base a Teoria Semiolinguística de Charaudeau (2001, 2012), complementada por Maingueneau (2015). Em sua constituição, o corpus deste trabalho é composto por cinco tirinhas publicadas no mês de março 2020, logo no início da pandemia no Brasil, tendo sua coleta realizada de forma bibliográfica e documental. A pesquisa se caracteriza como um estudo de abordagem qualitativa, descritiva e interpretativa. Ademais, os resultados permitem compreender como os discursos desse gênero circulam, os posicionamentos tomados pelos sujeitos e como se dá a sua produção, bem como, foi possível perceber os sujeitos participantes do contrato de comunicação midiático, sendo eles o quadrinista Alexandre Beck (EUc), os personagens das tirinhas (EUe), leitores idealizados (TUd) e leitores reais (TUi).

Palavras-chave: Análise do Discurso; gênero discursivo; tirinhas; Armandinho.

Quem narra convence? A argumentação na construção dos imaginários sociodiscursivos nos recontos de chapeuzinho vermelho - Raquel Monteiro de Rezende (UFF) e Janayna Rocha da Silva (UFF)

Considerando-se os valores sociais consolidados pela atividade da leitura, o presente trabalho tem o objetivo de examinar, a partir da observação de três versões do conto de Chapeuzinho Vermelho, como as obras literárias voltadas para os públicos infantil e juvenil têm representado a figura feminina. Sendo notável a ressignificação da personagem de capuz vermelho em adaptações recentes, torna-se pertinente que se observe como tais obras rompem com as representações tradicionais. Para tanto, tendo em vista que a narração, diferentemente da argumentação, não é impositiva, pretende-se, mais especificamente, apontar que é por intermédio da identificação do leitor com os actantes e com os fatos narrados que ocorre o convencimento, o que possibilita que o comportamento social atual coincida com o conteúdo de tais narrativas contemporâneas. A análise proposta baseia-se, predominantemente, nas concepções trazidas pela Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, sendo mais relevantes os conceitos de imaginários sociodiscursivos (Charaudeau, 2017), de sujeitos da linguagem (Charaudeau, 2016) e de argumentação (Charaudeau, 2004). Com o propósito de refletir acerca das compreensões de gênero, são apreciadas ainda as contribuições teóricas de Beauvoir (2016) e, no que diz respeito à temática dos contos de fadas e da literatura infantil, são também considerados os pressupostos de Cardemartori (2010) e Tatar (2004). A partir dos resultados encontrados, que confirmam a atualização de imaginários relativos à personagem de Chapeuzinho Vermelho em adaptações atuais, o presente trabalho constata a intenção de discussão acerca das novas representações femininas por parte das novas narrativas infantis e juvenis.

Palavras-chave: Semiolinguística; Literatura Infantil; argumentação; imaginários sociodiscursivos.

Desigualdade e pandemia no quadrinho "A confinada": a narrativa como forma de atuar criticamente sobre a realidade socioeconômica brasileira - Giselle de Souza Reis Coutinho (UFF)

Atualmente, as redes sociais são utilizadas não só para estabelecer contato e para aproximar pessoas que estão em um mesmo grupo de amigos, mas também para criar conteúdos de caráter crítico e compartilhá-lo, tendo em vista o grande alcance que essas plataformas têm. É nesse espaço, mais especificamente na rede Instagram, que os quadrinhos da série “Confinada”, cujo propósito é abordar narrativas que giram em torno de temáticas como racismo, branquitude e desigualdade, dos autores Leandro Assis e Triscila Oliveira são publicados. Assim, este trabalho propõe-se a analisar um quadrinho da série, o de número 12: “EAD”, a fim de investigar como os procedimentos narrativos são utilizados para evidenciar a tese dos produtores acerca das desigualdades socioeconômicas existentes entre as classes sociais no Brasil. Tal questão parte da hipótese de que a progressão das cenas expostas não são feitas de forma aleatória, mas sim como uma estratégia argumentativa, que tem como base o contexto pandêmico brasileiro, que é acionado pela veiculação de Imaginários Sociodiscursivos (CHARAUDEAU, 2018). O aparato teórico metodológico principal é o da Semiolinguística do Discurso de Patrick Charaudeau, com base nas considerações acerca dos Modos de organização do Discurso narrativo e argumentativo (2016; 2004) e sobre a construção do ato de linguagem, como os Sujeitos (2001) e o processo de Semiotização de Mundo (2007). Além disso, tendo em vista que o corpus é multimodal, serão utilizados pressupostos que abordem a questão da imagem, como Peirce (2010) e Santaella (2012). Portanto, pretende-se estudar o caráter argumentativo que a série, em especial o quadrinho analisado, possui, com o objetivo de analisar como a história constrói um posicionamento crítico acerca da temática abordada.

Palavras-chave: Semiolinguística; modos de organização; quadrinhos; desigualdade social; pandemia.

