VIII FÓRUM DO GPS-LEIFEN - 10 ANOS
VIII FÓRUM DO GPS-LEIFEN - 10 ANOS
1º de dezembro de 2021
EVENTO 100% ON-LINE
1º de dezembro de 2021
EVENTO 100% ON-LINE
GPS-LEIFEN – 10 anos
GPS-LEIFEN – 10 anos
Sob a coordenação das professoras Beatriz Feres e Patricia Neves Ribeiro, o Grupo de Pesquisa em Semiolinguística – Leitura, Fruição e Ensino (GPS-LEIFEN) completa 10 anos!
O GPS-LEIFEN se orienta pela Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, fundada por Patrick Charaudeau, com o objetivo de investigar o processo de construção de sentidos, tanto na extremidade da recepção, quanto na produção dos textos, a fim de flagrar os mecanismos internos (textuais) e externos (discursivos e situacionais) que contribuem para a significação. Desse modo, as investigações desenvolvidas pelo grupo privilegiam o vínculo com o ensino, com vistas não só à criação de metodologias voltadas para o letramento, como também à problematização da leitura (em sentido amplo).
Além da pesquisa acadêmica e dos encontros mensais, o Grupo realiza anualmente o Fórum do GPS-LEIFEN, com o intuito de promover debates públicos acerca dos temas de interesse e palestras relacionadas à formação docente continuada. Em 2021, a edição comemorativa de 10 anos tem como tema: “Narrar para convencer: quem conta um conto acrescenta um ponto de vista” e pretende mostrar um pouco dos trabalhos desenvolvidos por integrantes do grupo, orientandos, além de parceiros, como os pesquisadores do NEPAD/UFPI.
Comissão Organizadora do VIII Fórum do GPS-LEIFEN:
Profa. Dra. Beatriz dos Santos Feres Profa. Dra. Nadja Pattresi de Souza e Silva
Profa. Dra. Glayci Kelli Reis da Silva Xavier Profa. Dra. Patricia Ferreira Neves Ribeiro
Profa. Dra. Ilana da Silva Rebello Viegas Profa. Dra. Rosane Santos Mauro Monnerat
Sob a coordenação das professoras Beatriz Feres e Patricia Neves Ribeiro, o Grupo de Pesquisa em Semiolinguística – Leitura, Fruição e Ensino (GPS-LEIFEN) completa 10 anos!
O GPS-LEIFEN se orienta pela Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, fundada por Patrick Charaudeau, com o objetivo de investigar o processo de construção de sentidos, tanto na extremidade da recepção, quanto na produção dos textos, a fim de flagrar os mecanismos internos (textuais) e externos (discursivos e situacionais) que contribuem para a significação. Desse modo, as investigações desenvolvidas pelo grupo privilegiam o vínculo com o ensino, com vistas não só à criação de metodologias voltadas para o letramento, como também à problematização da leitura (em sentido amplo).
Além da pesquisa acadêmica e dos encontros mensais, o Grupo realiza anualmente o Fórum do GPS-LEIFEN, com o intuito de promover debates públicos acerca dos temas de interesse e palestras relacionadas à formação docente continuada. Em 2021, a edição comemorativa de 10 anos tem como tema: “Narrar para convencer: quem conta um conto acrescenta um ponto de vista” e pretende mostrar um pouco dos trabalhos desenvolvidos por integrantes do grupo, orientandos, além de parceiros, como os pesquisadores do NEPAD/UFPI.
Comissão Organizadora do VIII Fórum do GPS-LEIFEN:
Profa. Dra. Beatriz dos Santos Feres
Profa. Dra. Glayci Kelli Reis da S. Xavier
Profa. Dra. Ilana da S. Rebello Viegas
Profa. Dra. Nadja Pattresi de S. e Silva
Profa. Dra. Patricia F. Neves Ribeiro
Profa. Dra. Rosane Santos M. Monnerat
Participantes
Participantes
roda de conversa: as tirinhas de Armandinho, de Alexandre Beck
Janyne Sattler
UFSC
Janyne é professora do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), doutora em Filosofia pela Université du Québec à Montréal, coordenadora do Grupo Germina e do Projeto Uma Filósofa por Mês. Membra do GT Filosofia e Gênero da Anpof, e do IEG, Instituto de Estudos e Gênero da UFSC. Pesquisa em Ética e Filosofia Política, Filosofia e Literatura, e Feminismos.
Eveline Coelho Cardoso
UERJ / SME-Teresópolis
Eveline é mestre e doutora em Estudos da Linguagem pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com graduação em Letras pela Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ/FFP). Tem experiência em todas as etapas da Educação Básica e, atualmente, é docente na Rede Municipal de Educação de Teresópolis (SME-Teresópolis/RJ) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Troféu HQ Mix de melhor tese sobre quadrinhos em 2019, desenvolve pesquisas sobre textos verbo-visuais, em especial charges e outros quadrinhos.
roda de conversa: as tirinhas de Armandinho, de Alexandre Beck
Janyne Sattler
UFSC
Janyne é professora do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), doutora em Filosofia pela Université du Québec à Montréal, coordenadora do Grupo Germina e do Projeto Uma Filósofa por Mês. Membra do GT Filosofia e Gênero da Anpof, e do IEG, Instituto de Estudos e Gênero da UFSC. Pesquisa em Ética e Filosofia Política, Filosofia e Literatura, e Feminismos..
Eveline Coelho Cardoso
UERJ / SME-Teresópolis / GPS-LEIFEN
Eveline é mestre e doutora em Estudos da Linguagem pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com graduação em Letras pela Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ/FFP). Tem experiência em todas as etapas da Educação Básica e, atualmente, é docente na Rede Municipal de Educação de Teresópolis (SME-Teresópolis/RJ) e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Troféu HQ Mix de melhor tese sobre quadrinhos em 2019, desenvolve pesquisas sobre textos verbo-visuais, em especial charges e outros quadrinhos.
Mesa-redonda: Formas diversas para narrar e convencer
Anabel Medeiros Azerêdo de Paula
GPS-LEIFEN/UFF e GP ENLIJ/UERJ
Anabel é mestre e doutora em Estudos de Linguagem pela UFF. É graduada em Letras pela UNIVERSO, com especialização em Leitura e Produção de Textos pela UFF e em Tradução da Língua Inglesa pelo ISAT. É membro do GPS- LeiFEn/UFF e do GP ENLIJ/UERJ . Foi professora substituta na UERJ e na UFF. Atua como professora de Língua Inglesa nas redes públicas de ensino do estado do Rio de Janeiro e do município de Itaboraí. Interesses de pesquisa: Semiolinguística, Literatura Infantil e Juvenil, Leitura e Livro Ilustrado.
Mesa-redonda: Formas diversas para narrar e convencer
Anabel Medeiros Azerêdo de Paula
GPS-LEIFEN/UFF e GP ENLIJ/UERJ
Anabel é mestre e doutora em Estudos de Linguagem pela UFF. É graduada em Letras pela UNIVERSO, com especialização em Leitura e Produção de Textos pela UFF e em Tradução da Língua Inglesa pelo ISAT. É membro do GPS- LeiFEn/UFF e do GP ENLIJ/UERJ . Foi professora substituta na UERJ e na UFF. Atua como professora de Língua Inglesa nas redes públicas de ensino do estado do Rio de Janeiro e do município de Itaboraí. Interesses de pesquisa: Semiolinguística, Literatura Infantil e Juvenil, Leitura e Livro Ilustrado.
Camila Ramalho Duarte
OLM-RJ
Camilla é mestre e doutora em Estudos da Linguagem pela Universidade Federal Fluminense e, atualmente, é professora de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental II da Our Lady of Mercy School – Rio de Janeiro. Possui experiência em pesquisa com textos midiáticos, com ênfase em publicidade e propaganda, tendo por base em seus estudos a Teoria Semiolinguistica de Análise do Discurso.
Camila Ramalho Duarte
OLM-RJ
Camilla Ramalho Duarte é mestre e doutora em Estudos da Linguagem pela Universidade Federal Fluminense e, atualmente, é professora de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental II da Our Lady of Mercy School – Rio de Janeiro. Possui experiência em pesquisa com textos midiáticos, com ênfase em publicidade e propaganda, tendo por base em seus estudos a Teoria Semiolinguistica de Análise do Discurso.
Rafael Guimarães Nogueira
IFRJ e GPS-LEIFEN
Rafael é doutor em Estudos de Linguagem (Análise Semiolinguística do Discurso) pela UFF, Mestre em Língua Portuguesa (Linguística Textual) pela UFRJ e graduado em Português-Italiano pela UFRJ. É Professor efetivo do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), campus Rio de Janeiro, onde leciona para turmas do Ensino Médio. É membro do Grupo de Pesquisa em Semiolinguística – Leitura, Fruição e Ensino (GPS-LEIFEN), do Instituto de Letras da UFF. Aproximando sua formação acadêmica à sua atuação profissional, debruça-se sobre os seguintes temas: textualidade, captação, multimodalidade e argumentação.