Princesas do divã: era outra vez... - Gisele Arruda Eckhardt (UFF) e Roberta Viegas Noronha (UFF)

Em nossas práticas comunicativas, é comum contarmos uma história com o intuito de envolver o outro, obter dele uma reação desejada além de justificar um modo de pensar e de agir. Neste sentido, levando em consideração que a argumentação não se restringe a um gênero exclusivo, mas que pode estar presente em quaisquer contratos de comunicação (AMOSSY, 2018; CHARAUDEAU, 2004), atendendo a critérios como problematizar, elucidar e provar, este trabalho objetiva analisar charges sobre contos de fadas, a fim de observar estratégias de persuasão e sedução com vistas à adesão do leitor. Tendo como base ainda as restrições da situação de comunicação, as estratégias do sujeito argumentador e a proposição de um ponto de vista, também serão contemplados os imaginários sociodiscursivos (CHARAUDEAU, 2018) presentes no discurso. Pois, ao intencionar validar seu raciocínio, esse sujeito argumentador acaba refletindo seu posicionamento acerca desses imaginários. Vale ainda acrescentar que será estabelecido um diálogo com a abordagem feminista (LOURO, 1999; HOOKS, 2000) e com os estudos sociológicos propostos por Bourdieu (2019). Tal estudo justifica-se pela relevância dessas princesas na educação formal, sobretudo na literatura infantil, com sua permanência nos contos, recontos e inclusive em outros gêneros, conforme se observa aqui. Verifica-se que as princesas do divã propõem o questionamento da conduta dessas protagonistas, muitas vezes de submissão, e permite que se discorra sobre a figura feminina sob múltiplos olhares na literatura, com o intuito de desconstruir certos paradigmas, estereótipos sociais e lugares-comuns. Sendo assim, nos tempos atuais, mais do que nunca, urge discutir acerca da representação da mulher.

Palavras-chave: Argumentação; Imaginários sociodiscursivos; contos de fadas.

O impacto dos imaginários sociodiscursivos na construção da identidade feminina nas canções de Mulan - Amanda Braga Marques Campos de Oliveira (UFF)

O presente trabalho tem por tema os imaginários sociodiscursivos no universo das princesas da Disney, mais especificamente o de Mulan, a princesa da Era da Renascença da Disney Animation Studios. O filme Mulan, de 1998, apresenta uma princesa que muda os conceitos de princesa da Disney até então estipulados, já que a jovem se disfarça de homem para lutar na guerra no lugar de seu pai. Além disso, Mulan não quer um casamento arranjado e está em busca de seu verdadeiro lugar no mundo, característica da Era de Princasas em que ela se encontra. Assim, este artigo tem como objetivo geral fazer uma análise, à luz da Semiolinguística de Patrick Charaudeau, dos imaginários sociodiscursivos femininos que influenciaram a criação da princesa guerreira Mulan. Dessa forma, como corpus selecionado, tem-se duas canções do filme, “Reflexão” e “Homem Ser”, já que retratam momentos importantes do processo de construção da identidade de Mulan. Como objetivos específicos, pretende-se (I) compreender de que maneira os imaginários sociodiscursivos da mulher da época de lançamento do filme influenciaram na construção da personagem Mulan, uma vez que os imaginários funcionam como espelho identitário; (II) analisar as escolhas lexicais para designar a personagem em cada letra de música, uma cantada por ela e a outra não; e (III) destacar questões relacionadas ao arquétipo das princesas e como se dá a representação da mulher a partir dele. Para isso, a metodologia empregada consiste em uma análise qualitativa e comparativa das duas canções. Destaca-se como fundamentação teórica para o vigente artigo a Semiolinguística do Discurso de Charaudeau. Com base no corpus analisado, salienta-se que, apesar da quebra de estereótipos relacionados à mulher e às princesas instaurada pela personagem, os imaginários sociodiscursivos femininos ainda são baseados em valores machistas e conservadores, como o de subserviência feminina ao homem.

Palavras-chave: princesas; imaginários sociodiscursivos; Semiolinguística.

Programação

Manhã   (9:30 – 12:00)
Link para acesso: https://youtu.be/9y22U7_Ijv8
9:30
ABERTURA 
GPS-LEIFEN – 10 ANOS!

Profa. Dra. Beatriz Feres (UFF/GPS-LEIFEN), uma das líderes e criadora do grupo.

10:00
RODA DE CONVERSA
AS TIRINHAS DO ARMANDINHO, DE ALEXANDRE BECK

Armandinho: Narrar para “ajudar a olhar”
Profa. Dra. Janyne Sattler (UFSC)

Armandinho: a realidade imediata nos limites entre tira e charge
Profa. Dra. Eveline Cardoso (UERJ/ GPS-LEIFEN)


Mediação:

Profa. Dra. Beatriz Feres (UFF/GPS-LEIFEN)

Tarde (14:00 – 16:30)
Link para acesso: https://youtu.be/mdM5ZxXnfhA
14:00
MESA-REDONDA
FORMAS DIVERSAS PARA NARRAR E CONVENCER

Homossexualidade e homoparentalidade na Literatura Infantil: do armário para a escola
– Profa. Dra. Anabel Medeiros (GPS-LEIFEN e GP ENLIJ)

A manipulação no discurso midiático: o papel da mídia impressa e digital na propagação de notícias falsas
– Profa. Dra. Camilla Duarte (OLM-RJ)

Pagando pelo gozo: humor e sexo em manchetes populares
Prof. Dr. Rafael Guimarães (IFRJ/GPS-LEIFEN)


Mediação:

Profa. Dra. Rosane Monnerat (UFF/GPS-LEIFEN)

GRUPOS DE DISCUSSÃO (17:00 – 19:30)
Link para acesso: os links serão enviados para os e-mails dos participantes inscritos

Coordenação: Profa. Dra. Glayci Xavier (UFF/GPS-LEIFEN)

GRUPO 1

HISTÓRIAS & HISTÓRIAS

Mediação:
Profa. Dra. Nadja Pattresi (UFF/GPS-LEIFEN)

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A narração e a argumentação na crônica de Machado de Assis - leitura de mundo e construção de sentidos - Rafaela Cardoso Corrêa dos Santos (SEDUC/RJ) e Vanessa Teixeira Ribeiro (UFRJ)

A partir dos pressupostos da Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, desenvolvida pelo linguista Patrick Charaudeau, propõe-se uma análise da crônica publicada por Machado de Assis em 19 de maio de 1888, na série Bons dias! do jornal Gazeta de Notícias, para se examinar como se desenvolvem os modos discursivos narrativos e argumentativos no gênero crônica.  Neste estudo, compreende-se que “um mesmo gênero pode resultar de um ou de vários modos de organização de discurso e do emprego de várias categorias de língua” (CHARAUDEAU, 2010, p.68). Além disso, busca-se entender como o contexto de produção se relaciona à composição do gênero e pode ser expresso pelo olhar do cronista revelando para o leitor aspectos do contexto social que estavam presentes no século XIX e que ainda persistem a sociedade como, por exemplo, os reflexos da escravidão. Dessa forma, com base nas teorias semiolinguísticas, considera-se que o trabalho proposto pode levar à compreensão não só do que o texto nos oferece em termos linguísticos e formais, mas também dos fatos sociais que o circundam e auxiliam na construção dos sentidos.

Palavras-chave: Semiolinguística; argumentação; narração; crônica; Machado de Assis.

“O que será o amanhã?”: Um estudo sobre o narrador em “A Cartomante”, de Machado de Assis - Thainá França Coelho (UFF)

O trabalho tem como objetivo apresentar uma análise sobre um dos componentes do modo narrativo de organização do discurso, de acordo com a Teoria Semiolinguística do Discurso, na versão em quadrinhos de “A cartomante”, de Machado de Assis, em comparação com o conto original do mesmo autor. O modo narrativo tem como função a construção de um relato a partir de uma encenação narrativa, dinâmica e organizada. Machado de Assis é conhecido por sua singularidade na escrita, ao criar narradores únicos para relatar histórias comuns e extraordinárias. Na versão original de “A Cartomante”, o narrador aparenta, em um primeiro olhar, ser apenas testemunha de um caso de traição, mas, em certos momentos, denota comentários muito pessoais e parciais. Além disso, apesar do senso comum não considerar a existência do narrador nos quadrinhos, a adaptação de Flavio Pessoa e Mauricio O. Dias garante o contrário, ao manter o modo clássico das histórias em quadrinhos, mas também utilizar o narrador de Machado no texto verbal. Dessa forma, o artigo terá como quadro teórico-metodológico os conceitos do modo de organização do discurso, dentro da Teoria Semiolinguística, especialmente o modo narrativo e seus componentes, a fim de analisar as intervenções e identidades dos narradores.

Palavras-chave: Semiolinguística; quadrinhos; Machado de Assis; narrativo.

Liberdade! Liberdade! O papel narrativo do negro como personagem de sua própria história na telenovela Lado a Lado - Murilo Alberto Martins Silva (UFF), André Marques da Silva (UFF) e Vívian Lúcia Xavier Pereira (UFF)