Rafael Guimarães Nogueira
IFRJ e GPS-LEIFEN
Rafael é doutor em Estudos de Linguagem (Análise Semiolinguística do Discurso) pela UFF, Mestre em Língua Portuguesa (Linguística Textual) pela UFRJ e graduado em Português-Italiano pela UFRJ. É Professor efetivo do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), campus Rio de Janeiro, onde leciona para turmas do Ensino Médio. É membro do Grupo de Pesquisa em Semiolinguística – Leitura, Fruição e Ensino (GPS-LEIFEN), do Instituto de Letras da UFF. Aproximando sua formação acadêmica à sua atuação profissional, debruça-se sobre os seguintes temas: textualidade, captação, multimodalidade e argumentação.
Programação
Manhã (9:30 – 12:00)
Link para acesso: https://youtu.be/9y22U7_Ijv8
9:30
ABERTURA
GPS-LEIFEN – 10 ANOS!
Profa. Dra. Beatriz Feres (UFF/GPS-LEIFEN), uma das líderes e criadora do grupo.
10:00
RODA DE CONVERSA
AS TIRINHAS DO ARMANDINHO, DE ALEXANDRE BECK
Armandinho: Narrar para “ajudar a olhar”
♦ Profa. Dra. Janyne Sattler (UFSC)
Armandinho: a realidade imediata nos limites entre tira e charge
♦ Profa. Dra. Eveline Cardoso (UERJ/ GPS-LEIFEN)
Mediação:
Profa. Dra. Beatriz Feres (UFF/GPS-LEIFEN)
Tarde (14:00 – 16:30)
Link para acesso: https://youtu.be/mdM5ZxXnfhA
14:00
MESA-REDONDA
FORMAS DIVERSAS PARA NARRAR E CONVENCER
Homossexualidade e homoparentalidade na Literatura Infantil: do armário para a escola
♦ Profa. Dra. Anabel Medeiros (GPS-LEIFEN e GP ENLIJ)
Publicidades agênero feitas pra você: narrando para convencer pessoas
♦ Profa. Dra. Camilla Duarte (OLM-RJ)
Pagando pelo gozo: humor e sexo em manchetes populares
♦ Prof. Dr. Rafael Guimarães (IFRJ/GPS-LEIFEN)
Mediação:
Profa. Dra. Rosane Monnerat (UFF/GPS-LEIFEN)
GRUPOS DE DISCUSSÃO (17:00 – 19:30)
Link para acesso: os links serão enviados para os e-mails dos participantes inscritos
Coordenação: Profa. Dra. Glayci Xavier (UFF/GPS-LEIFEN)
GRUPO 1
HISTÓRIAS & HISTÓRIAS
Mediação:
Profa. Dra. Nadja Pattresi (UFF/GPS-LEIFEN)
***Clique no título para saber mais sobre o trabalho***
A narração e a argumentação na crônica de Machado de Assis - leitura de mundo e construção de sentidos - Rafaela Cardoso Corrêa dos Santos (SEDUC/RJ) e Vanessa Teixeira Ribeiro (UFRJ)
A partir dos pressupostos da Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, desenvolvida pelo linguista Patrick Charaudeau, propõe-se uma análise da crônica publicada por Machado de Assis em 19 de maio de 1888, na série Bons dias! do jornal Gazeta de Notícias, para se examinar como se desenvolvem os modos discursivos narrativos e argumentativos no gênero crônica. Neste estudo, compreende-se que “um mesmo gênero pode resultar de um ou de vários modos de organização de discurso e do emprego de várias categorias de língua” (CHARAUDEAU, 2010, p.68). Além disso, busca-se entender como o contexto de produção se relaciona à composição do gênero e pode ser expresso pelo olhar do cronista revelando para o leitor aspectos do contexto social que estavam presentes no século XIX e que ainda persistem a sociedade como, por exemplo, os reflexos da escravidão. Dessa forma, com base nas teorias semiolinguísticas, considera-se que o trabalho proposto pode levar à compreensão não só do que o texto nos oferece em termos linguísticos e formais, mas também dos fatos sociais que o circundam e auxiliam na construção dos sentidos. Palavras-chave: Semiolinguística; argumentação; narração; crônica; Machado de Assis. |
“O que será o amanhã?”: Um estudo sobre o narrador em “A Cartomante”, de Machado de Assis - Thainá França Coelho (UFF)
O trabalho tem como objetivo apresentar uma análise sobre um dos componentes do modo narrativo de organização do discurso, de acordo com a Teoria Semiolinguística do Discurso, na versão em quadrinhos de “A cartomante”, de Machado de Assis, em comparação com o conto original do mesmo autor. O modo narrativo tem como função a construção de um relato a partir de uma encenação narrativa, dinâmica e organizada. Machado de Assis é conhecido por sua singularidade na escrita, ao criar narradores únicos para relatar histórias comuns e extraordinárias. Na versão original de “A Cartomante”, o narrador aparenta, em um primeiro olhar, ser apenas testemunha de um caso de traição, mas, em certos momentos, denota comentários muito pessoais e parciais. Além disso, apesar do senso comum não considerar a existência do narrador nos quadrinhos, a adaptação de Flavio Pessoa e Mauricio O. Dias garante o contrário, ao manter o modo clássico das histórias em quadrinhos, mas também utilizar o narrador de Machado no texto verbal. Dessa forma, o artigo terá como quadro teórico-metodológico os conceitos do modo de organização do discurso, dentro da Teoria Semiolinguística, especialmente o modo narrativo e seus componentes, a fim de analisar as intervenções e identidades dos narradores. Palavras-chave: Semiolinguística; quadrinhos; Machado de Assis; narrativo. |
Liberdade! Liberdade! O papel narrativo do negro como personagem de sua própria história na telenovela Lado a Lado - Murilo Alberto Martins Silva (UFF), André Marques da Silva (UFF) e Vívian Lúcia Xavier Pereira (UFF)
Este trabalho pretende, à luz da Teoria Semiolinguística, de Charaudeau, investigar na telenovela “Lado a lado” (2012) os imaginários sociodiscursivos (CHARAUDEAU, 2017), os papéis narrativos (CHARAUDEAU, 2016) desenvolvidos por personagens negros na trama e as estratégias de captação (CHARAUDEAU, 2018) da instância de produção televisiva. Constituindo a telenovela um gênero discursivo que organiza uma lógica narrativa, faz-se necessária uma reflexão que leve em consideração seu potencial discursivo na materialização de imaginários, na construção de identidades sociais/raciais, na exploração de dramas sociais e de situações cotidianas. A telenovela constitui, portanto, um contrato de comunicação, situado em contexto sócio-histórico, que exerce influência na narrativa, uma vez que a audiência está ligada à aprovação e/ou à rejeição do público. Assim, o(s) autor(es) constroem a narrativa a fim de estabelecer uma harmonia entre o interesse de captação por meio de anunciantes da emissora e o interesses do público. Então, este trabalho investiga o discurso acerca das questões raciais na narrativa ambientada no Brasil posterior à ‘Abolição da escravidão’, focalizando temas que evidenciam dramas raciais, racismo estrutural e lutas de classes. A telenovela dos autores João Ximenes Braga e Claudia Lage lança olhar sobre uma época que atravessou mudanças sociais e conquistas raciais, além de apresentar uma (re)leitura dos fatos históricos, considerando o papel do negro como sujeito de transformação social. A instância de produção, precisando atrair o público telespectador (TUi) do século XXI, engendra uma narrativa que corresponde também aos interesses dos anunciantes. Os corpora deste trabalho serão constituídos por cenas da telenovela e, principalmente, pela abertura, que coloca lado a lado os grupos raciais da época, embalada pelo samba-enredo “Liberdade! Liberdade! Abra as Asas sobre Nós”. O objetivo desta investigação é compreender se o negro da narrativa de “Lado a Lado” é posicionado como sujeito agente ou sujeito paciente de sua história. Palavras-chave: Telenovela; captação; racismo; escravidão; narração |
Narrativas carnavalescas: samba-enredo contando mais que histórias - André Luiz dos Santos (UFF)
O samba-enredo é um gênero textual criado no Brasil juntamente com a criação das escolas de samba do carnaval carioca. Tem como função apresentar, de forma sucinta, para o espectador ou ouvinte, o enredo escolhido pelos carnavalescos para a disputa dos concursos de carnavalescos. É um texto que narra uma história (seja de uma pessoa, um local, uma obra literária ou um sentimento) conhecida ou não do público, entretanto apresentando pontos pouco explorados os desconhecidos. Assim, proporcionando ao público uma experiência engrandecedora sobre o é contado. Nessa esteira, o objetivo deste trabalho é fazer uma análise baseada nas teorias semiolinguísticas sobre o modo narrativo, visando estabelecer como as composições carnavalescas narram histórias apresentando novos fatos e/ou releituras (romantizam ou não, seguem o senso comum ou não). Além disso propor uma reflexão sobre como esse gênero textual pode contribuir para o ensino em sala de aula, pois ao apresentá-lo para os alunos é possível instigar os discentes o desejo de conhecer tais histórias para comparar as versões. Serão analisados dois sambas-enredo neste trabalho Dom Quixote de La Mancha: O cavaleiro dos sonhos impossíveis (União da Ilha, 2010) e O espetáculo vai começar, Pérola Negra apresenta: O Auto da Compadecida (Pérola Negra, 2013). Palavras-chave: Carnaval; samba-enredo; Semiolinguística; narrativa. |