Este trabalho pretende, à luz da Teoria Semiolinguística, de Charaudeau, investigar na telenovela “Lado a lado” (2012) os imaginários sociodiscursivos (CHARAUDEAU, 2017), os papéis narrativos (CHARAUDEAU, 2016) desenvolvidos por personagens negros na trama e as estratégias de captação (CHARAUDEAU, 2018) da instância de produção televisiva. Constituindo a telenovela um gênero discursivo que organiza uma lógica narrativa, faz-se necessária uma reflexão que leve em consideração seu potencial discursivo na materialização de imaginários, na construção de identidades sociais/raciais, na exploração de dramas sociais e de situações cotidianas. A telenovela constitui, portanto, um contrato de comunicação, situado em contexto sócio-histórico, que exerce influência na narrativa, uma vez que a audiência está ligada à aprovação e/ou à rejeição do público. Assim, o(s) autor(es) constroem a narrativa a fim de estabelecer uma harmonia entre o interesse de captação por meio de anunciantes da emissora e o interesses do público. Então, este trabalho investiga o discurso acerca das questões raciais na narrativa ambientada no Brasil posterior à ‘Abolição da escravidão’, focalizando temas que evidenciam dramas raciais, racismo estrutural e lutas de classes. A telenovela dos autores João Ximenes Braga e Claudia Lage lança olhar sobre uma época que atravessou mudanças sociais e conquistas raciais, além de apresentar uma (re)leitura dos fatos históricos, considerando o papel do negro como sujeito de transformação social. A instância de produção, precisando atrair o público telespectador (TUi) do século XXI,  engendra uma narrativa que corresponde também aos interesses dos anunciantes. Os corpora deste trabalho serão constituídos por cenas da telenovela e, principalmente, pela abertura, que coloca lado a lado os grupos raciais da época, embalada pelo samba-enredo “Liberdade! Liberdade! Abra as Asas sobre Nós”. O objetivo desta investigação é compreender se o negro da narrativa de “Lado a Lado” é posicionado como sujeito agente ou sujeito paciente de sua história.

Palavras-chave: Telenovela; captação; racismo; escravidão; narração.

Narrativas carnavalescas: samba-enredo contando mais que histórias - André Luiz dos Santos (UFF)

O samba-enredo é um gênero textual criado no Brasil juntamente com a criação das escolas de samba do carnaval carioca. Tem como função apresentar, de forma sucinta, para o espectador ou ouvinte, o enredo escolhido pelos carnavalescos para a disputa dos concursos de carnavalescos. É um texto que narra uma história (seja de uma pessoa, um local, uma obra literária ou um sentimento) conhecida ou não do público, entretanto apresentando pontos pouco explorados os desconhecidos. Assim, proporcionando ao público uma experiência engrandecedora sobre o é contado. Nessa esteira, o objetivo deste trabalho é fazer uma análise baseada nas teorias semiolinguísticas sobre o modo narrativo, visando estabelecer como as composições carnavalescas narram histórias apresentando novos fatos e/ou releituras (romantizam ou não, seguem o senso comum ou não). Além disso propor uma reflexão sobre como esse gênero textual pode contribuir para o ensino em sala de aula, pois ao apresentá-lo para os alunos é possível instigar os discentes o desejo de conhecer tais histórias para comparar as versões. Serão analisados dois sambas-enredo neste trabalho Dom Quixote de La Mancha: O cavaleiro dos sonhos impossíveis (União da Ilha, 2010) e O espetáculo vai começar, Pérola Negra apresenta: O Auto da Compadecida (Pérola Negra, 2013).

Palavras-chave: Carnaval; samba-enredo; Semiolinguística; narrativa.

Travesti não é bagunça: uma análise semiolinguística do estereótipo transgênero presente em memes - Juliana Figueiredo Barboza (UFF)

No atual cenário contemporâneo, inserido na era da informação, percebe-se um avanço substancial na disseminação de publicações entre usuários da rede com vistas ao entretenimento. Por conseguinte, a crescente propagação e tais postagens disponibilizadas na Internet, sobretudo em redes sociais, aponta para os modos de agir e pensar compartilhados por um determinado grupo de pessoas. Dentro desse contexto, surge um gênero multissemiótico que comumente associa a imagem à escrita: o meme, cujos conteúdos podem ser jocosos, sarcásticos e, por vezes, ofensivos. Pelo seu grande poder de propagação, é essencial que se desenvolvam abordagens analíticas mais apuradas, levando-se em conta não apenas a superfície cômica desse gênero, mas os conteúdos latentes que apontam para saberes de crenças socialmente cristalizados. Por isso, o presente artigo tem como objetivo a análise de memes focados em representar a imagem de travestis, veiculados em sites e blogs de humor. Para tanto, o presente trabalho tem como aporte a Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, postulada por Patrick Charaudeau (2013; 2017; 2018; 2019a; 2019b; 2021), com destaque para as noções de estereótipos e imaginários sociodiscursivos, e forma a colocá-los em interface com os conceitos de diversidade e opressão segundo Santos (2020) e Majerowicz (2014; 2015). Assim, tendo como base a metodologia qualitativa, parte-se da hipótese de que, embora seja um gênero que prototipicamente vise à recreação, o discurso presente nesses textos reflete e reforça um olhar marcado pelo subjugamento e pela violência simbólica (BOURDIEU, 1997), sobretudo como forma de ironizar, ridicularizar ou depreciar esses indivíduos por meio não só de imagens, mas também por escolhas lexicais específicas. Como tendência, percebe-se que esses memes podem contribuir para a propagação de arquétipos depreciativos, revelando-nos uma alarmante ressonância encontrada entre sujeitos que compartilham desse mesmo imaginário. Tendo isso em vista, pretende-se contribuir para que se desenvolva uma visão crítica acerca desse gênero em ascensão, no qual a comicidade mascara uma visão de mundo que está associada, sobretudo, a avaliações estereotipadas, pejorativas e perniciosas a partir de uma construção identitária dos travestis no discurso.

Palavras-chave: Semiolinguística; memes; estereótipo.

GRUPO 2

GÊNEROS DIVERSOS PARA ARGUMENTAR

Mediação:
Profa. Dra. Ilana Rebello (UFF/GPS-LEIFEN)

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A argumentação na narrativa bíblica - Max Silva da Rocha (UFPI) e João Benvindo de Moura (UFPI)

Este trabalho, inserido nos estudos retórico-argumentativos, analisa atos retóricos de linguagem do orador Jesus de Nazaré, a partir da utilização de estratégias argumentativas ancoradas no ethos, logos e pathos, trilogia presente na narrativa bíblica encontrada em trechos do capítulo 8 do evangelho segundo João. Verificamos, a partir dessa narrativa, de que maneira Jesus agiu retoricamente diante de seu auditório idealizado, constituído por fariseus, almejando persuadi-lo. Metodologicamente, servimo-nos de uma pesquisa de natureza básica quanto à finalidade; descritiva e interpretativista, quanto aos objetivos; e qualitativa, quanto à abordagem. Em seguida, procedemos às análises a partir de três atos retóricos de linguagem, os quais mostram, de forma contundente, o agir argumentativo entre orador e auditório. Como resultados, percebemos que Jesus, na condição de orador, recorre constantemente aos artifícios retóricos, aqueles baseados na trilogia aristotélica, a fim de lograr êxito em seu discurso. No entanto, o auditório também recorreu a técnicas argumentativas, objetivando destruir os argumentos do orador. Em nossas análises, podemos perceber que o orador Jesus não conseguiu persuadir, pois o auditório, próximo ao final do ato retórico, resolveu agir por meio da violência física ao invés de argumentar. Mesmo assim, vimos as artimanhas persuasivas presentes expressivamente no discurso do sujeito enunciador, razão por que atestamos ser Jesus um orador por excelência.

Palavras-chave: Semiolinguística; argumentação; narrattivas bíblicas.

Semiolinguística e ensino: reflexões sobre práticas de leitura a partir do gênero discursivo reportagem - Ana Carolina Carneiro de Sousa (UFPI), Antônio Aílton Ferreira de Cerqueira (UFPI) e Jaqueline Salviano de Sousa (UFPI)

Os discursos midiáticos possuem grande influência no cenário social e também estão cada vez mais presentes nos livros didáticos e nas práticas escolares. Nesse sentido, podemos observar a necessidade de adequar o ensino da leitura às práticas discursivas que possibilitam um maior respaldo na formação de leitores aptos a terem contato com gêneros discursivos midiáticos. Diante disso, o presente trabalho propõe realizar uma análise em uma reportagem da revista Revestrés (publicação piauiense voltada para literatura, cultura e arte), por meio de categorias da Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso: o ato de linguagem e o contrato de comunicação midiático, apresentando-as como ferramentas para o ensino de leitura e interpretação de textos. Partindo desse objetivo geral, é possível elencar os seguintes objetivos específicos: desvelar o funcionamento da reportagem enquanto ato de linguagem; caracterizar o contrato de comunicação midiático que se mantém na encenação linguageira; e evidenciar a relevância do aporte teórico semiolinguístico para o ensino de leitura em sala de aula. No tocante aos pressupostos teóricos, o trabalho se baseia principalmente em Charaudeau (2016, 2018) e Xavier, Rebello e Monnerat (2021). O corpus do trabalho é constituído pela reportagem intitulada “Cadê o contrato que estava aqui” (edição de setembro de 2021) da revista em estudo. Do ponto de vista metodológico, essa pesquisa é qualitativa no que diz respeito à abordagem, e descritiva e interpretativa em relação aos objetivos. Em relação aos resultados, esta pesquisa apresenta recomendações didático-pedagógicas destinadas a professores de Ensino Médio, que poderão contribuir com o processo de formação de leitores competentes e autônomos.

Palavras-chave: discurso; Semiolinguística; ensino; leitura.

Argumentação multimodal e subjetividade em manchetes online: contribuições para o trabalho com a leitura em aulas de língua portuguesa - Welton Pereira e Silva (UEMS)

Assumindo a subjetividade como fator inerente à produção textual/discursiva, neste trabalho, procuraremos entrever os efeitos de sentido passíveis de serem produzidos por meio da leitura de textos multimodais. Os textos correspondem a notícias encontradas em dois sites, o portal G1 e o site da Revista Exame. Nosso aporte teórico consiste na Teoria Semiolinguística do Discurso, de Patrick Charaudeau (2008; 2016), em consonância com a Teoria da Argumentação no Discurso, proposta por Ruth Amossy (2018). Dada a natureza do corpus, também lançaremos mão de alguns preceitos da Gramática do Design Visual (KRESS & van LEEUWEN, 2006), por meio do que chamamos de argumentação multimodal (SILVA; MARCHON, 2021). A metodologia do trabalho é de natureza qualitativa, do tipo bibliográfico e documental. Tecemos considerações sobre a forma como a imagem, em consonância com o material verbal que constitui a notícia, deixam entrever o posicionamento subjetivo por parte da instância de produção do texto jornalístico que, normalmente, procura apresentar um efeito de sentido de objetividade. Esse arranjo multimodal parece funcionar como uma estratégia de captação que visa a chamar a atenção do leitor em potencial, podendo ainda figurar como um rico objeto de estudo em aulas de língua portuguesa no ensino básico, em que procuramos trabalhar a participação cooperativa do leitor no processo de interpretação textual.