Travesti não é bagunça: uma análise semiolinguística do estereótipo transgênero presente em memes - Juliana Figueiredo Barboza (UFF)
No atual cenário contemporâneo, inserido na era da informação, percebe-se um avanço substancial na disseminação de publicações entre usuários da rede com vistas ao entretenimento. Por conseguinte, a crescente propagação e tais postagens disponibilizadas na Internet, sobretudo em redes sociais, aponta para os modos de agir e pensar compartilhados por um determinado grupo de pessoas. Dentro desse contexto, surge um gênero multissemiótico que comumente associa a imagem à escrita: o meme, cujos conteúdos podem ser jocosos, sarcásticos e, por vezes, ofensivos. Pelo seu grande poder de propagação, é essencial que se desenvolvam abordagens analíticas mais apuradas, levando-se em conta não apenas a superfície cômica desse gênero, mas os conteúdos latentes que apontam para saberes de crenças socialmente cristalizados. Por isso, o presente artigo tem como objetivo a análise de memes focados em representar a imagem de travestis, veiculados em sites e blogs de humor. Para tanto, o presente trabalho tem como aporte a Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, postulada por Patrick Charaudeau (2013; 2017; 2018; 2019a; 2019b; 2021), com destaque para as noções de estereótipos e imaginários sociodiscursivos, e forma a colocá-los em interface com os conceitos de diversidade e opressão segundo Santos (2020) e Majerowicz (2014; 2015). Assim, tendo como base a metodologia qualitativa, parte-se da hipótese de que, embora seja um gênero que prototipicamente vise à recreação, o discurso presente nesses textos reflete e reforça um olhar marcado pelo subjugamento e pela violência simbólica (BOURDIEU, 1997), sobretudo como forma de ironizar, ridicularizar ou depreciar esses indivíduos por meio não só de imagens, mas também por escolhas lexicais específicas. Como tendência, percebe-se que esses memes podem contribuir para a propagação de arquétipos depreciativos, revelando-nos uma alarmante ressonância encontrada entre sujeitos que compartilham desse mesmo imaginário. Tendo isso em vista, pretende-se contribuir para que se desenvolva uma visão crítica acerca desse gênero em ascensão, no qual a comicidade mascara uma visão de mundo que está associada, sobretudo, a avaliações estereotipadas, pejorativas e perniciosas a partir de uma construção identitária dos travestis no discurso. Palavras-chave: Semiolinguística; memes; estereótipo. |
GRUPO 2
GÊNEROS DIVERSOS PARA ARGUMENTAR
Mediação:
Profa. Dra. Ilana Rebello (UFF/GPS-LEIFEN)
***Clique no título para saber mais sobre o trabalho***
A argumentação na narrativa bíblica - Max Silva da Rocha (UFPI) e João Benvindo de Moura (UFPI)
Este trabalho, inserido nos estudos retórico-argumentativos, analisa atos retóricos de linguagem do orador Jesus de Nazaré, a partir da utilização de estratégias argumentativas ancoradas no ethos, logos e pathos, trilogia presente na narrativa bíblica encontrada em trechos do capítulo 8 do evangelho segundo João. Verificamos, a partir dessa narrativa, de que maneira Jesus agiu retoricamente diante de seu auditório idealizado, constituído por fariseus, almejando persuadi-lo. Metodologicamente, servimo-nos de uma pesquisa de natureza básica quanto à finalidade; descritiva e interpretativista, quanto aos objetivos; e qualitativa, quanto à abordagem. Em seguida, procedemos às análises a partir de três atos retóricos de linguagem, os quais mostram, de forma contundente, o agir argumentativo entre orador e auditório. Como resultados, percebemos que Jesus, na condição de orador, recorre constantemente aos artifícios retóricos, aqueles baseados na trilogia aristotélica, a fim de lograr êxito em seu discurso. No entanto, o auditório também recorreu a técnicas argumentativas, objetivando destruir os argumentos do orador. Em nossas análises, podemos perceber que o orador Jesus não conseguiu persuadir, pois o auditório, próximo ao final do ato retórico, resolveu agir por meio da violência física ao invés de argumentar. Mesmo assim, vimos as artimanhas persuasivas presentes expressivamente no discurso do sujeito enunciador, razão por que atestamos ser Jesus um orador por excelência.. Palavras-chave: Semiolinguística; argumentação; narrattivas bíblicas. |
Semiolinguística e ensino: reflexões sobre práticas de leitura a partir do gênero discursivo reportagem - Ana Carolina Carneiro de Sousa (UFPI), Antônio Aílton Ferreira de Cerqueira (UFPI) e Jaqueline Salviano de Sousa (UFPI)
Os discursos midiáticos possuem grande influência no cenário social e também estão cada vez mais presentes nos livros didáticos e nas práticas escolares. Nesse sentido, podemos observar a necessidade de adequar o ensino da leitura às práticas discursivas que possibilitam um maior respaldo na formação de leitores aptos a terem contato com gêneros discursivos midiáticos. Diante disso, o presente trabalho propõe realizar uma análise em uma reportagem da revista Revestrés (publicação piauiense voltada para literatura, cultura e arte), por meio de categorias da Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso: o ato de linguagem e o contrato de comunicação midiático, apresentando-as como ferramentas para o ensino de leitura e interpretação de textos. Partindo desse objetivo geral, é possível elencar os seguintes objetivos específicos: desvelar o funcionamento da reportagem enquanto ato de linguagem; caracterizar o contrato de comunicação midiático que se mantém na encenação linguageira; e evidenciar a relevância do aporte teórico semiolinguístico para o ensino de leitura em sala de aula. No tocante aos pressupostos teóricos, o trabalho se baseia principalmente em Charaudeau (2016, 2018) e Xavier, Rebello e Monnerat (2021). O corpus do trabalho é constituído pela reportagem intitulada “Cadê o contrato que estava aqui” (edição de setembro de 2021) da revista em estudo. Do ponto de vista metodológico, essa pesquisa é qualitativa no que diz respeito à abordagem, e descritiva e interpretativa em relação aos objetivos. Em relação aos resultados, esta pesquisa apresenta recomendações didático-pedagógicas destinadas a professores de Ensino Médio, que poderão contribuir com o processo de formação de leitores competentes e autônomos. Palavras-chave: discurso; Semiolinguística; ensino; leitura. |
Argumentação multimodal e subjetividade em manchetes online: contribuições para o trabalho com a leitura em aulas de língua portuguesa - Welton Pereira e Silva (UEMS)
Assumindo a subjetividade como fator inerente à produção textual/discursiva, neste trabalho, procuraremos entrever os efeitos de sentido passíveis de serem produzidos por meio da leitura de textos multimodais. Os textos correspondem a notícias encontradas em dois sites, o portal G1 e o site da Revista Exame. Nosso aporte teórico consiste na Teoria Semiolinguística do Discurso, de Patrick Charaudeau (2008; 2016), em consonância com a Teoria da Argumentação no Discurso, proposta por Ruth Amossy (2018). Dada a natureza do corpus, também lançaremos mão de alguns preceitos da Gramática do Design Visual (KRESS & van LEEUWEN, 2006), por meio do que chamamos de argumentação multimodal (SILVA; MARCHON, 2021). A metodologia do trabalho é de natureza qualitativa, do tipo bibliográfico e documental. Tecemos considerações sobre a forma como a imagem, em consonância com o material verbal que constitui a notícia, deixam entrever o posicionamento subjetivo por parte da instância de produção do texto jornalístico que, normalmente, procura apresentar um efeito de sentido de objetividade. Esse arranjo multimodal parece funcionar como uma estratégia de captação que visa a chamar a atenção do leitor em potencial, podendo ainda figurar como um rico objeto de estudo em aulas de língua portuguesa no ensino básico, em que procuramos trabalhar a participação cooperativa do leitor no processo de interpretação textual. Palavras-chave: argumentação multimodal; manchete; subjetividade. |
A semiotização do mundo no discurso forense: um olhar da semiolinguística para as narrativas em petições iniciais - Douglas do Carmo Araujo (UFF)