Palavras-chave: Sargumentação multimodal; manchete; subjetividade.

A semiotização do mundo no discurso forense: um olhar da semiolinguística para as narrativas em petições iniciais - Douglas do Carmo Araujo (UFF)

Este trabalho mostra, por meio do processo de semiotização do mundo, como ocorre o desencadeamento da narrativa em Petições Iniciais (PIs), gênero discursivo muito comum aos profissionais de Direito, visto que é por meio dele que se inaugura uma ação judicial. Para Charaudeau (2005: 14), o processo de discursivização ou semiotização do mundo corresponde a um conjunto de operações linguísticas capazes de transformar a língua em discurso, o que significa dizer que esse processo se trata de um fenômeno da construção psicolinguageira de sentido, uma vez que permite a passagem do significado, no sentido genérico da língua, para a significação, no sentido específico do discurso. Dessa forma, esse processo comporta tanto a lógica das ações e a influência social – elementos externos à linguagem – quanto a lógica fixa da língua, presa às suas categorias linguísticas – elementos internos da linguagem – para a construção do sentido. Assim, analisamos duas PIs, tendo como recorte os itens “dos fatos”, que são comuns a esse gênero discursivo. A análise do corpus possui caráter qualitativo, uma vez que se baseia na interpretação dos dados de dois exemplares do gênero petição inicial (PI) da esfera cível, submetidos ao poder judiciário estadual da comarca do Rio de Janeiro. Além disso, as ideias centrais desta pesquisa fundamentam-se na Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, mais especificadamente, no que diz respeito à semiotização do mundo (CHARAUDEAU, 2005; 2015; MACHADO, 2001; PAULIUKONIS, 2011). A partir da análise dos dados, percebemos a narração nas PIs serve à argumentação e, dessa forma, as categorias de língua do processo de transformação e os princípios do processo de transação se ajustam às estratégias adotadas pelos atores desse gênero discursivo com vistas a convencer seu interlocutor – o juiz – a atender seus pedidos, ou seja, a condenar a parte Ré a reparar o dano sofrido pela parte Autora.

Palavras-chave: Semiolinguística; processo de semiotização do mundo; narração; petições iniciais.

A crônica jornalística contemporânea: a persuasão pela história contada - Graziela Borguignon Mota (UFF) e Caroline Lourenço Monteiro (UFF)

A prática argumentativa suscita discussões desde a Antiguidade clássica. Do ponto de vista histórico, a argumentação está associada à complexidade da vida em sociedade. A palavra, de alguma maneira, funda um advento democrático: os conflitos não poderiam ser dissolvidos por força e destruição. “No contexto em que cidadãos eram chamados a resolver as questões da cidade é que surgem também os primeiros tratados de argumentação. Eles ensinavam a arte de persuasão” (FIORIN, 2016, p. 9). É ventilado, com frequência, o enunciado que diz que todo discurso que possui um viés argumentativo. Há diferentes maneiras de apresentação de um discurso argumentativo – de forma implícita ou explícita – contudo, todos os discursos podem ser considerados argumentativos. Importa-nos, nesse sentido, o conceito de ethos para refletirmos sobre o modo argumentativo, com base nas pesquisas de Patrick Charaudeau e Dominique Maingueneau (1991), em que se leva em consideração a posição enunciativa do enunciador, ou seja, uma das imagens de si que os enunciadores Gregório Duvivier e Leandro Karnal projetam em seu discurso. Por esse motivo, este trabalho pretende investigar, com base nos pressupostos da Teoria Semiolinguística do Discurso desenvolvida por Patrick Charaudeau, como o enunciador Karnal constrói sua crônica argumentativa, observando o recurso à narração como estratégia de persuasão para desvelar a identidade de um enunciador “cientista” que também assume o papel de um enunciador “cronista”. Além disso, objetiva-se também analisar crônicas opinativas de temática política de Duvivier buscando evidenciar a projeção de um ethos irônico e engajado, percebido por meio de um jogo de interpelação que exige do sujeito destinatário o reconhecimento desses enunciados irônicos.

Palavras-chave: crônicas; Semiolinguística; argumentação; ethos; Leandro Karnal; Gregório Duvivier.