Este trabalho mostra, por meio do processo de semiotização do mundo, como ocorre o desencadeamento da narrativa em Petições Iniciais (PIs), gênero discursivo muito comum aos profissionais de Direito, visto que é por meio dele que se inaugura uma ação judicial. Para Charaudeau (2005: 14), o processo de discursivização ou semiotização do mundo corresponde a um conjunto de operações linguísticas capazes de transformar a língua em discurso, o que significa dizer que esse processo se trata de um fenômeno da construção psicolinguageira de sentido, uma vez que permite a passagem do significado, no sentido genérico da língua, para a significação, no sentido específico do discurso. Dessa forma, esse processo comporta tanto a lógica das ações e a influência social – elementos externos à linguagem – quanto a lógica fixa da língua, presa às suas categorias linguísticas – elementos internos da linguagem – para a construção do sentido. Assim, analisamos duas PIs, tendo como recorte os itens “dos fatos”, que são comuns a esse gênero discursivo. A análise do corpus possui caráter qualitativo, uma vez que se baseia na interpretação dos dados de dois exemplares do gênero petição inicial (PI) da esfera cível, submetidos ao poder judiciário estadual da comarca do Rio de Janeiro. Além disso, as ideias centrais desta pesquisa fundamentam-se na Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, mais especificadamente, no que diz respeito à semiotização do mundo (CHARAUDEAU, 2005; 2015; MACHADO, 2001; PAULIUKONIS, 2011). A partir da análise dos dados, percebemos a narração nas PIs serve à argumentação e, dessa forma, as categorias de língua do processo de transformação e os princípios do processo de transação se ajustam às estratégias adotadas pelos atores desse gênero discursivo com vistas a convencer seu interlocutor – o juiz – a atender seus pedidos, ou seja, a condenar a parte Ré a reparar o dano sofrido pela parte Autora. Palavras-chave: Semiolinguística; processo de semiotização do mundo; narração; petições iniciais. |
A crônica jornalística contemporânea: a persuasão pela história contada - Graziela Borguignon Mota (UFF) e Caroline Lourenço Monteiro (UFF)
A prática argumentativa suscita discussões desde a Antiguidade clássica. Do ponto de vista histórico, a argumentação está associada à complexidade da vida em sociedade. A palavra, de alguma maneira, funda um advento democrático: os conflitos não poderiam ser dissolvidos por força e destruição. “No contexto em que cidadãos eram chamados a resolver as questões da cidade é que surgem também os primeiros tratados de argumentação. Eles ensinavam a arte de persuasão” (FIORIN, 2016, p. 9). É ventilado, com frequência, o enunciado que diz que todo discurso que possui um viés argumentativo. Há diferentes maneiras de apresentação de um discurso argumentativo – de forma implícita ou explícita – contudo, todos os discursos podem ser considerados argumentativos. Importa-nos, nesse sentido, o conceito de ethos para refletirmos sobre o modo argumentativo, com base nas pesquisas de Patrick Charaudeau e Dominique Maingueneau (1991), em que se leva em consideração a posição enunciativa do enunciador, ou seja, uma das imagens de si que os enunciadores Gregório Duvivier e Leandro Karnal projetam em seu discurso. Por esse motivo, este trabalho pretende investigar, com base nos pressupostos da Teoria Semiolinguística do Discurso desenvolvida por Patrick Charaudeau, como o enunciador Karnal constrói sua crônica argumentativa, observando o recurso à narração como estratégia de persuasão para desvelar a identidade de um enunciador “cientista” que também assume o papel de um enunciador “cronista”. Além disso, objetiva-se também analisar crônicas opinativas de temática política de Duvivier buscando evidenciar a projeção de um ethos irônico e engajado, percebido por meio de um jogo de interpelação que exige do sujeito destinatário o reconhecimento desses enunciados irônicos. Palavras-chave: crônicas; Semiolinguística; argumentação; ethos; Leandro Karnal; Gregório Duvivier. |
GRUPO 3
FICÇÃO E PERSUASÃO
Mediação:
Profa. Dra. Patricia Neves Ribeiro (UFF/GPS-LEIFEN)
***Clique no título para saber mais sobre o trabalho***
Pandemia em quadrinhos: uma análise semiolinguística das tirinhas de Armandinho - Camila Magalhães Linhares (UFPI)
As histórias em quadrinhos têm o objetivo de contar uma narrativa, seja ela real ou ficcional, empregando recursos linguísticos e imagéticos para representar feitos ou situações da sociedade em um determinado contexto espaço-temporal. Com base nisso, o presente trabalho consiste em um recorte de pesquisa em nível de mestrado que objetiva realizar uma investigação acerca da construção dos discursos nas tirinhas do personagem Armandinho, de Alexandre Beck, tendo em vista as narrativas do momento sócio-histórico da pandemia da Covid-19. Analisamos os quadrinhos enquanto atos de linguagem, com ênfase nos sujeitos da linguagem, além de identificar as características que compõem esse gênero discursivo, pautadas nas classificações de esfera de atividade, campo discursivo e lugar de atividade. O quadro teórico-metodológico principal tem por base a Teoria Semiolinguística de Charaudeau (2001, 2012), complementada por Maingueneau (2015). Em sua constituição, o corpus deste trabalho é composto por cinco tirinhas publicadas no mês de março 2020, logo no início da pandemia no Brasil, tendo sua coleta realizada de forma bibliográfica e documental. A pesquisa se caracteriza como um estudo de abordagem qualitativa, descritiva e interpretativa. Ademais, os resultados permitem compreender como os discursos desse gênero circulam, os posicionamentos tomados pelos sujeitos e como se dá a sua produção, bem como, foi possível perceber os sujeitos participantes do contrato de comunicação midiático, sendo eles o quadrinista Alexandre Beck (EUc), os personagens das tirinhas (EUe), leitores idealizados (TUd) e leitores reais (TUi). Palavras-chave: Análise do Discurso; gênero discursivo; tirinhas; Armandinho. |
Quem narra convence? A argumentação na construção dos imaginários sociodiscursivos nos recontos de chapeuzinho vermelho - Raquel Monteiro de Rezende (UFF) e Janayna Rocha da Silva (UFF)
Considerando-se os valores sociais consolidados pela atividade da leitura, o presente trabalho tem o objetivo de examinar, a partir da observação de três versões do conto de Chapeuzinho Vermelho, como as obras literárias voltadas para os públicos infantil e juvenil têm representado a figura feminina. Sendo notável a ressignificação da personagem de capuz vermelho em adaptações recentes, torna-se pertinente que se observe como tais obras rompem com as representações tradicionais. Para tanto, tendo em vista que a narração, diferentemente da argumentação, não é impositiva, pretende-se, mais especificamente, apontar que é por intermédio da identificação do leitor com os actantes e com os fatos narrados que ocorre o convencimento, o que possibilita que o comportamento social atual coincida com o conteúdo de tais narrativas contemporâneas. A análise proposta baseia-se, predominantemente, nas concepções trazidas pela Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, sendo mais relevantes os conceitos de imaginários sociodiscursivos (Charaudeau, 2017), de sujeitos da linguagem (Charaudeau, 2016) e de argumentação (Charaudeau, 2004). Com o propósito de refletir acerca das compreensões de gênero, são apreciadas ainda as contribuições teóricas de Beauvoir (2016) e, no que diz respeito à temática dos contos de fadas e da literatura infantil, são também considerados os pressupostos de Cardemartori (2010) e Tatar (2004). A partir dos resultados encontrados, que confirmam a atualização de imaginários relativos à personagem de Chapeuzinho Vermelho em adaptações atuais, o presente trabalho constata a intenção de discussão acerca das novas representações femininas por parte das novas narrativas infantis e juvenis. Palavras-chave: Semiolinguística; Literatura Infantil; argumentação; imaginários sociodiscursivos. |
Desigualdade e pandemia no quadrinho "A confinada": a narrativa como forma de atuar criticamente sobre a realidade socioeconômica brasileira - Giselle de Souza Reis Coutinho (UFF)
Atualmente, as redes sociais são utilizadas não só para estabelecer contato e para aproximar pessoas que estão em um mesmo grupo de amigos, mas também para criar conteúdos de caráter crítico e compartilhá-lo, tendo em vista o grande alcance que essas plataformas têm. É nesse espaço, mais especificamente na rede Instagram, que os quadrinhos da série “Confinada”, cujo propósito é abordar narrativas que giram em torno de temáticas como racismo, branquitude e desigualdade, dos autores Leandro Assis e Triscila Oliveira são publicados. Assim, este trabalho propõe-se a analisar um quadrinho da série, o de número 12: “EAD”, a fim de investigar como os procedimentos narrativos são utilizados para evidenciar a tese dos produtores acerca das desigualdades socioeconômicas existentes entre as classes sociais no Brasil. Tal questão parte da hipótese de que a progressão das cenas expostas não são feitas de forma aleatória, mas sim como uma estratégia argumentativa, que tem como base o contexto pandêmico brasileiro, que é acionado pela veiculação de Imaginários Sociodiscursivos (CHARAUDEAU, 2018). O aparato teórico metodológico principal é o da Semiolinguística do Discurso de Patrick Charaudeau, com base nas considerações acerca dos Modos de organização do Discurso narrativo e argumentativo (2016; 2004) e sobre a construção do ato de linguagem, como os Sujeitos (2001) e o processo de Semiotização de Mundo (2007). Além disso, tendo em vista que o corpus é multimodal, serão utilizados pressupostos que abordem a questão da imagem, como Peirce (2010) e Santaella (2012). Portanto, pretende-se estudar o caráter argumentativo que a série, em especial o quadrinho analisado, possui, com o objetivo de analisar como a história constrói um posicionamento crítico acerca da temática abordada. Palavras-chave: Semiolinguística; modos de organização; quadrinhos; desigualdade social; pandemia. |
Princesas do divã: era outra vez... - Gisele Arruda Eckhardt (UFF) e Roberta Viegas Noronha (UFF)
Em nossas práticas comunicativas, é comum contarmos uma história com o intuito de envolver o outro, obter dele uma reação desejada além de justificar um modo de pensar e de agir. Neste sentido, levando em consideração que a argumentação não se restringe a um gênero exclusivo, mas que pode estar presente em quaisquer contratos de comunicação (AMOSSY, 2018; CHARAUDEAU, 2004), atendendo a critérios como problematizar, elucidar e provar, este trabalho objetiva analisar charges sobre contos de fadas, a fim de observar estratégias de persuasão e sedução com vistas à adesão do leitor. Tendo como base ainda as restrições da situação de comunicação, as estratégias do sujeito argumentador e a proposição de um ponto de vista, também serão contemplados os imaginários sociodiscursivos (CHARAUDEAU, 2018) presentes no discurso. Pois, ao intencionar validar seu raciocínio, esse sujeito argumentador acaba refletindo seu posicionamento acerca desses imaginários. Vale ainda acrescentar que será estabelecido um diálogo com a abordagem feminista (LOURO, 1999; HOOKS, 2000) e com os estudos sociológicos propostos por Bourdieu (2019). Tal estudo justifica-se pela relevância dessas princesas na educação formal, sobretudo na literatura infantil, com sua permanência nos contos, recontos e inclusive em outros gêneros, conforme se observa aqui. Verifica-se que as princesas do divã propõem o questionamento da conduta dessas protagonistas, muitas vezes de submissão, e permite que se discorra sobre a figura feminina sob múltiplos olhares na literatura, com o intuito de desconstruir certos paradigmas, estereótipos sociais e lugares-comuns. Sendo assim, nos tempos atuais, mais do que nunca, urge discutir acerca da representação da mulher. Palavras-chave: Argumentação; Imaginários sociodiscursivos; contos de fadas. |
O impacto dos imaginários sociodiscursivos na construção da identidade feminina nas canções de Mulan - Amanda Braga Marques Campos de Oliveira (UFF)
O presente trabalho tem por tema os imaginários sociodiscursivos no universo das princesas da Disney, mais especificamente o de Mulan, a princesa da Era da Renascença da Disney Animation Studios. O filme Mulan, de 1998, apresenta uma princesa que muda os conceitos de princesa da Disney até então estipulados, já que a jovem se disfarça de homem para lutar na guerra no lugar de seu pai. Além disso, Mulan não quer um casamento arranjado e está em busca de seu verdadeiro lugar no mundo, característica da Era de Princasas em que ela se encontra. Assim, este artigo tem como objetivo geral fazer uma análise, à luz da Semiolinguística de Patrick Charaudeau, dos imaginários sociodiscursivos femininos que influenciaram a criação da princesa guerreira Mulan. Dessa forma, como corpus selecionado, tem-se duas canções do filme, “Reflexão” e “Homem Ser”, já que retratam momentos importantes do processo de construção da identidade de Mulan. Como objetivos específicos, pretende-se (I) compreender de que maneira os imaginários sociodiscursivos da mulher da época de lançamento do filme influenciaram na construção da personagem Mulan, uma vez que os imaginários funcionam como espelho identitário; (II) analisar as escolhas lexicais para designar a personagem em cada letra de música, uma cantada por ela e a outra não; e (III) destacar questões relacionadas ao arquétipo das princesas e como se dá a representação da mulher a partir dele. Para isso, a metodologia empregada consiste em uma análise qualitativa e comparativa das duas canções. Destaca-se como fundamentação teórica para o vigente artigo a Semiolinguística do Discurso de Charaudeau. Com base no corpus analisado, salienta-se que, apesar da quebra de estereótipos relacionados à mulher e às princesas instaurada pela personagem, os imaginários sociodiscursivos femininos ainda são baseados em valores machistas e conservadores, como o de subserviência feminina ao homem. Palavras-chave: princesas; imaginários sociodiscursivos; Semiolinguística. |
Programação
Manhã (9:30 – 12:00)
Link para acesso: https://youtu.be/9y22U7_Ijv8
9:30
ABERTURA
GPS-LEIFEN – 10 ANOS!
Profa. Dra. Beatriz Feres (UFF/GPS-LEIFEN), uma das líderes e criadora do grupo.
10:00
RODA DE CONVERSA
AS TIRINHAS DO ARMANDINHO, DE ALEXANDRE BECK
Armandinho: Narrar para “ajudar a olhar”
– Profa. Dra. Janyne Sattler (UFSC)
Armandinho: a realidade imediata nos limites entre tira e charge
– Profa. Dra. Eveline Cardoso (UERJ/ GPS-LEIFEN)
Mediação:
Profa. Dra. Beatriz Feres (UFF/GPS-LEIFEN)
Tarde (14:00 – 16:30)
Link para acesso: https://youtu.be/mdM5ZxXnfhA
14:00
MESA-REDONDA
FORMAS DIVERSAS PARA NARRAR E CONVENCER
Homossexualidade e homoparentalidade na Literatura Infantil: do armário para a escola
– Profa. Dra. Anabel Medeiros (GPS-LEIFEN e GP ENLIJ)
A manipulação no discurso midiático: o papel da mídia impressa e digital na propagação de notícias falsas
– Profa. Dra. Camilla Duarte (OLM-RJ)
Pagando pelo gozo: humor e sexo em manchetes populares
– Prof. Dr. Rafael Guimarães (IFRJ/GPS-LEIFEN)
Mediação:
Profa. Dra. Rosane Monnerat (UFF/GPS-LEIFEN)
GRUPOS DE DISCUSSÃO (17:00 – 19:30)
Link para acesso: os links serão enviados para os e-mails dos participantes inscritos
Coordenação: Profa. Dra. Glayci Xavier (UFF/GPS-LEIFEN)
GRUPO 1
HISTÓRIAS & HISTÓRIAS
Mediação:
Profa. Dra. Nadja Pattresi (UFF/GPS-LEIFEN)
*Clique no título para saber mais sobre o trabalho*
A narração e a argumentação na crônica de Machado de Assis - leitura de mundo e construção de sentidos - Rafaela Cardoso Corrêa dos Santos (SEDUC/RJ) e Vanessa Teixeira Ribeiro (UFRJ)
A partir dos pressupostos da Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, desenvolvida pelo linguista Patrick Charaudeau, propõe-se uma análise da crônica publicada por Machado de Assis em 19 de maio de 1888, na série Bons dias! do jornal Gazeta de Notícias, para se examinar como se desenvolvem os modos discursivos narrativos e argumentativos no gênero crônica. Neste estudo, compreende-se que “um mesmo gênero pode resultar de um ou de vários modos de organização de discurso e do emprego de várias categorias de língua” (CHARAUDEAU, 2010, p.68). Além disso, busca-se entender como o contexto de produção se relaciona à composição do gênero e pode ser expresso pelo olhar do cronista revelando para o leitor aspectos do contexto social que estavam presentes no século XIX e que ainda persistem a sociedade como, por exemplo, os reflexos da escravidão. Dessa forma, com base nas teorias semiolinguísticas, considera-se que o trabalho proposto pode levar à compreensão não só do que o texto nos oferece em termos linguísticos e formais, mas também dos fatos sociais que o circundam e auxiliam na construção dos sentidos. Palavras-chave: Semiolinguística; argumentação; narração; crônica; Machado de Assis. |
“O que será o amanhã?”: Um estudo sobre o narrador em “A Cartomante”, de Machado de Assis - Thainá França Coelho (UFF)
O trabalho tem como objetivo apresentar uma análise sobre um dos componentes do modo narrativo de organização do discurso, de acordo com a Teoria Semiolinguística do Discurso, na versão em quadrinhos de “A cartomante”, de Machado de Assis, em comparação com o conto original do mesmo autor. O modo narrativo tem como função a construção de um relato a partir de uma encenação narrativa, dinâmica e organizada. Machado de Assis é conhecido por sua singularidade na escrita, ao criar narradores únicos para relatar histórias comuns e extraordinárias. Na versão original de “A Cartomante”, o narrador aparenta, em um primeiro olhar, ser apenas testemunha de um caso de traição, mas, em certos momentos, denota comentários muito pessoais e parciais. Além disso, apesar do senso comum não considerar a existência do narrador nos quadrinhos, a adaptação de Flavio Pessoa e Mauricio O. Dias garante o contrário, ao manter o modo clássico das histórias em quadrinhos, mas também utilizar o narrador de Machado no texto verbal. Dessa forma, o artigo terá como quadro teórico-metodológico os conceitos do modo de organização do discurso, dentro da Teoria Semiolinguística, especialmente o modo narrativo e seus componentes, a fim de analisar as intervenções e identidades dos narradores. Palavras-chave: Semiolinguística; quadrinhos; Machado de Assis; narrativo. |