GRUPO 3

FICÇÃO E PERSUASÃO

Mediação:
Profa. Dra. Patricia Neves Ribeiro (UFF/GPS-LEIFEN)

*Clique no título para saber mais sobre o trabalho*

Pandemia em quadrinhos: uma análise semiolinguística das tirinhas de Armandinho - Camila Magalhães Linhares (UFPI)

As histórias em quadrinhos têm o objetivo de contar uma narrativa, seja ela real ou ficcional, empregando recursos linguísticos e imagéticos para representar feitos ou situações da sociedade em um determinado contexto espaço-temporal. Com base nisso, o presente trabalho consiste em um recorte de pesquisa em nível de mestrado que objetiva realizar uma investigação acerca da construção dos discursos nas tirinhas do personagem Armandinho, de Alexandre Beck, tendo em vista as narrativas do momento sócio-histórico da pandemia da Covid-19. Analisamos os quadrinhos enquanto atos de linguagem, com ênfase nos sujeitos da linguagem, além de identificar as características que compõem esse gênero discursivo, pautadas nas classificações de esfera de atividade, campo discursivo e lugar de atividade. O quadro teórico-metodológico principal tem por base a Teoria Semiolinguística de Charaudeau (2001, 2012), complementada por Maingueneau (2015). Em sua constituição, o corpus deste trabalho é composto por cinco tirinhas publicadas no mês de março 2020, logo no início da pandemia no Brasil, tendo sua coleta realizada de forma bibliográfica e documental. A pesquisa se caracteriza como um estudo de abordagem qualitativa, descritiva e interpretativa. Ademais, os resultados permitem compreender como os discursos desse gênero circulam, os posicionamentos tomados pelos sujeitos e como se dá a sua produção, bem como, foi possível perceber os sujeitos participantes do contrato de comunicação midiático, sendo eles o quadrinista Alexandre Beck (EUc), os personagens das tirinhas (EUe), leitores idealizados (TUd) e leitores reais (TUi).

Palavras-chave: Análise do Discurso; gênero discursivo; tirinhas; Armandinho.

Quem narra convence? A argumentação na construção dos imaginários sociodiscursivos nos recontos de chapeuzinho vermelho - Raquel Monteiro de Rezende (UFF) e Janayna Rocha da Silva (UFF)

Considerando-se os valores sociais consolidados pela atividade da leitura, o presente trabalho tem o objetivo de examinar, a partir da observação de três versões do conto de Chapeuzinho Vermelho, como as obras literárias voltadas para os públicos infantil e juvenil têm representado a figura feminina. Sendo notável a ressignificação da personagem de capuz vermelho em adaptações recentes, torna-se pertinente que se observe como tais obras rompem com as representações tradicionais. Para tanto, tendo em vista que a narração, diferentemente da argumentação, não é impositiva, pretende-se, mais especificamente, apontar que é por intermédio da identificação do leitor com os actantes e com os fatos narrados que ocorre o convencimento, o que possibilita que o comportamento social atual coincida com o conteúdo de tais narrativas contemporâneas. A análise proposta baseia-se, predominantemente, nas concepções trazidas pela Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, sendo mais relevantes os conceitos de imaginários sociodiscursivos (Charaudeau, 2017), de sujeitos da linguagem (Charaudeau, 2016) e de argumentação (Charaudeau, 2004). Com o propósito de refletir acerca das compreensões de gênero, são apreciadas ainda as contribuições teóricas de Beauvoir (2016) e, no que diz respeito à temática dos contos de fadas e da literatura infantil, são também considerados os pressupostos de Cardemartori (2010) e Tatar (2004). A partir dos resultados encontrados, que confirmam a atualização de imaginários relativos à personagem de Chapeuzinho Vermelho em adaptações atuais, o presente trabalho constata a intenção de discussão acerca das novas representações femininas por parte das novas narrativas infantis e juvenis.

Palavras-chave: Semiolinguística; Literatura Infantil; argumentação; imaginários sociodiscursivos.

Desigualdade e pandemia no quadrinho "A confinada": a narrativa como forma de atuar criticamente sobre a realidade socioeconômica brasileira - Giselle de Souza Reis Coutinho (UFF)

Atualmente, as redes sociais são utilizadas não só para estabelecer contato e para aproximar pessoas que estão em um mesmo grupo de amigos, mas também para criar conteúdos de caráter crítico e compartilhá-lo, tendo em vista o grande alcance que essas plataformas têm. É nesse espaço, mais especificamente na rede Instagram, que os quadrinhos da série “Confinada”, cujo propósito é abordar narrativas que giram em torno de temáticas como racismo, branquitude e desigualdade, dos autores Leandro Assis e Triscila Oliveira são publicados. Assim, este trabalho propõe-se a analisar um quadrinho da série, o de número 12: “EAD”, a fim de investigar como os procedimentos narrativos são utilizados para evidenciar a tese dos produtores acerca das desigualdades socioeconômicas existentes entre as classes sociais no Brasil. Tal questão parte da hipótese de que a progressão das cenas expostas não são feitas de forma aleatória, mas sim como uma estratégia argumentativa, que tem como base o contexto pandêmico brasileiro, que é acionado pela veiculação de Imaginários Sociodiscursivos (CHARAUDEAU, 2018). O aparato teórico metodológico principal é o da Semiolinguística do Discurso de Patrick Charaudeau, com base nas considerações acerca dos Modos de organização do Discurso narrativo e argumentativo (2016; 2004) e sobre a construção do ato de linguagem, como os Sujeitos (2001) e o processo de Semiotização de Mundo (2007). Além disso, tendo em vista que o corpus é multimodal, serão utilizados pressupostos que abordem a questão da imagem, como Peirce (2010) e Santaella (2012). Portanto, pretende-se estudar o caráter argumentativo que a série, em especial o quadrinho analisado, possui, com o objetivo de analisar como a história constrói um posicionamento crítico acerca da temática abordada.