Liberdade! Liberdade! O papel narrativo do negro como personagem de sua própria história na telenovela Lado a Lado - Murilo Alberto Martins Silva (UFF), André Marques da Silva (UFF) e Vívian Lúcia Xavier Pereira (UFF)
Este trabalho pretende, à luz da Teoria Semiolinguística, de Charaudeau, investigar na telenovela “Lado a lado” (2012) os imaginários sociodiscursivos (CHARAUDEAU, 2017), os papéis narrativos (CHARAUDEAU, 2016) desenvolvidos por personagens negros na trama e as estratégias de captação (CHARAUDEAU, 2018) da instância de produção televisiva. Constituindo a telenovela um gênero discursivo que organiza uma lógica narrativa, faz-se necessária uma reflexão que leve em consideração seu potencial discursivo na materialização de imaginários, na construção de identidades sociais/raciais, na exploração de dramas sociais e de situações cotidianas. A telenovela constitui, portanto, um contrato de comunicação, situado em contexto sócio-histórico, que exerce influência na narrativa, uma vez que a audiência está ligada à aprovação e/ou à rejeição do público. Assim, o(s) autor(es) constroem a narrativa a fim de estabelecer uma harmonia entre o interesse de captação por meio de anunciantes da emissora e o interesses do público. Então, este trabalho investiga o discurso acerca das questões raciais na narrativa ambientada no Brasil posterior à ‘Abolição da escravidão’, focalizando temas que evidenciam dramas raciais, racismo estrutural e lutas de classes. A telenovela dos autores João Ximenes Braga e Claudia Lage lança olhar sobre uma época que atravessou mudanças sociais e conquistas raciais, além de apresentar uma (re)leitura dos fatos históricos, considerando o papel do negro como sujeito de transformação social. A instância de produção, precisando atrair o público telespectador (TUi) do século XXI, engendra uma narrativa que corresponde também aos interesses dos anunciantes. Os corpora deste trabalho serão constituídos por cenas da telenovela e, principalmente, pela abertura, que coloca lado a lado os grupos raciais da época, embalada pelo samba-enredo “Liberdade! Liberdade! Abra as Asas sobre Nós”. O objetivo desta investigação é compreender se o negro da narrativa de “Lado a Lado” é posicionado como sujeito agente ou sujeito paciente de sua história. Palavras-chave: Telenovela; captação; racismo; escravidão; narração. |
Narrativas carnavalescas: samba-enredo contando mais que histórias - André Luiz dos Santos (UFF)
O samba-enredo é um gênero textual criado no Brasil juntamente com a criação das escolas de samba do carnaval carioca. Tem como função apresentar, de forma sucinta, para o espectador ou ouvinte, o enredo escolhido pelos carnavalescos para a disputa dos concursos de carnavalescos. É um texto que narra uma história (seja de uma pessoa, um local, uma obra literária ou um sentimento) conhecida ou não do público, entretanto apresentando pontos pouco explorados os desconhecidos. Assim, proporcionando ao público uma experiência engrandecedora sobre o é contado. Nessa esteira, o objetivo deste trabalho é fazer uma análise baseada nas teorias semiolinguísticas sobre o modo narrativo, visando estabelecer como as composições carnavalescas narram histórias apresentando novos fatos e/ou releituras (romantizam ou não, seguem o senso comum ou não). Além disso propor uma reflexão sobre como esse gênero textual pode contribuir para o ensino em sala de aula, pois ao apresentá-lo para os alunos é possível instigar os discentes o desejo de conhecer tais histórias para comparar as versões. Serão analisados dois sambas-enredo neste trabalho Dom Quixote de La Mancha: O cavaleiro dos sonhos impossíveis (União da Ilha, 2010) e O espetáculo vai começar, Pérola Negra apresenta: O Auto da Compadecida (Pérola Negra, 2013). Palavras-chave: Carnaval; samba-enredo; Semiolinguística; narrativa. |
Travesti não é bagunça: uma análise semiolinguística do estereótipo transgênero presente em memes - Juliana Figueiredo Barboza (UFF)
No atual cenário contemporâneo, inserido na era da informação, percebe-se um avanço substancial na disseminação de publicações entre usuários da rede com vistas ao entretenimento. Por conseguinte, a crescente propagação e tais postagens disponibilizadas na Internet, sobretudo em redes sociais, aponta para os modos de agir e pensar compartilhados por um determinado grupo de pessoas. Dentro desse contexto, surge um gênero multissemiótico que comumente associa a imagem à escrita: o meme, cujos conteúdos podem ser jocosos, sarcásticos e, por vezes, ofensivos. Pelo seu grande poder de propagação, é essencial que se desenvolvam abordagens analíticas mais apuradas, levando-se em conta não apenas a superfície cômica desse gênero, mas os conteúdos latentes que apontam para saberes de crenças socialmente cristalizados. Por isso, o presente artigo tem como objetivo a análise de memes focados em representar a imagem de travestis, veiculados em sites e blogs de humor. Para tanto, o presente trabalho tem como aporte a Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, postulada por Patrick Charaudeau (2013; 2017; 2018; 2019a; 2019b; 2021), com destaque para as noções de estereótipos e imaginários sociodiscursivos, e forma a colocá-los em interface com os conceitos de diversidade e opressão segundo Santos (2020) e Majerowicz (2014; 2015). Assim, tendo como base a metodologia qualitativa, parte-se da hipótese de que, embora seja um gênero que prototipicamente vise à recreação, o discurso presente nesses textos reflete e reforça um olhar marcado pelo subjugamento e pela violência simbólica (BOURDIEU, 1997), sobretudo como forma de ironizar, ridicularizar ou depreciar esses indivíduos por meio não só de imagens, mas também por escolhas lexicais específicas. Como tendência, percebe-se que esses memes podem contribuir para a propagação de arquétipos depreciativos, revelando-nos uma alarmante ressonância encontrada entre sujeitos que compartilham desse mesmo imaginário. Tendo isso em vista, pretende-se contribuir para que se desenvolva uma visão crítica acerca desse gênero em ascensão, no qual a comicidade mascara uma visão de mundo que está associada, sobretudo, a avaliações estereotipadas, pejorativas e perniciosas a partir de uma construção identitária dos travestis no discurso. Palavras-chave: Semiolinguística; memes; estereótipo. |
GRUPO 2
GÊNEROS DIVERSOS PARA ARGUMENTAR
Mediação:
Profa. Dra. Ilana Rebello (UFF/GPS-LEIFEN)
*Clique no título para saber mais sobre o trabalho*
A argumentação na narrativa bíblica - Max Silva da Rocha (UFPI) e João Benvindo de Moura (UFPI)
Este trabalho, inserido nos estudos retórico-argumentativos, analisa atos retóricos de linguagem do orador Jesus de Nazaré, a partir da utilização de estratégias argumentativas ancoradas no ethos, logos e pathos, trilogia presente na narrativa bíblica encontrada em trechos do capítulo 8 do evangelho segundo João. Verificamos, a partir dessa narrativa, de que maneira Jesus agiu retoricamente diante de seu auditório idealizado, constituído por fariseus, almejando persuadi-lo. Metodologicamente, servimo-nos de uma pesquisa de natureza básica quanto à finalidade; descritiva e interpretativista, quanto aos objetivos; e qualitativa, quanto à abordagem. Em seguida, procedemos às análises a partir de três atos retóricos de linguagem, os quais mostram, de forma contundente, o agir argumentativo entre orador e auditório. Como resultados, percebemos que Jesus, na condição de orador, recorre constantemente aos artifícios retóricos, aqueles baseados na trilogia aristotélica, a fim de lograr êxito em seu discurso. No entanto, o auditório também recorreu a técnicas argumentativas, objetivando destruir os argumentos do orador. Em nossas análises, podemos perceber que o orador Jesus não conseguiu persuadir, pois o auditório, próximo ao final do ato retórico, resolveu agir por meio da violência física ao invés de argumentar. Mesmo assim, vimos as artimanhas persuasivas presentes expressivamente no discurso do sujeito enunciador, razão por que atestamos ser Jesus um orador por excelência. Palavras-chave: Semiolinguística; argumentação; narrattivas bíblicas. |
Semiolinguística e ensino: reflexões sobre práticas de leitura a partir do gênero discursivo reportagem - Ana Carolina Carneiro de Sousa (UFPI), Antônio Aílton Ferreira de Cerqueira (UFPI) e Jaqueline Salviano de Sousa (UFPI)
Os discursos midiáticos possuem grande influência no cenário social e também estão cada vez mais presentes nos livros didáticos e nas práticas escolares. Nesse sentido, podemos observar a necessidade de adequar o ensino da leitura às práticas discursivas que possibilitam um maior respaldo na formação de leitores aptos a terem contato com gêneros discursivos midiáticos. Diante disso, o presente trabalho propõe realizar uma análise em uma reportagem da revista Revestrés (publicação piauiense voltada para literatura, cultura e arte), por meio de categorias da Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso: o ato de linguagem e o contrato de comunicação midiático, apresentando-as como ferramentas para o ensino de leitura e interpretação de textos. Partindo desse objetivo geral, é possível elencar os seguintes objetivos específicos: desvelar o funcionamento da reportagem enquanto ato de linguagem; caracterizar o contrato de comunicação midiático que se mantém na encenação linguageira; e evidenciar a relevância do aporte teórico semiolinguístico para o ensino de leitura em sala de aula. No tocante aos pressupostos teóricos, o trabalho se baseia principalmente em Charaudeau (2016, 2018) e Xavier, Rebello e Monnerat (2021). O corpus do trabalho é constituído pela reportagem intitulada “Cadê o contrato que estava aqui” (edição de setembro de 2021) da revista em estudo. Do ponto de vista metodológico, essa pesquisa é qualitativa no que diz respeito à abordagem, e descritiva e interpretativa em relação aos objetivos. Em relação aos resultados, esta pesquisa apresenta recomendações didático-pedagógicas destinadas a professores de Ensino Médio, que poderão contribuir com o processo de formação de leitores competentes e autônomos. Palavras-chave: discurso; Semiolinguística; ensino; leitura. |
Argumentação multimodal e subjetividade em manchetes online: contribuições para o trabalho com a leitura em aulas de língua portuguesa - Welton Pereira e Silva (UEMS)
Assumindo a subjetividade como fator inerente à produção textual/discursiva, neste trabalho, procuraremos entrever os efeitos de sentido passíveis de serem produzidos por meio da leitura de textos multimodais. Os textos correspondem a notícias encontradas em dois sites, o portal G1 e o site da Revista Exame. Nosso aporte teórico consiste na Teoria Semiolinguística do Discurso, de Patrick Charaudeau (2008; 2016), em consonância com a Teoria da Argumentação no Discurso, proposta por Ruth Amossy (2018). Dada a natureza do corpus, também lançaremos mão de alguns preceitos da Gramática do Design Visual (KRESS & van LEEUWEN, 2006), por meio do que chamamos de argumentação multimodal (SILVA; MARCHON, 2021). A metodologia do trabalho é de natureza qualitativa, do tipo bibliográfico e documental. Tecemos considerações sobre a forma como a imagem, em consonância com o material verbal que constitui a notícia, deixam entrever o posicionamento subjetivo por parte da instância de produção do texto jornalístico que, normalmente, procura apresentar um efeito de sentido de objetividade. Esse arranjo multimodal parece funcionar como uma estratégia de captação que visa a chamar a atenção do leitor em potencial, podendo ainda figurar como um rico objeto de estudo em aulas de língua portuguesa no ensino básico, em que procuramos trabalhar a participação cooperativa do leitor no processo de interpretação textual. Palavras-chave: Sargumentação multimodal; manchete; subjetividade. |
A semiotização do mundo no discurso forense: um olhar da semiolinguística para as narrativas em petições iniciais - Douglas do Carmo Araujo (UFF)
Este trabalho mostra, por meio do processo de semiotização do mundo, como ocorre o desencadeamento da narrativa em Petições Iniciais (PIs), gênero discursivo muito comum aos profissionais de Direito, visto que é por meio dele que se inaugura uma ação judicial. Para Charaudeau (2005: 14), o processo de discursivização ou semiotização do mundo corresponde a um conjunto de operações linguísticas capazes de transformar a língua em discurso, o que significa dizer que esse processo se trata de um fenômeno da construção psicolinguageira de sentido, uma vez que permite a passagem do significado, no sentido genérico da língua, para a significação, no sentido específico do discurso. Dessa forma, esse processo comporta tanto a lógica das ações e a influência social – elementos externos à linguagem – quanto a lógica fixa da língua, presa às suas categorias linguísticas – elementos internos da linguagem – para a construção do sentido. Assim, analisamos duas PIs, tendo como recorte os itens “dos fatos”, que são comuns a esse gênero discursivo. A análise do corpus possui caráter qualitativo, uma vez que se baseia na interpretação dos dados de dois exemplares do gênero petição inicial (PI) da esfera cível, submetidos ao poder judiciário estadual da comarca do Rio de Janeiro. Além disso, as ideias centrais desta pesquisa fundamentam-se na Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, mais especificadamente, no que diz respeito à semiotização do mundo (CHARAUDEAU, 2005; 2015; MACHADO, 2001; PAULIUKONIS, 2011). A partir da análise dos dados, percebemos a narração nas PIs serve à argumentação e, dessa forma, as categorias de língua do processo de transformação e os princípios do processo de transação se ajustam às estratégias adotadas pelos atores desse gênero discursivo com vistas a convencer seu interlocutor – o juiz – a atender seus pedidos, ou seja, a condenar a parte Ré a reparar o dano sofrido pela parte Autora. Palavras-chave: Semiolinguística; processo de semiotização do mundo; narração; petições iniciais. |
A crônica jornalística contemporânea: a persuasão pela história contada - Graziela Borguignon Mota (UFF) e Caroline Lourenço Monteiro (UFF)
A prática argumentativa suscita discussões desde a Antiguidade clássica. Do ponto de vista histórico, a argumentação está associada à complexidade da vida em sociedade. A palavra, de alguma maneira, funda um advento democrático: os conflitos não poderiam ser dissolvidos por força e destruição. “No contexto em que cidadãos eram chamados a resolver as questões da cidade é que surgem também os primeiros tratados de argumentação. Eles ensinavam a arte de persuasão” (FIORIN, 2016, p. 9). É ventilado, com frequência, o enunciado que diz que todo discurso que possui um viés argumentativo. Há diferentes maneiras de apresentação de um discurso argumentativo – de forma implícita ou explícita – contudo, todos os discursos podem ser considerados argumentativos. Importa-nos, nesse sentido, o conceito de ethos para refletirmos sobre o modo argumentativo, com base nas pesquisas de Patrick Charaudeau e Dominique Maingueneau (1991), em que se leva em consideração a posição enunciativa do enunciador, ou seja, uma das imagens de si que os enunciadores Gregório Duvivier e Leandro Karnal projetam em seu discurso. Por esse motivo, este trabalho pretende investigar, com base nos pressupostos da Teoria Semiolinguística do Discurso desenvolvida por Patrick Charaudeau, como o enunciador Karnal constrói sua crônica argumentativa, observando o recurso à narração como estratégia de persuasão para desvelar a identidade de um enunciador “cientista” que também assume o papel de um enunciador “cronista”. Além disso, objetiva-se também analisar crônicas opinativas de temática política de Duvivier buscando evidenciar a projeção de um ethos irônico e engajado, percebido por meio de um jogo de interpelação que exige do sujeito destinatário o reconhecimento desses enunciados irônicos. Palavras-chave: crônicas; Semiolinguística; argumentação; ethos; Leandro Karnal; Gregório Duvivier. |
GRUPO 3
FICÇÃO E PERSUASÃO
Mediação:
Profa. Dra. Patricia Neves Ribeiro (UFF/GPS-LEIFEN)
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Pandemia em quadrinhos: uma análise semiolinguística das tirinhas de Armandinho - Camila Magalhães Linhares (UFPI)
As histórias em quadrinhos têm o objetivo de contar uma narrativa, seja ela real ou ficcional, empregando recursos linguísticos e imagéticos para representar feitos ou situações da sociedade em um determinado contexto espaço-temporal. Com base nisso, o presente trabalho consiste em um recorte de pesquisa em nível de mestrado que objetiva realizar uma investigação acerca da construção dos discursos nas tirinhas do personagem Armandinho, de Alexandre Beck, tendo em vista as narrativas do momento sócio-histórico da pandemia da Covid-19. Analisamos os quadrinhos enquanto atos de linguagem, com ênfase nos sujeitos da linguagem, além de identificar as características que compõem esse gênero discursivo, pautadas nas classificações de esfera de atividade, campo discursivo e lugar de atividade. O quadro teórico-metodológico principal tem por base a Teoria Semiolinguística de Charaudeau (2001, 2012), complementada por Maingueneau (2015). Em sua constituição, o corpus deste trabalho é composto por cinco tirinhas publicadas no mês de março 2020, logo no início da pandemia no Brasil, tendo sua coleta realizada de forma bibliográfica e documental. A pesquisa se caracteriza como um estudo de abordagem qualitativa, descritiva e interpretativa. Ademais, os resultados permitem compreender como os discursos desse gênero circulam, os posicionamentos tomados pelos sujeitos e como se dá a sua produção, bem como, foi possível perceber os sujeitos participantes do contrato de comunicação midiático, sendo eles o quadrinista Alexandre Beck (EUc), os personagens das tirinhas (EUe), leitores idealizados (TUd) e leitores reais (TUi). Palavras-chave: Análise do Discurso; gênero discursivo; tirinhas; Armandinho. |