Palavras-chave: Semiolinguística; modos de organização; quadrinhos; desigualdade social; pandemia.

Princesas do divã: era outra vez... - Gisele Arruda Eckhardt (UFF) e Roberta Viegas Noronha (UFF)

Em nossas práticas comunicativas, é comum contarmos uma história com o intuito de envolver o outro, obter dele uma reação desejada além de justificar um modo de pensar e de agir. Neste sentido, levando em consideração que a argumentação não se restringe a um gênero exclusivo, mas que pode estar presente em quaisquer contratos de comunicação (AMOSSY, 2018; CHARAUDEAU, 2004), atendendo a critérios como problematizar, elucidar e provar, este trabalho objetiva analisar charges sobre contos de fadas, a fim de observar estratégias de persuasão e sedução com vistas à adesão do leitor. Tendo como base ainda as restrições da situação de comunicação, as estratégias do sujeito argumentador e a proposição de um ponto de vista, também serão contemplados os imaginários sociodiscursivos (CHARAUDEAU, 2018) presentes no discurso. Pois, ao intencionar validar seu raciocínio, esse sujeito argumentador acaba refletindo seu posicionamento acerca desses imaginários. Vale ainda acrescentar que será estabelecido um diálogo com a abordagem feminista (LOURO, 1999; HOOKS, 2000) e com os estudos sociológicos propostos por Bourdieu (2019). Tal estudo justifica-se pela relevância dessas princesas na educação formal, sobretudo na literatura infantil, com sua permanência nos contos, recontos e inclusive em outros gêneros, conforme se observa aqui. Verifica-se que as princesas do divã propõem o questionamento da conduta dessas protagonistas, muitas vezes de submissão, e permite que se discorra sobre a figura feminina sob múltiplos olhares na literatura, com o intuito de desconstruir certos paradigmas, estereótipos sociais e lugares-comuns. Sendo assim, nos tempos atuais, mais do que nunca, urge discutir acerca da representação da mulher.

Palavras-chave: Argumentação; Imaginários sociodiscursivos; contos de fadas.

O impacto dos imaginários sociodiscursivos na construção da identidade feminina nas canções de Mulan - Amanda Braga Marques Campos de Oliveira (UFF)

O presente trabalho tem por tema os imaginários sociodiscursivos no universo das princesas da Disney, mais especificamente o de Mulan, a princesa da Era da Renascença da Disney Animation Studios. O filme Mulan, de 1998, apresenta uma princesa que muda os conceitos de princesa da Disney até então estipulados, já que a jovem se disfarça de homem para lutar na guerra no lugar de seu pai. Além disso, Mulan não quer um casamento arranjado e está em busca de seu verdadeiro lugar no mundo, característica da Era de Princasas em que ela se encontra. Assim, este artigo tem como objetivo geral fazer uma análise, à luz da Semiolinguística de Patrick Charaudeau, dos imaginários sociodiscursivos femininos que influenciaram a criação da princesa guerreira Mulan. Dessa forma, como corpus selecionado, tem-se duas canções do filme, “Reflexão” e “Homem Ser”, já que retratam momentos importantes do processo de construção da identidade de Mulan. Como objetivos específicos, pretende-se (I) compreender de que maneira os imaginários sociodiscursivos da mulher da época de lançamento do filme influenciaram na construção da personagem Mulan, uma vez que os imaginários funcionam como espelho identitário; (II) analisar as escolhas lexicais para designar a personagem em cada letra de música, uma cantada por ela e a outra não; e (III) destacar questões relacionadas ao arquétipo das princesas e como se dá a representação da mulher a partir dele. Para isso, a metodologia empregada consiste em uma análise qualitativa e comparativa das duas canções. Destaca-se como fundamentação teórica para o vigente artigo a Semiolinguística do Discurso de Charaudeau. Com base no corpus analisado, salienta-se que, apesar da quebra de estereótipos relacionados à mulher e às princesas instaurada pela personagem, os imaginários sociodiscursivos femininos ainda são baseados em valores machistas e conservadores, como o de subserviência feminina ao homem.

Palavras-chave: princesas; imaginários sociodiscursivos; Semiolinguística.

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