Quem narra convence? A argumentação na construção dos imaginários sociodiscursivos nos recontos de chapeuzinho vermelho - Raquel Monteiro de Rezende (UFF) e Janayna Rocha da Silva (UFF)
Considerando-se os valores sociais consolidados pela atividade da leitura, o presente trabalho tem o objetivo de examinar, a partir da observação de três versões do conto de Chapeuzinho Vermelho, como as obras literárias voltadas para os públicos infantil e juvenil têm representado a figura feminina. Sendo notável a ressignificação da personagem de capuz vermelho em adaptações recentes, torna-se pertinente que se observe como tais obras rompem com as representações tradicionais. Para tanto, tendo em vista que a narração, diferentemente da argumentação, não é impositiva, pretende-se, mais especificamente, apontar que é por intermédio da identificação do leitor com os actantes e com os fatos narrados que ocorre o convencimento, o que possibilita que o comportamento social atual coincida com o conteúdo de tais narrativas contemporâneas. A análise proposta baseia-se, predominantemente, nas concepções trazidas pela Teoria Semiolinguística de Análise do Discurso, sendo mais relevantes os conceitos de imaginários sociodiscursivos (Charaudeau, 2017), de sujeitos da linguagem (Charaudeau, 2016) e de argumentação (Charaudeau, 2004). Com o propósito de refletir acerca das compreensões de gênero, são apreciadas ainda as contribuições teóricas de Beauvoir (2016) e, no que diz respeito à temática dos contos de fadas e da literatura infantil, são também considerados os pressupostos de Cardemartori (2010) e Tatar (2004). A partir dos resultados encontrados, que confirmam a atualização de imaginários relativos à personagem de Chapeuzinho Vermelho em adaptações atuais, o presente trabalho constata a intenção de discussão acerca das novas representações femininas por parte das novas narrativas infantis e juvenis. Palavras-chave: Semiolinguística; Literatura Infantil; argumentação; imaginários sociodiscursivos. |
Desigualdade e pandemia no quadrinho "A confinada": a narrativa como forma de atuar criticamente sobre a realidade socioeconômica brasileira - Giselle de Souza Reis Coutinho (UFF)
Atualmente, as redes sociais são utilizadas não só para estabelecer contato e para aproximar pessoas que estão em um mesmo grupo de amigos, mas também para criar conteúdos de caráter crítico e compartilhá-lo, tendo em vista o grande alcance que essas plataformas têm. É nesse espaço, mais especificamente na rede Instagram, que os quadrinhos da série “Confinada”, cujo propósito é abordar narrativas que giram em torno de temáticas como racismo, branquitude e desigualdade, dos autores Leandro Assis e Triscila Oliveira são publicados. Assim, este trabalho propõe-se a analisar um quadrinho da série, o de número 12: “EAD”, a fim de investigar como os procedimentos narrativos são utilizados para evidenciar a tese dos produtores acerca das desigualdades socioeconômicas existentes entre as classes sociais no Brasil. Tal questão parte da hipótese de que a progressão das cenas expostas não são feitas de forma aleatória, mas sim como uma estratégia argumentativa, que tem como base o contexto pandêmico brasileiro, que é acionado pela veiculação de Imaginários Sociodiscursivos (CHARAUDEAU, 2018). O aparato teórico metodológico principal é o da Semiolinguística do Discurso de Patrick Charaudeau, com base nas considerações acerca dos Modos de organização do Discurso narrativo e argumentativo (2016; 2004) e sobre a construção do ato de linguagem, como os Sujeitos (2001) e o processo de Semiotização de Mundo (2007). Além disso, tendo em vista que o corpus é multimodal, serão utilizados pressupostos que abordem a questão da imagem, como Peirce (2010) e Santaella (2012). Portanto, pretende-se estudar o caráter argumentativo que a série, em especial o quadrinho analisado, possui, com o objetivo de analisar como a história constrói um posicionamento crítico acerca da temática abordada. Palavras-chave: Semiolinguística; modos de organização; quadrinhos; desigualdade social; pandemia. |
Princesas do divã: era outra vez... - Gisele Arruda Eckhardt (UFF) e Roberta Viegas Noronha (UFF)
Em nossas práticas comunicativas, é comum contarmos uma história com o intuito de envolver o outro, obter dele uma reação desejada além de justificar um modo de pensar e de agir. Neste sentido, levando em consideração que a argumentação não se restringe a um gênero exclusivo, mas que pode estar presente em quaisquer contratos de comunicação (AMOSSY, 2018; CHARAUDEAU, 2004), atendendo a critérios como problematizar, elucidar e provar, este trabalho objetiva analisar charges sobre contos de fadas, a fim de observar estratégias de persuasão e sedução com vistas à adesão do leitor. Tendo como base ainda as restrições da situação de comunicação, as estratégias do sujeito argumentador e a proposição de um ponto de vista, também serão contemplados os imaginários sociodiscursivos (CHARAUDEAU, 2018) presentes no discurso. Pois, ao intencionar validar seu raciocínio, esse sujeito argumentador acaba refletindo seu posicionamento acerca desses imaginários. Vale ainda acrescentar que será estabelecido um diálogo com a abordagem feminista (LOURO, 1999; HOOKS, 2000) e com os estudos sociológicos propostos por Bourdieu (2019). Tal estudo justifica-se pela relevância dessas princesas na educação formal, sobretudo na literatura infantil, com sua permanência nos contos, recontos e inclusive em outros gêneros, conforme se observa aqui. Verifica-se que as princesas do divã propõem o questionamento da conduta dessas protagonistas, muitas vezes de submissão, e permite que se discorra sobre a figura feminina sob múltiplos olhares na literatura, com o intuito de desconstruir certos paradigmas, estereótipos sociais e lugares-comuns. Sendo assim, nos tempos atuais, mais do que nunca, urge discutir acerca da representação da mulher. Palavras-chave: Argumentação; Imaginários sociodiscursivos; contos de fadas. |
O impacto dos imaginários sociodiscursivos na construção da identidade feminina nas canções de Mulan - Amanda Braga Marques Campos de Oliveira (UFF)
O presente trabalho tem por tema os imaginários sociodiscursivos no universo das princesas da Disney, mais especificamente o de Mulan, a princesa da Era da Renascença da Disney Animation Studios. O filme Mulan, de 1998, apresenta uma princesa que muda os conceitos de princesa da Disney até então estipulados, já que a jovem se disfarça de homem para lutar na guerra no lugar de seu pai. Além disso, Mulan não quer um casamento arranjado e está em busca de seu verdadeiro lugar no mundo, característica da Era de Princasas em que ela se encontra. Assim, este artigo tem como objetivo geral fazer uma análise, à luz da Semiolinguística de Patrick Charaudeau, dos imaginários sociodiscursivos femininos que influenciaram a criação da princesa guerreira Mulan. Dessa forma, como corpus selecionado, tem-se duas canções do filme, “Reflexão” e “Homem Ser”, já que retratam momentos importantes do processo de construção da identidade de Mulan. Como objetivos específicos, pretende-se (I) compreender de que maneira os imaginários sociodiscursivos da mulher da época de lançamento do filme influenciaram na construção da personagem Mulan, uma vez que os imaginários funcionam como espelho identitário; (II) analisar as escolhas lexicais para designar a personagem em cada letra de música, uma cantada por ela e a outra não; e (III) destacar questões relacionadas ao arquétipo das princesas e como se dá a representação da mulher a partir dele. Para isso, a metodologia empregada consiste em uma análise qualitativa e comparativa das duas canções. Destaca-se como fundamentação teórica para o vigente artigo a Semiolinguística do Discurso de Charaudeau. Com base no corpus analisado, salienta-se que, apesar da quebra de estereótipos relacionados à mulher e às princesas instaurada pela personagem, os imaginários sociodiscursivos femininos ainda são baseados em valores machistas e conservadores, como o de subserviência feminina ao homem. Palavras-chave: princesas; imaginários sociodiscursivos; Semiolinguística. |
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